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quarta-feira, 17 de julho de 2013

A FADA PENA


Era uma vez um lindo ser mágico, cheio de luz, uma mulher fada que tinha corpo de pena. Vivia numa floresta, mas adorava ir para uma praia selvagem pensar e descansar, dançar…! Umas vezes ia com o vento, outras vezes ia sozinha, sem pressa, para ver todas as coisas bonitas do caminho.
O vento adorava-a, e por isso, quando os dois passeavam, a fada pena voava alto…pousava no cimo dos pinheiros, e nos montes mais altos. Depois, quando queria…baixava devagarinho, e tocava levemente nas pétalas das flores, que riam felizes pelas cócegas, e por receber os seus mimos.
Abraçava árvores, e borboletas com quem se cruzava, voava pousada nas penas de passarinhos e de águias, fazia carinhos nas joaninhas, e brincava, dançava, ria, e bebia água nas cascatinhas que encontrava pelo caminho, ou as gotas de água que caiam das pétalas das flores. Às vezes até mergulhava.
Quando acontecia de chover, a fada pena abrigava-se debaixo das suas amigas flores, ou das folhas enormes, e cobria-se com elas. Adorava apanhar os raios de sol, que espreitavam pelas árvores e pinheiros até à praia.
Chegava à praia, e deitava-se na areia fofa e branca, aquecida pelo sol de um lado…e fresca…do outro, onde havia sombra. Se estava calor, ela ficava na sombra, se estava frio, ela ficava ao sol.
Um dia, a fada pena estava muito descansada na areia, à sombra, porque o sol era quente, e viu a saltar no mar quase sem ondas, um golfinho feliz. Ela vai ter com o golfinho, encantada, e vê que ele transportava no seu lombo, uma estrela-do-mar que ria às gargalhadas, gritava e escorregava sem cair ao mar, à medida que fazia movimentos delicados, elegantes e harmoniosos. Era lindo de ver!
- Um golfinho…um príncipe dos mares…Uau! Que lindo! E…uma estrela-do-mar…enorme…! – Exclama a Fada Pena.
- Olá Fada Pena…! – Cumprimenta a estrela-do-mar.
- Tu conheces-me? – Pergunta a Fada Pena surpresa.
- Sim! Toda a gente fala de ti, lá em baixo, onde vivo! E as gaivotas…mas eu nunca te tinha visto! – Explica a estrela-do-mar.
- A sério? – Pergunta a Fada Pena.
- Sim! Já muita gente te viu…és mesmo bonita! – Elogia a estrela-do-mar.
- Obrigada! Tu também…e és enorme! – Exclama a Fada Pena.
- Não! Sou pequena…só tu és mais pequena que eu, por isso eu pareço-te enorme…mas não sou! Enorme é este meu amigo! – Explica a estrela-do-mar.
- Verdade! Eu sou enorme à beira de vocês as duas…mas acham que isso é o que mais importa para serem amigas ou passearem juntas? – Pergunta o golfinho.
- Não! – Respondem em coro!
- Mas nunca nos tínhamos visto…! – Diz a Fada.
- Pois não! Estamo-nos a conhecer! – Explica a estrela-do-mar.
- Queres vir dar uma volta, conhecer este espaço lindo? – Convida o golfinho.
            A fada aceita de imediato, salta para o seu lombo, acaricia-o e diverte-se muito risonha e feliz com a estrela-do-mar e com o golfinho. As duas riem, abraçam o golfinho, escorregam no seu lombo, e mergulham, brincam os três. O golfinho ri com as cócegas das amigas e desliza sobre a água como se fosse um barco.
Depois de tanta brincadeira, o golfinho e a estrela-do-mar regressam para a sua casa, e a fada pena vai descansar para a sombra. Deixa as marcas na areia.
Um bando de gaivotas chega à praia, e vê as marcas.
- Temos visitas! – Exclama uma gaivota.
- Huummm… - Todas cheiram.
- Pelas marcas…não me parece das nossas! – Diz outra gaivota.
- Intrusos? – Perguntam todas.
- Temos de descobrir quem é! – Alerta outra.
- Será que é perigosa para nós? – Pergunta outra gaivota.
- Espero que não! – Exclamam todas.
- Vamos seguir as marcas. – Sugere outra gaivota.
- Com cuidado! – Recomenda outra gaivota.
