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domingo, 27 de dezembro de 2015

As luas da Lu.

     


      Era uma vez uma menina chamada Luisinha, a quem chamavam Lu. Ela tinha umas grandes bochechas, olhos verdes, brilhantes, quase sempre sorridente, excepto quando a chateavam…aí ela gritava tão alto como um trovão, e chorava uma tromba de água.
Adorava todas as fases da Lua, e todas as noites a Lu. gostava de ver a Lua e de brincar com ela. Quando a Lua estava cheia, a Lu. encostava-se, toda refastelada na Lua, abraçava e aquecia-se na sua luz. Deitava-se em cima dela e rebolava como se fosse uma bola, ria e dava muitas voltas. Uivava com os lobos e com a Lua na sua janela.
Quando a Lua estava em quarto minguante, fininha, a Lu. sentava-se nela como se fosse uma cadeira de baloiço com encosto, balançava-se devagarinho, e muitas vezes acabava por adormecer.
Umas vezes, andava sobre a Lua como se fosse uma corda de um equilibrista, gatinhava ao longo dela e escorregava desde a cabeça até aos pés da Lua, outras vezes andava na Lua como se fosse um barco.
        Também ia para a sala de baile e dançava com todas as formas de Lua. Fazia piqueniques, ouvia histórias contadas pelas luas, estrelas e planetas, e contava-lhes as suas histórias, riam muito, brincavam com os seus brinquedos.  
Na Lua quarto – crescente, a Lu sentava-se como se andasse a cavalo, e para ler, ouvir e contar histórias. Quando estava de mão humor, escondia-se atrás da Lua, e ficava encostada, sentada no chão, não parava quieta, mexia-se, mudava de posição centenas de vezes…umas vezes deitava-se na Lua, com as pernas em cima, outras vezes ficava com as pernas penduradas…outras vezes sentava-se, outras vezes deitava-se com a cabeça para baixo, e barriga pousada na Lua, mas aguentava pouco tempo nesta posição.  
A Lu navegava no grande lago chamado espaço, cheio de estrelas e planetas, sem pressa, devagar, balançava, ia ao sabor dos sopros vindos da respiração da Terra, e da Lua, deliciada com tantas luzinhas. Mas havia uma coisa que ela não sabia...ela adormecia na companhia de todas as luas, mas enquanto dormia, as luas vagueavam pelo seu quarto, tomavam conta dela, cobriam-na delicadamente quando ela se descobria, não deixavam entrar pesadelos, conviviam com as fadas do sono, e brincavam sem fazer barulho.
As luas verdadeiras continuavam sempre lá em cima…e tudo isto era a Lu que vivia na sua imaginação, com as luas que decoravam o seu quarto e a sua cama.  

FIM
Lálá
(25/Dezembro/2015)


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