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quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Castelinho de sonho

      



  Era uma vez uma menina que sonhou com um castelinho, mas não era igual aos que ela já tinha visitado com os pais. Este ficava escondido numa floresta, por onde era preciso passar, com pequeninas surpresas. 
    Cascatinhas, borboletas gigantes e cheias de cores, que esvoaçam à frente de quem passa, agulhas de pinheiros pequeninos, e troncos fininhos de árvores que adoram passar carinhosamente pelos cabelos das pessoas, e estas ficam todas arrepiadas, sorriem, riem de cócegas. 
    Passar por árvores que parecem ter olhos e sorrir para os visitantes, sentir um cheirinho tão agradável a mentol fresco, a flores, vê-las aos seus pés, ao lado, na relva, tão grandes e tão bonitas! 
    Ver pássaros e ouvi-los, de todas as espécies a chilrear, cada um com o seu cantar, parece uma sinfonia confusa, a desfilar diante dos olhos. Cada qual o mais bonito, cheio de cores, passam à frente da menina, e ela acaricia-os. 
    A paisagem é encantada, mágica. De repente, ouve uma música alegre, olha para todo o lado, e vê um jovem palhacinho, sorridente, mascarado, a dançar e a tocar, aos pés de uma árvore. 
    Para de tocar, olha para a menina, faz uma vénia, e com um sorriso, estende o braço, convida-a a entrar naquela árvore.
- Olá menina bonita, entra! Muito bem vinda. 
- Olá! Adorei a tua música. Mas entro aí na árvore? Como?
    E o palhacinho tira uma chave dourada do bolso. A árvore está cheia de fechaduras. 
- Tanta fechadura! Qual é a que pertence a esta? 
- Experimenta. 
- O que tem lá para ver? 
- Verás! 
- Mas... 
- Experimenta.
    A menina fica preocupada, experimenta várias fechaduras, que não abrem, até que uma delas abre. 
- Boa! Conseguiste...agora...fica à vontade! 
- Tu não vens comigo? 
- Não! 
- Mas, porque não? Como é que eu me oriento ali dentro? 
- Não precisarás de ninguém para te orientar. Quando entrares, saberás. É para explorar! Vais adorar. 
- Obrigada… 
    A menina entra, com medo, e começa a explorar todo o local. A entrada é uma gruta, cheia de cristais, uns transparentes, outros coloridos, tem um pequeno lago, com água a borbulhar, transparente, com peixes de vários tamanhos e cores. 
    Por cima dela, lindos candeeiros com uma boa luz, e outros que variam a intensidade das luzes, as cores: umas mais fortes, outras mais suaves. 
    Ela fica surpresa, encantada, solta grandes exclamações, e sorri. 
- Áh! Que lindos. 
    De repente, olha para o lado e dá um grito, porque vê um bando de morcegos pendurados, a dormir, enrolados nas suas asas. 
- Que coisa horripilante é esta? 
    E desata a correr, por um corredor, com armários, até uma sala, luxuosa, onde se senta numa cadeira poltrona de cor azul, macia, de veludo, para recuperar o fôlego. 
     Na sala havia uma mesa, com cadeiras e uma varanda. 
- Deve morar aqui alguém…! Que cadeira tão bonita, macia...confortável. Será a casa daquelas criaturas nojentas, penduradas? 
    Ouve uma voz: 
- Estás enganada! Aquelas criaturas horripilantes, são morcegos inofensivos, a dormir. Não é deles, eles estão aqui, porque são nossos amigos. 
- Quem está a falar?
    Aparece à sua frente, uma menina de cabelos longos, da sua idade, e do seu tamanho, a sorrir. 
- És tu que moras neste castelo? 
- Sim. Anda conhecer o resto!
- Mas aquele palhacinho que toca lá fora, dá a chave a toda a gente? 
- A toda a gente não! Só a quem ele sente que é uma boa pessoa. É que sentimo-nos muito sozinhos, e adoramos receber visitas de pessoas especiais, como tu. 
- Onde está a tua família? 
- Está ali. 
    A menina dá-lhe a mão, abre a varanda da sala, e leva-a para um belo jardim, onde estão os pais e os irmãos, a apanhar sol, confortavelmente deitados em colchões, sorridentes.  
    Os cães da família, que correm atrás das bolas das crianças, brincam uns com os outros, aproximam-se dela, cheiram-na, ela faz-lhes carinhos, e eles lambem-na eufóricos. Ela ri-se. 
- Eu gosto muito de cães! Tão fofinhos, estes. Também tenho cães. 
