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terça-feira, 21 de julho de 2015

As habitantes das lanterninhas

            


Era uma vez um bairro de casas, pequeninas vivendas, de cores alegres, que visto de longe quase parecia um presépio. Todas tinham um jardim pequenino com flores e ervas aromáticas, sempre muito visitados por seres especiais como joaninhas, fadas, borboletas.
Além disto tinham lanterninhas penduradas em suporte de ferro, cada uma com o formato de uma flor diferente, ao gosto de cada habitante. Essas lanterninhas de dia estavam fechadas, e dentro de umas dormiam as fadas da noite, noutras dormiam pirilampos.
Noutra lanterna em forma de berço, dormia o João Pestana, e nas restantes lanterninhas viviam umas famílias de chamas pequenas e grandes. Essas trabalhavam dia e noite, mas nunca se cansavam porque enquanto umas trabalhavam mais de dia, as outras descansavam e ao contrário.
Adoravam este trabalho porque eram sempre úteis às pessoas e isso deixava-as muito felizes e mais fortes. Acendiam as lareiras e aqueciam as casas, a água para os banhos, e para as botijas das camas, acendiam os fogões para cozinhar os alimentos, e velas de qualquer tipo, para várias funções: perfumadas, para agradecer, meditar, rezar, e tornar o ambiente mais romântico para os apaixonados.
À noite, juntamente com as fadas da noite, e os pirilampos acendiam as lanterninhas de todas as casas, principalmente as do jardim. Às vezes uma chaminha em cada lanterninha era suficiente, outras vezes iam várias chaminhas para a mesma lanterna.
Cada casa tinha os seus gostos por mais, ou menos luz, e tanto as fadas como os pirilampos e as próprias chamas já sabiam, por isso distribuíam-se como entendiam que era melhor.
Elas ficavam sossegadas, nas lanternas até os donos das casas e os pequenos adormecerem, ou até se cansarem de ler. Depois, as chaminhas, as fadas e os pirilampos, saem do seu local de trabalho e dão os seus passeios. Vigiam todo o espaço e protegem os habitantes, fazem grandes festas, dançam alegremente uns com os outros, durante toda a noite, até o sol nascer, e voltarem a ser chamadas.
No Verão e na Primavera, depois do trabalho, elas podem ser vistas a passear e a dançar ao sabor do vento que umas vezes é suave, e leva-as devagar, outras vezes sopra mais forte e elas mexem-se com mais força.
Elas adoram esses momentos porque confiam totalmente no amigo vento, e deixam que ele as leve…é assim que elas descansam e se sentem em paz.
Outras vezes, principalmente no Outono e no Inverno, estes seres de luz, tal como dão, também precisam dela, por isso juntam-se mais na maior lanterna da aldeia, descansam, e convivem, bem encostadinhos uns aos outros para se aquecerem.
Os pirilampos dormem debaixo das asas das fadas ou dos seus vestidos, e as chamas juntam-se mais, para aquecerem os amigos, e também não sentirem frio.
Este é o dia-a-dia das chamas, para todos nós, é graças a elas que sentimos conforto e ficamos bem quentinhos, na nossa casa. É com elas que temos água quente, lume no fogão e nas lareiras, e ainda em alguns lugares da terra, são elas que dão luz!

FIM
Lálá
(20/Julho/2015)



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