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domingo, 27 de dezembro de 2015

CORUJIANA

      

desenhada e pintada por Lara Rocha 

        Era uma vez uma menina que se chamava Corujiana e vivia na floresta, numa tenda, numa comunidade de Índios. Era uma menina muito alegre, enérgica, não parava quieta!
Andava sempre de um lado para o outro, parecia um gafanhoto sempre a saltar por cima de pedras, troncos de árvores enormes e muito velhas, grossos, raízes que saiam da terra.
        Sempre que se cruzava com coelhos corria tanto como eles, saltitava como se tivesse patas e seguia-os, divertida, até às suas tocas…às vezes ajudava-os a transportar alimentos e conversava alegremente com eles.
Adorava correr contra o vento, ela até falava com ele, e dizia que ele lhe respondia, contava-lhe segredos, dava-lhe recados, alertava-a para perigos, e dava-lhe carinhos. Ela parava muitas vezes para receber os mimos do vento, e sorria, com os enormes cabelos escuros e encaracolados.
Às vezes, o vento levava borboletas que pousavam na menina, brincavam com os cabelos dela, pousavam na ponta do nariz, ou faziam cócegas nas bochechas ao esfregar as asas, faziam bailados à frente da menina, e ela olhava para elas, encantada, aplaudia, tocava-lhes, e dançava com elas.
O que ela achava realmente bonito nisto, era a fantástica exposição de cores que as asas das borboletas exibiam, e construíam belos quadros cheios de cor, movimento, magia.
Sempre que os macacos começavam a trepar às árvores ou os pássaros a voar, ela tentava fazer o mesmo, mas nunca conseguia. Os pássaros riam e diziam-lhe que o que ela estava a fazer era impossível e perigoso, porque eles tinham asas e ela tinha pernas…uma grande diferença.
Trepar às árvores ela ia conseguindo…umas vezes sim, outras vezes, naquelas árvores muito altas, ela ficava com medo a meio da subida e descia rapidamente.
Mas valia a pena subir, porque pelo caminho encontrava corujas e mochos a dormir nos seus ninhos feitos nas árvores, preguiças a dormir penduradas e todas refasteladas, via ninhos de passarinhos…uns com ovos, outros com crias…via caracóis e dezenas de formigas numa grande agitação.
Pelo caminho, ela saltava, cantava, apanhava flores, cheirava, deitava-se na relva, ou à sombra, comia amoras e levava algumas para a sua comunidade.
Depois ia para os riachos, onde primeiro saltitava entre nenúfares, e quando cansava, adorava ficar em silêncio, a ouvir a água a cair das cascatas e a que passava nas pedras…ela até achava que a água cantava ou as pedras.
Logo que as suas amigas fadas da água a viam sentada na berma, iam ter com ela, e recomeçava a agitação. Saltavam, cantavam, dançavam, riam, conversavam, brincavam na água e com as pedras, passavam entre as cortinas de ervas enormes, penduradas entre as rochas que vinham do monte, mergulhavam com peixes coloridos, e apanhava algumas pedras para a sua colecção.
Depois, quando estava cansada, voltava para a sua comunidade, e ajudava em tudo o que podia! Era mesmo assim que vivia a sua comunidade em Paz com a Natureza, e respeito.
Conheciam todas as alterações do clima, sabiam quando ia chover, quando estava sol e vinha tempestade, quando o vento indicava que vinha frio ou trovoada…à noite sentavam-se à volta de uma grande fogueira, e viam as estrelas em silêncio quando havia, viam a Lua, e em noite de Lua Cheia havia sempre festa com dança.
Comiam o que a terra dava, não passavam fome, nem tinham frio, e os lobos tomavam conta, e caçavam para a comunidade. Aprendiam sempre muito com os animais e viviam felizes, com saúde.

FIM
Lálá
(25/Dezembro/2015)


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