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sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O JARDIM CONSTRUIDO PELA MENINA…












foto de Lara Rocha 
            Era uma vez uma pequenina aldeia perdida num monte muito alto. O acesso para aqui entrar era em Terra, e aqui viviam poucas pessoas. Numas casas em pedra, que trabalhavam na cidade, mas todos cultivavam os seus campos. Todos os habitantes eram amigos, respeitavam-se e ajudavam-se…eram como família.
        Adoravam este recantinho da natureza. Certo dia…uma menina pequenina, vai passear com o cãozinho, pela montanha e não muito longe da sua casa, no caminho, a menina depara-se com um cenário desolador que ela nunca tinha reparado. O cão foge para o terreno completamente maltratado, ao abandono…uma parte incendiada e preta…outra parte…com ervas enormes e amontoadas.
Ááááááhhhh…! Nunca tinha visto isto…! Como pode ser? Mas…isto é perto de casa…e eu passo aqui…Como é que nunca tinha visto…? Que feio…! Não acredito! Quem foi o criminoso que fez esta maldade? Isto não pode ficar assim…A mãe natureza deve estar muito, muito mesmo muito zangada por lhe terem feito isto! Tenho de dizer aos Avós, aos Tios e aos meninos que este sítio é muito feio…e não pode ser…feio! Tudo aqui é lindo, mas este pedaço não! Que horror…Onde é a entrada para aqui…? - exclama a menina chocada com o que estava a ver 
        A menina começa a procurar, e de repente passa um rebanho de ovelhas e cabras a bramir. Elas param.
Óh, óh…ovelhinhas, cabrinhas, bodinhos, cabritinhos e todos…os outros… por favor…preciso da vossa ajuda. Olhem…quando tiverem muita fome…ou…fome…comam estas ervas horríveis, está bem? Mas não demorem muito está bem? Arranjem fome rápido…é que eu preciso de entrar aqui…neste terreno…quer dizer…eu gostava de entrar, mas nem sequer vejo a entrada. Será que tem entrada…? Se a encontrarem digam-me está bem? Será que…elas me entenderam? Aaaaaahh…acho que não…Que pena…queria tanto entrar aqui, e queria tanto ver isto de outra maneira…! Anda bicho… vamos dar uma voltinha…não quero ver mais esta coisa feia…tudo preto…e assim…cheio de ervas que parecem cobras gigantescas de pé! Sou tão pequena…que não posso fazer nada por isto…sozinha! Óhhh…porque é que eu ainda sou tão pequena…se eu já fosse grande, já podia fazer alguma coisa por isto, tratar deste pedaço de terra…plantar aqui coisas…! E estas…também já vi que não vão fazer nada! Eu volto aqui mais tarde com alguém crescido.
        A menina continua a andar, triste. O rebanho cheira as ervas daninhas, e come-as todas, num abrir e fechar de olhos…fica tudo limpo, e deixam um portão de madeira à mostra. Depois de as comer, voltam para a sua corte. A menina passa por ali novamente e nem quer acreditar no que vê.
Ááááhhh…mas…onde estão as ervas chicotes…? Claro...As ovelhinhas…as cabrinhas…os bodinhos e os outros comeram-nas! Boa…! Obrigada! Mas…este portão não estava aqui…Ou…se calhar devia estar tapado com as ervas…óhhh…muito obrigada amigas e amigos…Será que se pode entrar? Eu…vou entrar…anda bicho! Vamos ver o que há ali.
        Ela abre o portão, e entra, mas vê outra vez o terreno queimado de um lado, e do outro lado, um pedaço de terreno seco, sem uma única flor.
Óóóhhhh…não há uma única flor aqui…mas…como é possível…?
        De repente levanta-se uma forte ventania e leva Terra pelo ar. Juntamente com a Terra e com o vento, vem sementes de flores a voar, uns nabinhos de mais flores no bico de uma cegonha, e outras flores são trazidas nas patinhas de um bando de lindas borboletas. A menina fica estarrecida a olhar para aqueles animais…o que irão fazer…? Ela fica a ver. Depois da ventania parar, uns passarinhos pequeninos saltitam em cima da terra para a assentar e alisar. A cegonha e as lindas borboletas abrem buraquinhos e lá colocam os nabinhos e sementes de flores, tapam-nas delicadamente, espalhadas por todo o terreno…é lindo de ver! A menina sorri deliciada ao ver aquele movimento todo. No fim de plantarem, todos batem palminhas, e a voar vem uma séria de fadinhas pequeninas, levezinhas, lindas, brilhantes, de várias cores, com regadores, e despejam a água em cima da terra, e das flores. Ááááááhhhh…! Que lindo! A menina vê encantada, com um sorriso e todas batem palmas, a menina também.
