Número total de visualizações de páginas

terça-feira, 7 de abril de 2020

encanto/desencanto - monólogo


encanto/desencanto


        Alma sonhadora, alma que deseja, alma vazia que sonha e fantasia, alma sozinha, alma que se entrega, e abre as portas à desilusão. Alma, que se encanta tanto, que se deixa levar, pelo canto do encanto, encantada, desilude-se quando acorda para o desencanto, e percebe que toda a música era encantadora...quando o rádio se desligou, tudo terminou...E depois?  
        Quem nos cura da desilusão? Quem criou a ilusão? Não! O coração? Não, porque fica ferido...A mente? Talvez...talvez tenha sido ela que criou a ilusão...Os olhos? Não! Esses são as vítimas inocentes, são os navegantes da ilusão que viagem nas águas da desilusão, levados pela ilusão, à procura da realidade, de compreensão, de força e de olhos bem abertos para ver a desilusão! 
       Pobre coração que alimenta uma ilusão que nem existe...Porque fazes isso, coração? A nossa mente, o nosso ser, a nossa pessoa precisa das ilusões e desilusões para se contruir, cair, crescer, e renascer, descobrir-se. 
     Porque fazes isso, mente? Porque fazes isso? Fico com raiva de ti, quando crias ilusões, que depois não passam de fantasias, mas enquanto acreditamos nas ilusões que crias, parece que nos sentimos preenchidos.  
     Porque precisamos de sonhar, criar, para percebermos quem somos na verdade. E somos muito mais do que as ilusões e as desilusões. Vivemos entre o encanto e o desencanto...a ilusão e a desilusão... Quem as cria? Nós...o coração, os olhos, a mente? Talvez...apenas...nós.



Sem comentários:

Enviar um comentário

Muito obrigada pela visita, e leitura! Voltem sempre, e votem na (s) vossa (s) história (s) preferida (s). Boas leituras