Número total de visualizações de páginas

segunda-feira, 20 de maio de 2013

A PRINCESA LUANA


       Era uma vez uma linda princesa, pequenina, que vivia num castelo, numa montanha enorme. Acima do castelo, ainda havia mais montanha, mas a menina só lá tinha ido, quando nasceu por causa de uma promessa que os seus pais fizeram. 
     Chamava-se Luana. Ela vivia feliz, e adorava sonhar acordada, imaginar, enquanto as aias lhe contavam histórias, e estava ansiosa por começar a ler, estava a aprender a fazer isso, e a escrever. Estava entusiasmadíssima. Quando olhava para o cimo da montanha, que via do seu quarto, pensava:
LUANA - Será que vive alguém naquela montanha tão alta? Não…acho que não…ou…talvez…sim! Óóóhhhh…queria tanto ir lá. Não percebo porque é que não me levam lá. O que terá de especial? Como será a paisagem vista de lá?
MARISA – Menina Luana…vamos ler e escrever mais um bocadinho…?
LUANA (feliz) – Vamos. Sabes o que é que eu vou escrever?
MARISA – O quê?
LUANA – Vou escrever às estrelas…um desejo para elas lerem!
MARISA (sorri) – Óh…está bem…elas vão já ler…! Mas podes escrever na mesma.
LUANA – Tu não acreditas nas estrelas, pois não?
MARISA (disfarça) – Claro que acredito…eu vejo-as!
LUANA – Eu também as vejo…mas eu sei que tu não acreditas que elas ouvem os nossos desejos…
MARISA (irónica) – Sim, claro que acredito que elas ouvem os nossos desejos…sim, ouvem-nos e realizam-nos.
LUANA – Eu sei que não acreditas…
MARISA – Óh, óh Luana…claro que acredito.
LUANA – A minha fada está a dizer-me que tu não acreditas.
MARISA – Que fada, Luana…?
LUANA – A minha amiga fada.
MARISA – Não vejo ninguém aí ao teu lado.
LUANA – Mas está! Vês como estás a mentir…? Não acreditas em fadas, também não acreditas nas estrelas.
MARISA (embaraçada) – Óh…deixa-te de conversas, e vamos mas é ler.
LUANA – Olha, tu conheces o cimo daquela montanha?
MARISA – Que montanha?
LUANA – Esta, aqui atrás.
MARISA – Sim, conheço…como tu conheces.
LUANA – Já foste mesmo lá cima?
MARISA – Sim, quando tu nasceste.
LUANA (sorri) – E é bonito lá em cima?
MARISA – É.
LUANA – Vive lá alguém?
MARISA – Não, claro que não.
LUANA – Porque não?
MARISA – Porque é muito alto.
LUANA – Muito alto?
MARISA – Sim.
LUANA – E o que é que tem ser tão alto?
MARISA – A vida é difícil.
LUANA – Porquê?
MARISA – Ai Luana…chega de perguntas, vamos ao que interessa. Então queres escrever às estrelas…certo?
LUANA – Sim.
MARISA – E que desejo vais pedir às estrelas?
LUANA – Tu não acreditas nelas, por isso, elas não realizam os teus desejos.
MARISA – Óh, está bem…diz lá!
LUANA – Não posso dizer.
MARISA – Então também não te ensino a escrever.
LUANA – Isso não é justo. Tens de me ensinar as palavras todas.
MARISA – Mas…
LUANA – Ensinas-me as palavras todas, e depois eu escrevo, mas não te vou mostrar.
MARISA – Está bem…duvido!
LUANA – Achas que eu não sei escrever?
MARISA – Estás a aprender.
LUANA (sorri) – Pois…e daqui a pouco já sei escrever, e não te vou dizer qual é o meu desejo para as estrelas…também não me contas os teus pois não?
MARISA (sorri) – Não…! Vamos lá…senta-te! E está muito atenta.
LUANA – Não precisas de dizer isso. Estou sempre atenta.
MARISA – Está bem…anda lá.
LUANA – Estás muito chata hoje.
MARISA – O quê?
LUANA – Sim, estás muito chata…resmungona.
MARISA – Desculpa. Vamos lá então.
      Luana ouve com atenção, e desenha as letras que a Marisa lhe ensina. Ela aprende rápido, e fica feliz ao perceber que já tinha todas as palavras que queria, para poder escrever o seu desejo às estrelas. Quando Marisa sai do quarto, Luana escreve num papel: queridas estrelas…o meu desejo é…que…me…levem ao cimo daquela montanha…!
LUANA - Onde me levaram quando eu nasci, e não voltaram a levar-me lá. Quero muito conhecer aquele espaço.
   Luana deita-se, e de repente, sente uma ventania forte a invadir o quarto. Levanta-se assustada.
VENTO – Olá Luana…vem…vou levar-te ao cimo daquela montanha.
LUANA (feliz) – A sério…? Como?
VENTO – Vem para a janela, e deixa que eu te leve!
LUANA (feliz) – Boa.
      Luana sobe para a janela, e o vento envolve-a, e ela vai a voar para o cimo da montanha, como tanto desejava. Quando pousa no cimo da montanha, olha à volta e para a frente.
LUANA (sorridente) – Isto é tão alto…! Os meus pais subiram isto tudo?
VENTO – Sim.
LUANA (sorri) – Que fortes que eles foram!
VENTO – Sim, foram mesmo…o amor é que os fez aguentar.
LUANA – Quem é o amor? Algum cavalo?
VENTO (ri) – Não…o amor é o que os teus pais sentem por ti, e um pelo outro…
LUANA (sorri) – Áhhh…aquilo que vive no coração?
VENTO (sorri) – Isso mesmo.
LUANA (maravilhada) – É tudo tão bonito…! Olha o meu castelo…e…os jardins…que lindos…! E as casas da aldeia lá em baixo…pequeninas…Áááhh…um arco-íris…nunca o tinha visto tão perto…de onde vem? (dirige-se para um riacho, e tenta tocar) Tantas cores! É levezinho…Áááhh…que lindo…parece que tem brilhantes. Quem vive aqui?
VENTO – Eu…as nuvenzinhas…as gotinhas de água que vivem nas flores, os passarinhos, as árvores, as cigarras, os grilos, as águas, os riachos, as pedras…tudo o que está aqui.
     Luana brinca com a água e com o arco-íris, brinca com as pedrinhas do riacho, feliz, molha-se, ouve o som da água, e abraça algumas árvores, abre os braços, toca nas flores e nas nuvens levezinhas que descem para brincar com ela. 
  As nuvenzinhas envolvem-na, fazem-lhe cócegas, carinhos na cara e nos cabelos, beijam-na, dão-lhe as mãos, e dançam com ela, cantam, trocam abraços com Luana, ela ri feliz, toca-lhes, agarra-as, e sopra-as…que bom…parece que está a brincar com algodão! 
     As nuvenzinhas brincam com Luana e com as flores, nos espaços com relva espalhados pelo monte. De repente, passa um rebanho de ovelhas, a correr, juntas. Luana e as nuvenzinhas riem. Juntam-se à menina e às nuvenzinhas, umas flores muito levezinhas que também parecem algodões, e gotinhas de água da chuva que estavam nas flores, e as nuvens ao passar, arrastaram-nas. Quando ouve chamá-la, as nuvenzinhas levam-na de volta para o seu quarto.
NUVENZINHA (triste) – