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sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Os olhos dourados do bebé

      Era uma vez um bebé, que vivia numa floresta com os seus pais e família, numa árvore. Quando estava calor, dormiam num monte de relva fofa, macia, aos pés da árvore, e quando estava frio, dormiam dentro da árvore. 

     Durante o dia aproveitavam o calor natural do sol, e a sombra, no cimo da árvore. Todos se conheciam nessa floresta, e de vez em quando, era visitada por pessoas.

  Um dia de Verão, um grupo de crianças foi com adultos visitar a floresta, de dia. De repente, viram um lindo bebé a dormir em cima da relva fofa, aos pés da árvore, coberto por uma mantinha. 

  Os pais estavam no cimo da árvore, descansados, porque sabiam que o bebé estava em segurança, e sempre vigilantes. Os vizinhos também davam uma olhadela. 

   Os visitantes aproximaram-se, deliciados com a beleza do bebé. Quando este abriu os olhos, eram de cor amarelo dourado, de pestanas longas, cabelos que pareciam penas, muito bem tratados e luminosos, brancos com tons azulados. 

     Era uma fofura. Os visitantes assustaram-se, e o bebé também. Um adulto descansou o bebé, a sorrir: 

- Olá pequenino, não te vamos fazer mal. Que lindo que tu és! 

    O bebé retribui o sorriso. 

- É um animal bebé… 

- Não! Acho que é humano. 

- Os humanos não têm esta cor de olhos, e a cara dele, não parece humana, igual à nossa. 

- Mas é muito bonito! 

- É. 

    Os pais desceram, e aproximaram-se, eram uns lindos pássaros de uma espécie rara, com penas enormes, de muitas cores, pareciam pavões, olhos igualmente amarelos dourados que brilhavam. 

 Todos ficam espantados, com a beleza deles, surpresos. 

- Áh! Que lindos, estes pássaros. 

- Diz outro adulto. 

- Nunca os tinha visto! 

- Nem eu. 

 Cumprimentaram os visitantes, abrindo as gigantescas e longas penas. 

- Olá! 

- Olá. 

- Que pássaros tão bonitos, são de uma espécie rara, não? 

- Sim! 

- Mas temos mais família aqui. - acrescenta o pássaro 

- E são parecidos convosco? - pergunta um adulto 

- São. - respondem os dois 

- Nunca vimos esta espécie por aqui. - diz outro adulto 

- Pois, é normal. Nós não estamos sempre em exposição. 

- Áh, claro. 

- Este bebé...conhecem? - pergunta um adulto 

- Sim, conhecemos! 

- É nosso filho. 

- Filho? - perguntam todos 

- Sim, não sabem o que são filhos? - pergunta a mãe 

- Sabemos, claro, mas...não estávamos à espera de ver assim uma família tão diferente e tão bonita. - diz uma adulta 

- Mas deixam o bebé aqui assim, sozinho? - pergunta outra adulta 

- Ele não está sozinho, temos vizinhos que vão deitando o olho, e nós também estamos ali em cima, sempre vigilantes. - explica a mãe 

- Áh! E conseguem vê-lo dali? 

- Perfeitamente! - diz o pássaro 

- Já sabemos as horas a que ele adormece, a que ele acorda, quando se assusta, tal como vocês, humanas. É que lá em cima está calor para ele. - explica a mãe 

- Claro! - dizem todas 

   A mãe pega no bebé e todos ficaram muito surpresos, porque pensavam que era um bebé humano. Afinal, era um bebé pássaro, de uma espécie rara, com peninhas pequeninas pelo corpo todo, em tons azulados, com os olhos amarelos dourados, peninhas na cabeça, e umas garrinhas que impunham respeito. 

- Áhhhh! - Exclamam todos 

- É um passarinho bebé? - pergunta uma criança 

- Sim! - dizem todos 

- Pensávamos que era um bebé humano como nós. - diz uma adulta a rir

    Os pássaros riem e os visitantes também. 

- Mas ele não tem nada de humano. - diz uma adulta 

- Pois não, agora que vimos, mas enquanto estava deitadinho, todo enroscadinho, a dormir, cobertinho, pensávamos que era um bebé. 

- Óh, tão fofinho! - suspiram todos os humanos, encantados 

- Que lindo! - diz outra humana 

- Ele não tem as penas iguais a vocês, pais! - repara uma criança

- Tu também não és igual aos teus pais, pois não? - pergunta a mãe 

- Dizem que não…! 

- Claro que não. Desculpe a indiscrição (ri) são crianças. - diz outra adulta 

- Ora essa, sabemos bem como são as crianças. Faz parte, e é bom que elas reparem nessas diferenças! O nosso filho pode também não ter as mesmas cores que nós, quando crescer, ou pode ter algumas. Não sabemos, mas pela família...não tem acontecido, os filhos serem muito parecidos ou iguais aos pais. - explica a mãe 

- Com certeza. Nós humanos, também não somos iguais, dentro de casa, ainda mais diferentes, fora. - diz outra adulta 

- Ele ainda vai ganhar cor nas peninhas, estas vão cair, e vão nascer umas coloridas, como as nossas. Quando nascemos, temos estas cores azuladas, mas à medida que vamos crescendo, ganhamos outras. - explica a mãe 

- Áh! Que giro. É como o nosso cabelo quando somos bebés, e crianças, e a cor de olhos, ou os traços da cara. - acrescenta outra adulta 

- Pois. Ele ainda não anda, nem voa. 

- Tem tempo! - diz outra adulta 

- Claro que sim, e nós também, porque a infância é a idade mais bonita e passa tão rápido. - diz a mãe 

- Mesmo! - concordam todas as humanas e humanos

- Bem, não vos vamos incomodar mais! - diz uma humana 

- Não incomodam. - diz a mãe 

- Já estamos habituados a receber visitas. - diz o pássaro pai 

- Voltaremos noutro dia. - diz uma adulta 

- Quando quiserem. - diz a mãe 

- Obrigada, e desculpe. - diz outra adulta 

- Foi um gosto! - diz a mãe 

    Cada um faz festinhas ao passarinho pequenino, os seus olhos brilham mais intensamente, e sorri. Todos retribuem a doçura com um sorriso e carinhos. 

- Voltaremos. - dizem todos 

    E como prometido, passados uns dias, o grupo estava lá outra vez, brincaram com o passarinho, e com os pais, riram muito. 

  O passarinho cresceu, e o grupo acompanhou as mudanças das penas, realmente, tão bonitas como as dos pais. 

    Estes ganharam um amigo para a vida, foram muitas vezes à floresta, brincar e conversar com o passarinho que cresceu rapidamente, mas adorava correr com as crianças, brincar com elas, mostrar-lhes sítios encantados. 

   O pássaro dava abraços carinhosos, com as penas que se foram tornando longas, e tanto as crianças como os adultos adoravam-no. 

    Entretanto, chegou o Inverno, o passarinho e a família protegiam-se dentro das casas, nas árvores, no conforto das lareiras. 

   Mesmo assim saiam para apanhar sol, brincar na neve com as crianças e os adultos que continuavam a acompanhá-los. 

   Os pais dos diferentes pássaros também iam, com os filhotes, brincar com os adultos e as crianças na neve. Bebiam chá quente, que os pais faziam, faziam bonecos de neve, riam muito, eram momentos muito divertidos. 

  Todos ganharam uma amizade, como uma grande família. Realmente, nem tudo o que vemos primeiro, é a realidade! 

                                        FIM 

                                  Lara Rocha 

                                 29/Agosto/2024 

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