    Dão as boas vindas à menina visitante, de forma tão carinhosa como se fosse família. Conversam com ela, os irmãos e a menina convidam-na para dar um mergulho na piscina de água quente, tão bonita, tão agradável, que borbulha como um jacusi, não dá vontade de sair de lá. 
    Saltam, brincam, riem, conversam umas com as outras, com brinquedos, mergulham, e chega um grupo de senhoras, muito simpáticas, que trazem a comida. 
    Um banquete, que ela nunca tinha visto, tudo com um ar delicioso, dizem para ela comer tudo o que lhe apetecesse. Ela agradece. 
    Depois da barriguinha cheia e muita diversão, mostram-lhe o resto do castelo, com quartos grandes, mobiliário muito bonito, varanda, com vista para as montanhas distantes, muito altas, algumas com neve nos picos, e para a floresta.
    Cada quarto tinha fotografias, luzinhas de presença que se ligava antes de dormir, em forma de estrelas, como se estivessem no espaço. 
    Cada um com a sua casa de banho privativa, luxuosa, as camas confortáveis, bonecos e brinquedos no quarto dos mais pequenos, livros, secretárias, armários com roupas, e tudo muito bonito. 
    De repente, percebem que se está a formar uma tempestade, e avisam a menina para voltar para casa dela, guardar a chave, e seria sempre muito bem vinda àquele castelinho. 
- Uma tempestade? Mas estava um dia tão bonito, tão quente! 
- Pois estava, mas aqui é mesmo assim, de repente, tudo muda, e as tempestades visitam-nos. 
    A menina agradece, acompanham-na até à porta, a conversar alegremente, abraçam-se, dão dois beijinhos, desejam boa viagem, e que chegasse a casa antes da tempestade. 
    Ficou prometida uma nova visita, deu um abraço ao palhacinho que lhe deu a chave, e no sonho, quase a chegar à sua casa, a menina percebeu que também se estava a formar uma tempestade. 
    Na realidade acordou com um grande e estrondoso trovão, e uma grande chuvada. Ela acorda assustada, os pais vão ao quarto dela, e veem-na sentada na cama. 
- Então filha, dormiste bem? - pergunta a mãe 
- Sim! Vim agora da floresta, ainda bem que cheguei a casa antes da tempestade. Lá na floresta também se estava a formar, por isso é que acharam melhor que eu viesse embora antes da tempestade. Afinal, aqui também vai haver uma tempestade.
- Sim, já começou! - diz o pai 
- Mas qual floresta é que estás a falar? - pergunta a mãe 
- A floresta que visitei, tinha coisas muito bonitas, uma paisagem mágica, borboletas gigantes, pássaros de todas as espécies, cores, passei lá umas horas muito boas, com um palhacinho muito simpático que tocou uma música, deu-me uma chave dourada, para eu experimentar num monte de fechaduras e ver qual abria. 
    Abriu uma, e conheci um castelo tão bonito, com pessoas tão simpáticas, animais, comi petiscos deliciosos, brinquei muito com eles, os cães eram uma fofura. Os quartos eram todos bem decorados, as paredes tinham estrelinhas que acendiam à noite. Adorei! 
- Mas não te vimos, nem ouvimos sair... - comenta o pai a rir 
- Óhhhh...foi um sonho? - pergunta a menina desiludida e triste? 
- Sim! Estás na tua cama, no teu quarto...- diz a mãe 
- Óh!
- Acordaste com o trovão, não? - pergunta o pai 
- Sim. Pensei que foi verdadeiro! Foi tão bonito. - comenta a menina 
- Claro! - dizem os pais 
- Mas foi só um sonho. 
- Eu queria que tivesse sido verdadeiro...! - diz a menina triste 
- Esquece o sonho, a noite já acabou, o sonho foi com ela. Vá, vamos tomar o pequeno almoço, e fazer outras coisas, porque hoje não dá para ir lá para fora. - diz o pai 
- Está bem. - diz a menina triste 
- Podes escrever esse sonho, se foi assim tão bonito! - sugere a mãe a sorrir 
- Tu também escrevias os teus sonhos?
- Alguns. 
- Boa ideia. - diz a menina a sorrir 
- Mas primeiro tomamos o pequeno almoço. - lembra o pai 
- Está bem. 
    A menina levanta-se, e vai com os pais para a cozinha. Tomam o pequeno almoço, conversam alegremente, e fora de casa, a tempestade continua. 
    No fim do pequeno almoço, a menina segue a sugestão da mãe: escreve o sonho, sorridente. 

