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sexta-feira, 5 de julho de 2024

A estátua da fonte

        Era uma vez uma fonte com uma estátua, muito bonita, com água muito transparente, sempre a correr, onde os passarinhos iam beber e refrescar-se. 
       A bela estátua adorava a visita dos bichinhos, e retribuía-lhes a cantar com eles, salpicava as penas. Isso era como se ela lhes fizesse carinhos. 
       Uma tarde de tempestade, a estátua da fonte serviu de abrigo aos passarinhos, nos seus pés que eram largos, juntamente com grandes folhas de uma planta, e debaixo de cogumelos. 
       Todos encostadinhos uns aos outros, assustados com a trovoada, e para se aquecerem, chilreavam quase ao som da chuva, outros momentos ficavam calados a ouvi-la a cair, e o som do vento que soprava forte. 
       A estátua adorava ser abrigo de passarinhos, e ela própria, ficava deliciada a ouvir a trovoada, a chuva e o vento, não sentia medo. 
       Nessa tarde, além dos passarinhos, a estátua viu duas borboletas a esvoaçar à sua frente, com grande dificuldade, a tentar segurar-se, a lutar contra o vento. 
       Eram enormes! As suas asas cheias de lindas cores, e tentavam agarrar-se uma à outra para se segurarem, mas pareciam estar a dançar. 
       A fonte convidou-as a abrigarem-se debaixo dela, e assim fizeram. Os passarinhos sentiram ciúmes, mas respeitaram a decisão da estátua da fonte. 
       Pouco depois, os ciúmes desapareceram quando repararam na beleza das borboletas, e quando estas começaram a conversar e a brincar carinhosamente com eles. 
      A fonte nunca tinha visto duas borboletas a dançar, e na verdade, a primeira vez que as viu, pensou que se estavam a tentar segurar. 
     Afinal primeiro tentavam segurar-se, mas depois mostraram as suas danças, ao som do chilrear dos passarinhos e as duas dançavam uma com a outra. 
- Estão a dançar? - pergunta um passarinho 
- Sim. - respondem as duas borboletas 
- Que música? - pergunta outro passarinho
- A música da natureza! - respondem as duas  
- Estamos rodeadas de música para dançar. 
- A música do vento - diz uma borboleta 
- A música da chuva - diz outra borboleta 
- A música da trovoada - acrescenta outra 
- A música da fonte! 
    A fonte sorri: 
- É verdade! Estamos rodeados de música. E que bonita que é! 
    Enquanto dura a tempestade, conversam uns com os outros, e quando o sol volta, as lindas borboletas dão um espetáculo de dança, movimento, beleza, e leveza, só com a música da Natureza à sua volta. 
    Ficam maravilhados e aplaudem, até parecem hipnotizados. As borboletas unem as asas e pousam na estátua, para lhe dar um abraço e um sonoro beijo. 
    A estátua fica tão feliz, que até deixa escapar umas lágrimas mais pequeninas, e abre um grande sorriso. As borboletas fazem o mesmo aos passarinhos, e estes ficam derretidos, riem. 
- Obrigada, linda estátua da fonte, por nos teres abrigado! - diz uma borboleta 
- Obrigada queridos passarinhos, pela companhia enquanto durou a tempestade! 
- De nada! Foi um gosto, e voltem mais vezes, que são maravilhosamente lindas. Adoramos ver-vos dançar, as vossas cores, a vossa leveza, e danças só com a música da Natureza! 
- Sim, voltem! - dizem os passarinhos 
- Nós adoramos esta fonte, estamos aqui todos os dias, para nos refrescarmos, e para bebermos. - diz um passarinho
- Eu também adoro a companhia deles, e de todos os que aqui vem. - diz a estátua. 
    E como prometido, nos dias seguintes, as maravilhosas borboletas voltaram à fonte, para dançar e encantar, a fonte, os passarinhos que chilreavam com ela, e dançavam com as borboletas. 

                                                    FIM 
                                              Lara Rocha
                                               5/Julho/2024 

Como imaginam essa estátua? 
E a fonte? 
Como imaginam as borboletas? 

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