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sexta-feira, 18 de novembro de 2016

A aldeia dos esquilos

                                                                             foto de Lara Rocha 

Era uma vez um bairro de árvores ocas onde viviam esquilos, que se davam muito bem. Sempre que algum precisava de alguma coisa, todos ajudavam como podiam. Este ano o Verão tinha sido muito longo, escaldante e seco.
Como já previam no inicio do Outono, e porque já tinham ouvido o esquilo sábio dizer que o Inverno ia ser gélido, muito chuvoso e ventoso, os esquilos fizeram longas caminhadas, durante vários dias por muitos pinhais, e campos.
Foram em grandes grupos, e a cada regresso, vinham carregados com tudo o que conseguiam, tudo o que lhes fazia falta, em grandes sacos resistentes, construídos pelas mãos habilidosas das costureiras, e carrinhos.  
Todos ajudavam a carregar. Andavam cá e lá, enchiam voltavam a casa, guardavam no armazém coletivo, e voltavam a sair; carregavam e voltavam. Pelo caminho cantavam, conversavam, riam, subiam às árvores, com a ajuda uns dos outros, viam a paisagem e ficavam maravilhados, tiravam fotos.
Trepavam vários ao mesmo tempo, atiravam as nozes e os que ficavam em baixo apanhavam as que já tinham caído e as que vinham das árvores. Depois apanhavam pinhas para comer, e cascas de árvores para aquecer as casas, musgo e folhas.
O Outono passou a correr, e o frio começava a espreitar. Os esquilos já conseguiam sentir que o tempo estava a mudar, mas ainda continuavam a recolher mais comida e coisas que precisavam.
Um dia, eles estavam já bem agasalhados a apanhar pinhas, quando o céu ficou cheio de nuvens, depois de terem saído de casa com sol. Caem umas gotinhas de chuva, e eles desatam a correr rasteiros ao chão, com muita dificuldade por causa do vento forte e gelado.
Quando chegaram ao bairro, foram ao armazém público reforçar os alimentos. Cada um encheu as despensas e as salas, entraram e saíram dezenas de vezes, parecia uma grande cidade, e ajudaram-se uns aos outros. Instalaram-se confortavelmente nas suas casas, e aqueceram-nas, as árvores, encostaram-se mais umas às outras.
Um bom esquilo não conseguiu ficar descansado a pensar que as árvores estariam também com frio. Lembrou-se de pedir a cada um uns cobertores, para cobrir as árvores. Como eram muito generosos, não pensaram duas vezes…cada um, deu mais que um cobertor.
Uns esquilos treparam aos telhados das suas casas e agarrados uns aos outros cobriram as copas das árvores com muito carinho. As suas esposas esquilinhos ficaram em baixo a sofrer, muito preocupadas e com uma cama elástica, caso algum caísse. Por um lado estavam cheias de frio, e nervosas, mas também orgulhosas pelo gesto dos seus maridos, e filhotes.
Os cobertores estenderam-se, e porque o bairro tinha a forma de um círculo, cobriram os troncos em baixo também, e as raízes. O ambiente ficou muito mais agradável, quente, confortável e as árvores ficaram felizes.
Com tantos cobertores, a neve que começou a cair quase não entrou, e os esquilos puderam continuar a encontrar-se fora das portas para conviver. Às vezes faziam jantares, e almoços, onde partilhavam alimentos e divertiam-se sempre muito, adoravam estar juntos.
Outras vezes faziam lanches e serões onde os esquilos mostravam os seus talentos: uns liam poesias que escreviam, outros pintavam quadros e mostravam, outros dançavam e tocavam, faziam desfiles de moda, aplaudiam e até se esqueciam do resto do mundo à sua volta.
Não lhes faltava nada! Festejaram o Natal, numa linda e enorme festa, e assim ficaram até que chegou a Primavera, quando saíram das tocas e puderam brincar.

FIM
Lálá
(14/Novembro/2016)

  

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