E vocês, se fossem passear por uma floresta, como esta menina, como seria? 
O que viam pelo caminho? 
Tinham um palhacinho à vossa espera? 
Ele dava-vos a chave? 
Seria dourada? 
Como seria a entrada do castelo, e todo o seu interior? 
Podem imaginar como quiserem, e deixar nos comentários. 

                                       FIM 
                                  Lara Rocha
                                 9/Outubro/2024  

    
    

4 comentários:

  1. Que sonho lindo. Eu veria muitas espécies autóctones pelo caminho até ao Castelo. Em vez de um palhaço, teria um gato gigante para me abrir a porta.
    O Castelo teria pessoas amáveis e muitos animais, flores e tudo o que se possa imaginar.

    Às vezes os sonhos são melhores do que a realidade. Porque é que tentamos acertar, mas muitas vezes acabamos por errar e por nos magoar😢.

    As palavras têm o poder de magoar e muito, mas quando venho aqui acabo sempre por me animar.

    P.S: Um dia ainda vou encontrar pessoas boas, encontrei algumas no estágio por exemplo😉.

    Beijinhos,
    Mariana.

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    1. Olá Mariana,
      Muito obrigada pela visita, comentário e palavras tão simpáticas. Encontrar muitas espécies autóctones, pelo caminho e um gato a abrir a porta, também seria muito giro, tal como encontrar boas pessoas, amáveis, a habitar o Castelo, cheio de coisas boas e bonitas!
      Que bom, fico muito feliz que o meu blogue consiga ter um efeito "calmante" e "animador" nos leitores 😃💓 é verdade; as palavras têm mesmo muito poder, o ideal é que utilizemos as palavras positivas, agradáveis, simpáticas, que "curam", embora nem sempre tenhamos essa vontade porque também recebemos palavras que nos magoam.
      Mas como a Mariana disse, ainda existem pessoaa boas, e são essas que vamos aprendendo a conhecer, são essas que devemos ter próximas de nós e "aprender" com elas, são essas que nos preenchem 😺 que bom que encontrou pessoas boas no seu estágio!
      Volte sempre 😉😃 até já.
      Lara

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  2. Boa noite.

    Sabe qual é o problema, é que foi pedir desculpa aqueles que me trataram mal.
    Contudo aquilo é uma seita das piores, na realidade não me identifico com aqueles valores, no entanto sou a favor da liberdade de expressão. Acho que eles erraram mais comigo do que eu com eles, porque expuseram coisas que disse em privado, eu só disse aquilo que pensava sobre eles.

    Acabei por fazer um vídeo a desabafar tudo aquilo que fizeram comigo, tanto dentro como fora do YouTube. Contudo apesar de me ter desculpado eles foram bastante desagradáveis. Um deles não parava de me destratar🤦‍♀️.

    Sou boa pessoa, como tal tenho de me cercar de pessoas com energias positivas😊.

    Daqui por mais uns tempos, vou fazer estágio de terapias assistidas com animais e espero conseguir ajudar muita gente. Tenho os meus animais, posso fazer terapia com eles. Com o Nilo por exemplo (um dos meus coelhos).

    Vou seguir em frente e um dia todos aqueles que gozaram comigo irão engolir as palavras😉🥰.

    Gostei bastante de estagiar no zoo, pois pude estar ao ar livre e cuidar dos animais. Também gostava de ter ido à clínica, mas isso farei noutra altura🥰😉.

    Continuação de um bom trabalho🥰.

    Beijinhos,
    Mariana.

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    1. Olá Mariana! É isso mesmo. Aprendeu bastante com certeza, conheceu e conhecerá boas pessoas. É bom dedicar-se ao que realmente gosta e que a faz sentir feliz, realizada! E verdade, muitos dos animais transmitem boas energias. Obrigada pela visita e novidades. Continuação de muitas coisas boas para a Mariana. Volte sempre :) Beijinhos.
      Lara Rocha

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Muito obrigada pela visita, e leitura! Voltem sempre, e votem na (s) vossa (s) história (s) preferida (s). Boas leituras