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sábado, 10 de março de 2018

AS FLORES DO JARDIM DOS ABRAÇOS



           Era uma vez um jardim cheio de flores de variadas espécies, todas lindas, grandes, vistosas, com cores encantadoras. Foram todas plantadas por uma civilização de um povo índio, que vivia numa floresta longe da civilização.
         Contam que um dia, cada índio dessa tribo encontrou à sua porta um saquinho de sementes que não sabiam o que eram, nem quem as tinha deixado lá. Pensavam que talvez fosse algum presente de um antepassado.
           Mesmo não sabendo o que iria nascer dali, nem de onde vinham, plantaram-nas com muito carinho. Quando as sementes cresceram, perceberam que iam ser flores. Rapidamente elas começaram a crescer e a mostrar toda a sua beleza de cores nas pétalas.
          Além das maravilhosas belezas que mostravam, estas flores poucos dias depois de estarem enormes, começaram a mexer-se, no sítio onde estavam, mas pareciam dançar sem música.
          Primeiro, os índios não queriam acreditar no que estavam a ver. Discutiram entre eles e pensavam que estavam a ver coisas que não existiam…seria um efeito hipnótico da beleza das flores.
        Depois, voltaram a olhar para o jardim e elas continuavam a mexer-se, os índios acharam tão divertido, mesmo pensando que estavam a imaginar, e mexeram-se com elas, seguiram o seu ritmo e repetiram os seus movimentos. A esses movimentos juntaram as danças deles, e as flores repetiam-nos.
       Os índios ficaram assustados. Que espécie de flores tão estranhas, dançavam e repetiam as danças humanas. Nunca tinham visto nada assim, nem tinham visto tudo, porque além de dançarem, as flores ainda trocavam abraços entre elas, coisa que os índios não faziam.
        Quando as flores se abraçavam, ouviam-se risinhos. Os índios repetiram entre eles, mesmo sem saber que eram abraços. Primeiro copiaram a medo, quase não encostaram os corpos, encostavam-se e fugiam; com olhares desconfiados e tremores, gritinhos, benziam-se assustados.
         Mas ao ver que as flores ficavam com as suas cores mais brilhantes e vistosas, riam, e pareciam mesmo gostar, os índios tentaram outra vez, e sentiram que podia ser bom. Mesmo assim, ainda abraçavam superficialmente.
       As flores continuaram a abraçar-se, e os índios repetiam, até que perceberam que afinal era bom, e gostavam tanto que começaram a dar abraços mais longos, mais carinhosos, e sentiam-se felizes, com uma energia melhor e mais bonitos, com sorrisos mais abertos.
         As flores tinham uma mensagem e uma missão muito importante, que era ensinar os índios a abraçar, e não sabiam, mas elas foram enviadas por antepassados. Quando perceberam que os abraços aprendidos com as flores eram tão bons, tão confortáveis e cheios de coisas boas, estes passaram a fazer parte do seu dia-a-dia, das suas tarefas, muitas vezes por dia, sempre que se encontravam, tal como o dançar com as flores.
            Esta é a lenda das flores do jardim dos abraços.

FIM
Lálá
10/Março/2018

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