Número total de visualizações de páginas

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Onde estão os tesouros?




Foto de Lara Rocha 

Era uma vez um anãozinho que vivia numa floresta pequena, que ficava num vale de uma montanha muito alta onde pastavam e circulavam famílias de cavalos, ovelhas, lobos e outros. Ainda que pequenina, tinha muitos habitantes, e tantas casinhas que parecia uma mini cidade. Tinha tudo!
Como a floresta era pequena todos os habitantes se conheciam e conviviam muito, faziam muitas vezes piqueniques, passeios até à montanha, bailes, festas e serões com espetáculos de música, cor, magia e dança oferecidos pelos artistas da aldeia, fadas da natureza que andavam por todo o lado e eram mais que os habitantes.
Um dia o anãozinho viu o arco-íris no cimo da montanha e desde pequenino que sonhava agarrar o arco-íris, ou apanhá-lo e guardá-lo numa garrafa para olhar sempre para ele, já que o achava tão bonito.
Todos lhe diziam quando ele partilhava essa vontade que era impossível, que nunca ia conseguir fazê-lo, mas ele e a criança que já foi um dia, e vivia nele, desafiou-o a tentar porque onde fosse visto um arco-íris, certamente haveria um tesouro!
Ele imaginava um baú cheio de pedras preciosas, cristais, dinheiro…e queria isso tudo. Aceitou o desafio e pôs pés ao caminho! Subiu a montanha na direção em que lhe parecia estar o arco-íris, sempre a olhar para ele, muito atento. O arco-íris mudou de posição, e mudava sempre que ele se aproximava e achava que tinha chegado ao tesouro.
Ele correu a montanha toda, subiu-a e desceu-a várias vezes no mesmo dia, atrás do arco-íris, e nunca encontrou tesouro nenhum. Ficou muito nervoso e zangado que começou a gritar até ficar quase sem voz. Os lobos olharam para ele, uivaram e desataram às gargalhadas. Depois perguntaram porque gritava daquela maneira. Ele disse que andava atrás do tesouro que o arco-íris trazia consigo.
Uma fada explicou-lhe que o tesouro do arco-íris era ter olhos, poder ver, a família e a natureza. Voltou para casa, parou e depois de lhe passar a raiva e a desilusão de não ter encontrado nenhum tesouro, pensou no que a fada lhe tinha dito…percebeu que ela tinha toda a razão. A fada disse-lhe que os tesouros materiais não são os que devemos procurar.
E lembrou ao anãozinho que não há maior tesouro que a boa saúde. Ter olhos para ver todas as belezas e maravilhas ao nosso lado, e por todo o lado; um coração a bater, cheio de amor, carinho e bondade para dar.
Ter pernas ou ajudantes como muletas, bengalas, cadeiras de rodas ou andarilhos para andar; braços para envolver, abraçar e mãos para segurar, acariciar, dar…boca para sorrir e dizer palavras bonitas; ouvidos para ouvir os sons e os outros, e sonhos para sonhar, viver, acreditar e lutar. Ter uma cabeça com pensamentos positivos, família, amigos e natureza.     
Todos temos vários tesouros que transformam a nossa vida diária em arco-íris. O anão sorriu, voltou a subir à montanha e gritou bem alto um longo e poderoso OBRIGADO!
Ele tinha afinal muitos tesouros…muito mais valiosos do que aqueles que imaginava encontrar nos baús. A partir desse dia, o Anão aprendeu a apreciar a natureza, sem querer agarrá-la com as mãos, mas guardava cada detalhe que via, nos seus olhos, e que lhe faziam nascer grandes sorrisos luminosos.
A cada coisa bonita e maravilhosa, especial e diferente que ele via, agradecia à Natureza, e esta compensava-o com as suas belezas, magias, e dando-lhe tudo o que ele mais precisava…percebeu que o que tinha era suficiente para o deixar feliz, e afinal…tinha muito mais do que aquilo que imaginava e desejava.
FIM
Lálá

8/Maio/2016

Sem comentários:

Enviar um comentário

Muito obrigada pela visita, e leitura! Voltem sempre, e votem na (s) vossa (s) história (s) preferida (s). Boas leituras