Ááááááhhhh…que lindo! (sorri) O que vai sair daqui…? Plantaram qualquer coisa… Muito obrigada, amigas! Como é que adivinharam que eu queria plantar alguma coisa aqui…? Estava tão feio! Mas…sozinha…sou tão pequena, que…não ia conseguir! Muito obrigada! E muito obrigada, vento…porque limpaste toda aquela terra. Que bom! Não sei o que vai nascer aqui…mas…de certeza que vai ficar muito mais bonito do que estava!
        A cegonha, as borboletas, os passarinhos e as fadinhas batem palminhas sorridentes e retiram-se.
O que haverá mais para a frente…? Será que vive alguém aqui…? E animais? Haverá… - pergunta a menina, feliz 
        De repente…enquanto a menina pensava, e tentava descobrir as respostas, passa por ela a correr um lindíssimo unicórnio e vai para o campo, igualmente seco, mas com alguma erva e um laguinho. A menina assusta-se, mas segue o Unicórnio para ver onde vai.
Óóóhhhh…coitadinho do Unicórnio…isto está tão seco…como é que eles arranjam alimento? E…onde é que vão beber água? Um lago…? Deve ser ali (espreita) Óóóhhhh… não tem água…! Que mau! Coitadinhos dos bichos…Vou pedir aos adultos para me ajudar a encher isto…os bichos não podem ficar sem beber…nem sem comer. Devem ir comer e beber a outro sítio…mas não é justo…se eles vivem aqui…devem ter aqui tudo! - diz a menina 
        A menina acabei de fazer isto e por cima do lago aparecem várias nuvenzinhas, a estourar de água…pesadíssimas…encostam-se umas às outras, abraçam-se, e despejam litros de água que num instante enchem o lago…e outras nuvens maiores, juntem-se e enchem o depósito de água…uma água muito limpa, pura e fresca. A menina fica estupefacta, surpresa e encantada…maravilhada. Ela molha as mãos e a cara na água do lago, com um grande sorriso, e bebe a água do depósito.
Ááááhhh… que boa! - suspira a menina sorridente 
Podes beber à vontade…é pura…limpa…fresca…e nunca faltará água para os animais que aqui vivem! - convida a nuvem, sorridente 
Óóóhhhh…muito obrigada, nuvens…Eu estava triste, porque passei por um unicórnio e…pensei que…como estava tudo seco…ele não teria que comer nem beber! E se houvesse aqui mais animais também…coitadinhos! Eu queria trazer-lhes água…e comida…encher este lago…mas…sozinha…não podia fazer nada…nem conseguia sou tão pequena…que só podia fazer alguma coisa com os grandes! Muito obrigada, nuvens! - comenta a menina sorridente, e feliz 
Voltaremos! - garantem as nuvens 
        A menina olha em volta e não vê uma única erva…mas vê uma série de casais de coelhos.
Óóóhhhh…que lindos coelhinhos. Vivem aqui…? Não tem que comer.
Comemos e bebemos noutros sítios, mas vivemos aqui! - diz a coelhinha 
Água já têm ali…no lago! Podem beber…! - diz a menina 
        Os coelhos desatam a correr para o lago e ficam felizes, maravilhados a contemplar a água! Deliciam-se com a água e um deles assobia…e aos coelhos junta-se uma manada de unicórnios, cavalos, éguas que correm livremente, e pássaros…e outros animais que se reúnem à volta do lago para beber e refrescar-se, felizes. A menina observa maravilhada, sorri.
Que liiiindoooss…! Tantos animais que vivem aqui. Só falta comida para eles…
        A menina diz isto, e de repente vê várias famílias de joaninhas e borboletas, a ajudar os anões a semear relva e erva e outras plantas, tenras e suculentas para alimentar todos os animais. Elas alisam a terra, abrem os buraquinhos, e plantam e tapam. As nuvens aparecem novamente e despejam toneladas de água pelo terreno todo. Todos apreciam deliciados, batem palmas.
Muito em breve, todos terão alimento mais que suficiente para não precisarem de procurar noutros sítios! - diz um anão a sorri
(Todos batem palmas e a menina saltita feliz e sorridente).
