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domingo, 25 de outubro de 2015

DO SONHO PARA A REALIDADE




Era uma vez um lindo e solitário Unicórnio aquático que vivia entre as profundezas do mar, numa bela praia muito limpa, de areias e águas cristalinas. Um dia, enquanto descansava com a sua família, sonhou com uma linda e mágica unicórnio aquática. Tão linda, elegante e sensual que ele ficou apaixonado por ela, mesmo sem nunca a ter visto antes. No sonho, os dois passeavam juntos pela praia, conversavam, fixavam o olhar um no outro, corriam, e até dançavam ao som de melodias e canções tocadas pelas sereias.
Acordou com um olhar apaixonado, o coração a bater muito depressa e um sorriso brilhante. Mas quando olhou em volta, estava no mesmo sítio e, apenas com os seus pais a quem ele amava, é claro, mas queria encontrar alguém especial, que o preenchesse…a sua cara-metade. Então, percebeu que tinha sido um sonho bom, mas pelo sim pelo não, ele foi à praia, ver se ela estaria lá! Não estava…voltou para a sua casa e aquela imagem tão bonita não lhe saia da cabeça.
Durante vários dias, o Unicórnio sonhou com ela, e aí eram felizes…todos os dias o Unicórnio foi á superfície ver se ela estava lá. Mas nunca estava! Por um lado ele tinha esperança e queria encontrá-la, mas no fim de tantos dias, começava a achar que realmente ela só existia nos seus sonhos.
- Óh, que pena. Acho que ela só existe mesmo nos meus sonhos. Talvez ela seja só mais uma das muitas personagens com quem me encontro todas as noites. Todas as noites são diferentes, vivo aventuras com elas, e depois elas vão para outros sonhos de outros unicórnios. Mas, esta era tão bonita! Queria muito que ela existisse mesmo, mas parece que não! Como é que eu consegui criar uma personagem que não existe?
A tristeza tomou conta do seu coração e até lhe fugiram algumas lágrimas que se misturaram com a água salgada e seguiram o seu caminho ao sabor das ondas, enquanto ele voltou para casa. Mas não voltou a pensar nela e os seus dias voltaram a ser como os de antes.
Passados uns dias, tudo mudou. Sentiu uma vibração diferente na superfície, olhou para cima e viu uma sombra que lhe pareceu familiar. Num impulso rápido, subiu com algum medo, mas cheio de curiosidade…sentiu que alguma coisa o chamava. Quando chegou à praia viu a bela Unicórnio dos seus sonhos a desfilar.
Ele nem queria acreditar no que estava a ver:
- Mas eu estou a sonhar ou acordado? É ela. É a unicórnio que apareceu nos meus sonhos. Sim! Por isso a vibração era diferente! Bem…comporta-te…vai com calma…não a assustes…
Ele tenta controlar-se, mas a felicidade era tanta, juntamente com o medo que ela fugisse ou que não gostasse dele…ou até…que ao chegar à beira dela, não fosse mesmo aquela com quem tinha sonhado… desata a correr, nada elegante, todo desajeitado, até levanta areia…parece uma ventania. Vai tão lançado que não consegue parar em frente à unicórnio, e quase bate contra uma palmeira, até que cai.
Ela pára assustada e a olhar para ele:
- O que foi isto? Passou alguma coisa à minha frente.
E quando olha para ele, a recompor-se, desata a rir às gargalhadas, e pergunta:
- Tudo bem?
Ele quase desmaia de felicidade, e murmura para si mesmo:
- Ela está a falar comigo. Uau.   
E vira-se para ela, com uma pose sexy. Os olhos dos dois cruzam-se, e nasce neles um brilho especial, acompanhado com um sorriso luminoso, de encanto um pelo outro.
- Olá! Desculpa se te assustei… - Diz o unicórnio
- De onde saíste tão disparado? – Pergunta ela
- Dali, do mar.
- És um unicórnio aquático não és?
- Sim! E estou a ver que tu também és.
- Sim!
- Áh! Eu nunca te vi por aqui.
- Nem eu! Mas venho aqui muitas vezes.
- Vais passear?
- Vou.
- Posso acompanhar-te?
- Podes.
E os dois passeiam lado a lado, sorridentes, conversam, brincam, riem, descobrem muitos pontos em comum e também muitas diferenças, mas essas diferenças não os tornam inimigos, muito pelo contrário.
Nesse dia, nasceu entre eles uma linda amizade, que cresceu, até se transformar em amor. Uns anos mais tarde, casaram e formaram uma família que era o orgulho de todos…dos pais, e até deles próprios.
                                                                              FIM
                                                                              Lálá
                                                               (14/Outubro/2015)


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