Número total de visualizações de páginas

segunda-feira, 18 de abril de 2016

As várias atividades da árvore

       
               Foto de Lara Rocha 
 
          Era uma vez uma árvore mágica muito sensível às energias boas e más das pessoas. Mudava o seu tamanho, a sua forma, as cores das suas folhas, mexia-se, abraçava e transformava-se em colo, em berço, em cadeira de encosto e em casa para quem precisasse.
        Quando alguém bom se aproximava dela, ela sorria, enchia-se de folhas que ficavam mais verdes e luminosas, às vezes o tronco ficava mais largo e ganhava novas formas, e quem se encostava a ela sentia-se bem.
          Se alguém estava mais triste ou solitária, a árvore transformava o seu tronco em banco onde a pessoa se sentava, e os seus ramos transformavam-se em braços que a envolviam, ouvia os desabafos, amparava e secava as suas lágrimas, e às vezes chorava com elas, mesmo antes da pessoa se aproximar, mas também tinha sempre palavras agradáveis e bonitas para dizer, consolar, até deixava cair flores no colo da pessoa, por isso ficava melhor.
     Se a árvore sentia que alguém mau se aproximava, umas vezes transformava-se em terra, em pó, em erva ou em cinzas, e voltava como árvore depois de a pessoa ir embora. Outras vezes deixava enormes e grossas raízes de fora da terra, para as pessoas que ela sentia como más ou perigosas não se aproximarem, caiam, e para proteger as outras árvores.
     Brincava com as crianças, e estava sempre atenta para que elas não se perdessem, nem ficassem sozinhas, divertia-se muito com elas, transformava-se em lindas figuras femininas, ou em fadas, e era tão criança como elas. Os pais pensavam que era da imaginação das crianças, porque quando olhavam, ela já estava em árvore outra vez.
    Se sentia que as pessoas estavam doentes, as suas folhas cheiravam a eucalipto e deixava que os passarinhos fizessem ninhos nos seus troncos e ramos…ela ficava deliciada a ouvir as melodias e cantos dos passarinhos, abrigava flores, animais e pessoas aos seus pés e debaixo das suas folhas.    
     À noite, a árvore dava luz, iluminava o parque todo, as outras árvores, e as pessoas que gostavam de passear no parque. Rodava e circulava com a sua luz forte por todo o lado, onde ela sentia energias…como se fosse um farol.
     Além de luz, a árvore ganhava muitas formas e tamanhos para se proteger, e proteger os outros sem darem por ela, descansar e renovar as suas energias, para se encher outra vez de força. 
      Umas vezes borboleta e voava ao sabor do vento, leve, outras vezes pássaros e aves grandes, quando queria ver mais de cima, ou subir aos montes e prédios da cidade, ou candeeiros, e sempre que queria ir à praia com vontade de se molhar no mar transformava-se em sereia, peixe, concha, búzio ou estrela-do-mar. 
      Outras vezes mocho, coruja, pirilampo, outras vezes lobo, flor, cigarra cantora que se juntava aos outros e cantava e dançava com eles, muito divertida, fada do lago para se juntar com as outras fadas do lago e participar nas suas grandes festas, cheias de música, cor, alegria, espetáculos, magia e amizade, e até transparente.   
      Muitas vezes à noite, a árvore dava grandes passeios e voltava sempre ao seu sítio, onde sonhava e era feliz. Era uma árvore realmente sensível, amiga, acolhedora, protetora e cuidadora, tinha muitas formas, nunca se sentia sozinha.

FIM
Lálá
(18/Abril/2016)



Sem comentários:

Enviar um comentário

Muito obrigada pela visita, e leitura! Voltem sempre, e votem na (s) vossa (s) história (s) preferida (s). Boas leituras