Muito obrigada, anões, anãs, joaninhas, borboletinhas, e nuvens…! Eu queria que estes bichos tivessem todos alimento…mas sozinha…não podia, nem conseguia fazer nada. Agora, estou muito, muito feliz! Estava tudo tão feio…seco…escuro…maltratado…muito obrigada, amigos…agora…tudo está a ficar muito mais bonito! Faltava aqui…também…mais árvores…para dar sombra e fresco para os animais… - diz a menina sorridente 
        Os anões prontamente, e em conjunto com passarinhos e joaninhas, e formigas, todos plantam sementes de futuras árvores, que farão sombra. As nuvens regam as plantações. Todos batem palmas felizes.
Muito em breve haverá muitas árvores de fruta e que farão sombra. - diz outro anão 
(Todos os animais batem palmas).
Óóóhhhh…muito obrigada!  Agora sim…um terreno que parecia uma gruta…abandonada…vai ficar um recanto de natureza…liiiinndddoooo…! Mas…o que fazer naquele terreno feio, queimado…? - diz a menina 
        A menina diz isto, e nesse terreno queimado, levanta-se uma grande ventania, e varre toda a terra queimada. Depois…outra ventania arrasta sementes de flores, de árvores, erva, e de frutas e legumes que vem não se sabe de onde…pelo ar…e aterram na terra. Os anões vão para lá e com a ajuda das borboletas, dos passarinhos, da cegonha, das fadinhas e das nuvens, o terreno fica repleto de plantações, já bem regadas e muito em breve todos terão uma surpresa muito boa. A menina e todos ficam felizes, batem palmas.
Muito obrigada a todos…! - diz a menina a sorrir 
Volta cá daqui a uns dias, e verás o que vai acontecer. - diz a anã 1 a sorrir 
Está bem…tenho a certeza que vai ser tudo muito bonito! Muito obrigada a todos…sem vocês não conseguia fazer nada…por muitas coisas que quisesse fazer por este terreno que era feio, assustador…abandonado…sou pequena…sozinha não conseguia. 
        A menina regressa a casa muito feliz. Os anões e todos os animais melhoram o terreno, plantam mais coisas, concertam o caminho, colocando pedras. Constroem mais fontes e mais lagos com estátuas, constroem mesas e cadeiras para que se possa estar à sombra e a conviver…transformam aquilo numa linda aldeia em miniatura, com casinhas novas para os animais, cafés, restaurantes…! De noite, os índios das estrelas e da floresta lançam estrelas brilhantes sobre as plantações e alguns dias mais tarde, tudo começa a nascer! A menina volta lá, e todos apreciam as belezas que começam a despertar da terra, e passeia pela aldeia, vê as obras feitas e convive alegremente com os animais. E rapidamente…tudo cresce…lindo e fresco…a relva forte, grande, tenra, suculenta, e fresca que alimenta todos os animais, e de seguida nascem centenas de flores por todo o lado…muito variadas, com uma cor só, e com cores misturadas. Todos os animais convivem e caminham livremente, felizes, naquele espaço novo. E esse terreno que era assustador, estava ao abandono, com o trabalho em conjunto, a dedicação e o carinho de todos, renasceu mais um recanto de natureza maravilhoso. Todos batem palmas, felizes
Muitos parabéns, e muito obrigada a todos vocês! Graças a todos, graças à vossa dedicação, carinho e amizade…e por terem trabalhado todos juntos, tornaram possível a vida e a paz entre a Natureza…! Graças a todos vocês, o meu sonho tornou-se possível e realidade. (p.c) Está tudo lindo. - diz a menina a sorrir 
        Todos batem palmas, e fazem um lanche colectivo, onde cada um levou alguma coisa, e juntaram tudo numa grande festa, todos convivem alegremente, comem, bebem…umas cigarras, uns grilos, uns sapos, umas rãs, e uns passarinhos, que pertencem todos a um coro, cantam e tocam, alegremente, os outros dançam, riem, cantam, batem palmas…! Há muita água e muita comida…ar puro, erva, flores de todas as cores e feitios e tamanhos…e todos adoram viver lá…todos são felizes! Pois é…não se esqueçam…todos precisamos uns dos outros, e não fazemos nada sozinhos. Cada um sabe fazer uma coisa, todos sabem fazer as mesmas coisas…e todos juntos se completa um projecto. Para concretizar uma obra são precisas mais que uma pessoa…e para construir o que quer que seja, são necessárias muitas pessoas. O importante é sabermos viver e conviver uns com os outros, respeitarmo-nos uns aos outros, e aceitar o que cada um nos dá…todos aprendemos uns com os outros…e com os outros…a nossa vida é muito mais feliz e rica…recheada! Não se esqueçam de ser amigos…e todos juntos podem fazer coisas muito bonitas…tornar o nosso Mundo muito mais agradável e feliz.

FIM
Lálá
(24/Agosto/2012)


 

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