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quinta-feira, 21 de março de 2024

Jardim confuso

     Era uma vez um jardim muito confuso, onde se encontravam coisas confusas, que nunca se poderia imaginar. Havia tulipas e girassóis que dormiam de dia, e ficavam acordados de noite, conversavam a noite toda, dançavam, cantavam, passeavam pelos campos, e voltavam pouco antes do nascer do sol aos seus lugares. 

    Encontravam-se pinguins que vinham da Antártida, com pedaços de gelo metidos numa mochila até esse jardim, e construíam os seus iglôs à sombra, por trás da grande cascata. O gelo não derretia, e ultimamente, viam-se cada vez mais pinguins a fazer maratonas para ir buscar gelo, e instalar-se no jardim. 

    Havia tartarugas que andavam tão rápido, e faziam corridas pela cidade, com direito a prémio para a que chegasse mais rápido a um determinado ponto da cidade. Outras tartarugas subiam às árvores com tanta facilidade como os macacos e esquilos, Kualas e pássaros. 

    Ouviam-se sapos a grasnar como os patos, e a fazer buracos na terra, como as toupeiras, toupeiras que coaxavam, rãs que cantavam ópera, lagartixas acrobatas, gatos rappers a dar espetáculos para todos. 

    Viam-se gaivotas penduradas em ramos de árvores, com as cabeças para baixo, à procura de peixe, e a dormir, morcegos que gritavam, e batiam com as asas como se estivessem a aplaudir, dormiam pendurados em cogumelos nas raízes das árvores. 

    As joaninhas a andar nas costas de caracóis, deitavam-se, de óculos de sol, e apanhavam sol, enquanto os caracóis andavam na sua lentidão. Quando recolhiam, as joaninhas iam para flores. 

    Flores que guinchavam, outras estavam sempre a rir, outras sempre a choramingar sem motivo, outras a dançar, outras bordavam lindos paninhos, outras teciam com a ajuda de aranhas, cortinas e vestidos, capas para as galinhas, cobertores para cães. 

    Depois, tudo era transformado no que fosse preciso. Ouviam-se lobos que faziam o som dos golfinhos, e golfinhos que uivavam muitas vezes por dia. 

    Nas tocas, havia coelhos que faziam construções, outros distribuíam refeições, serviam almoços, jantares, pequenos almoços e lanches, para quem mais precisava. 

    Cães que eram sapateiros e outros costureiros, muito vaidosos, mas ficava tudo perfeito, e muito bonito. Cadelas cabeleireiras e cisnes barbeiros. 

    Galinhas que vendiam num supermercado, onde havia tudo o que era preciso, galos padeiros, veados e porcos artistas a fazer bolos, a cozinhar, patos que eram médicos. 

Não faltava nada neste jardim, nem a confusão! 

                                          Fim 

                                    Lara Rocha 

                                    21/Março/2023 

Que outras coisas confusas poderiam encontrar, vocês leitores, neste jardim? 

Podem deixar nos comentários. 

4 comentários:

  1. Mas que grande confusão e que boa maneira de dar características humanas aos animais :)
    Beijinhos,
    Mariana Carramate.

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    Respostas
    1. Olá Mariana, muito obrigada pela visita e comentário :) É verdade, é mesmo confuso, mas tem a ver com características humanas, e a forma como às vezes nos sentimos!
      Beijinhos,
      Lara Rocha

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  2. Sim às vezes o nosso cérebro é um misto de emoções :(, quando são negativas é complicado.
    Continuação de um bom trabalho :).

    Beijinhos,
    Mariana.

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  3. Olá Mariana, é verdade! O ser humano é mesmo assim 😀 por vezes confuso, caótico, outras vezes, um jardim claro, leve, colorido, luminoso... 😅😀 ou com uma parte bem cuidada, bonita e outra(s) mais obscura, confusa como o jardim.
    Obrigada por me acompanhar e participar.
    Continuação de bom trabalho para si, beijinhos.
    Lara Rocha

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