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domingo, 20 de setembro de 2020

As árvores e os balões

         


       Era uma vez um jardim de uma cidade, que parecia igual aos outros, com árvores enormes, umas mais frondosas do que outras, e todas estavam imóveis, aparentemente! Sim, aparentemente imóveis, porque quando não havia ninguém nas ruas, e reinava o silêncio da noite, estas árvores divertiam-se a jogar aos balões. 

        Isso mesmo! Todos os dias, algumas crianças deixavam fugir balões, para grande tristeza delas, que voavam das suas pequeninas mãos, ou dos vendedores, e repousavam nos ramos das árvores, lá em cima, onde não se conseguia chegar.

        Uma das árvores, que era mais sensível, quando os balões chegavam aos seus ramos, desprendia-os, sacudindo-se, ou com a ajuda de outros ramos mais fininhos, e devolvia o balão ao pequenito. 

        Mas nem todas faziam o mesmo, porque também elas adoravam balões e faziam verdadeiros torneios com equipas, entre si. Atiravam vários balões ao mesmo tempo, umas para as outras. 

        Um mocho era o árbitro, e juiz de ar. Dava-se ao trabalho de contar quantas vezes os balões não tocavam em nenhuma árvore, e se saíssem fora daquele espaço onde estavam, ou furassem balões de propósito por estarem zangadas, era-lhes mostrada uma pequena lâmpada vermelha que alguém tinha deixado no parque. 

        As árvores divertiam-se muito, riam, partilhavam os balões, mas também se zangavam, discutiam, ralhavam umas com as outras quando não corria como esperavam. O mocho não admitia que chamassem nomes feios, e castigava se houvesse lutas entre elas. 

        Por cada jogo, somavam pontos e ganhavam elogios. No fim de cada jogo tinham de trocar abraços, encostando e entrelaçando os ramos mais finos, agitando as folhas com as outras equipas, e o mocho seguia com os seus olhos, cada movimento, cada troca de abraço.

        De vez em quando, faziam campeonatos de jogos de balões, que voavam sem parar, de forma desorganizada, violenta e apressada, com a ansiedade e vontade de todas ganharem. O mocho ficava nervoso, e tonto dos olhos, mandava parar os jogos, obrigava-as a relaxar e a jogar com juízo, caso contrário ninguém se entendia e deixava de ser jogo. 

        Ficavam tão nervosas e entusiasmadas que nem ouviam o árbitro. Nessas alturas,  recolhia todos os balões e lançava um forte piar, que quase parecia mais agudo do que os apitos. As árvores arrepiavam-se até à raiz, estremeciam e pareciam congelar. 

        Quando o mocho percebia que estavam mais calmas, dizia: 

- Vamos voltar ao torneio, com juízo, se não, ficam todas sem pontos. 

        Mais calmas, voltavam a jogar divertidas, com os balões até ficarem completamente vazios. Ao nascer do sol, as árvores continuavam no mesmo sítio, e afinal...estes jogos de balões, aconteceram na imaginação de um menino que olhou para uma árvore cheia de balões entalados nos ramos, uns mais cheios, outros mais vazios. 

        Ficou muito curioso sobre o que aconteceria aos balões que fugiam. Para onde iriam? Será que as árvores também gostavam de balões, e de jogar com eles? E vocês? O que acham que acontece aos balões que fogem? Para onde irão? Serão atacados por aves? Ou voarão até se esvaziarem? 

        Podem deixar as vossas respostas nos comentários :) 

                                                          FIM 

                                                          Lálá 

                                                   16/Setembro/2020

       

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