            Patinha à frente, patinha atrás, discretamente e silenciosas, as gaivotas seguem as marcas na areia, de molhado, e quase dão uma grande cabeçada num rochedo à sombra, onde está pousada a fada pena. Quase congelam, quando vêem a fada pena.
- A fada pena! – Exclamam todas surpresas, com um grande sorriso, quase emocionadas.
            A fada pena acorda sobressaltada, e estremece, encolhida ao ver tantos olhos espetados nela, e tantos bicos de volta dela.
- Óóóhhh…que felicidade! – Exclama outra gaivota com um grande sorriso!
- Óóóhhh…é mais bonita do que o que eu imaginava! – Acrescenta outra gaivota, encantada.
- Ai, até me vem as lágrimas ao olhos… Aaaaiiii…! – Diz outra gaivota.
- Já há muito tempo que eu sonhava com este momento. – Confessa outra gaivota com um sorriso aberto.
- Ai…tantos olhos em cima de mim…! – Diz a fada pena.
            As gaivotas sorriem e piam para lhe dar as boas vindas.
- Ai, vão-me comer…? – Pergunta a fada pena assustada.
- Não! – Respondem em coro.
- Porque te haveríamos de comer? – Pergunta outra gaivota.
- Não sei…podiam pensar que eu era um intruso… - Diz a fada.
- Nada disso! - Respondem as gaivotas em coro.
- Já há muito tempo que te queríamos conhecer. – Informa outra gaivota.
- És tão bonita! – Elogia outra gaivota.
- Gostamos tanto de ti! – Gritam as gaivotas em coro.
- Obrigada! – Responde a fada sorridente.
- Principalmente da forma como tu danças, e a luz que transportas…que espalhas por todo o lado, enquanto danças. – Acrescenta outra gaivota.
- Já me viram dançar? – Pergunta a fada muito surpresa.
- Sim! Muitas vezes. – Respondem as gaivotas em coro.
- Só não sabíamos se eras tu, porque só víamos uma luz a mexer…depois disseram-nos que eras tu.
- Dança para nós…por favor! – Pede uma gaivota.
- Agora? – Pergunta a fada.
- Sim! Por favor… - Dizem as gaivotas em coro.
- Está bem! – Responde a fada a sorrir.
            E a fada pena dança para as gaivotas, levemente, rodopia, sobe, desce, deixa rastos de luzinhas a cada movimento que faz. As gaivotas seguem-lhe todos os movimentos, parece que ficam hipnotizadas com tanta beleza e leveza. Dança e faz desenhos na areia, de flores e de estrelas…a areia fica toda brilhante.
            No fim, todas batem palmas, emocionadas, e convidam-na para ir à praia à noite. A Fada Pena agradece feliz e sorridente, e aceita o convite. Nessa mesma noite quente, a Fada Pena vai para a praia, cheia de gaivotas, golfinhos na costa, estrelas-do-mar, sereias, e outros visitantes convidados, para assistir ao espectáculo.
A Fada Pena fica surpresa e feliz. Agradece a presença de todos e começa a dançar levemente…com a ajuda da orquestra de conchas, crustáceos e outros, que tocam instrumentos.
Dança levemente, para cima…para baixo…para os lados, depois em todas as direcções ao som das músicas…rodopia, faz formas geométricas e lindos bailados, com movimentos elegantes, coordenados, lindos. Por onde passa, deixa lindos rastos de luz, e voa por cima do público, enche-os de salpicos de luz.
A praia fica tão bonita com a Fada Pena que parece que todas as estrelas do céu, tinham descido para aquela praia…tal era a luz que a Fada deixava, enquanto dançava.
Todos aplaudem muito, e soltam grandes exclamações de encanto, seguem todos os movimentos dela. A música e a dança contagiam todos do público…os golfinhos as estrelas-do-mar e as sereias saltam e dançam dentro da água, seguindo o mesmo ritmo e as mesmas músicas que a fada, e sempre de olhos postos nela. No público também todos dançam, e há muitas palmas.
Desde essa noite, a Fada Pena dá espectáculos na praia todas as noites. Todos se deixam contagiar e invadir pela linda luz da fada pena.

FIM
Lálá
(17/Julho/2013)


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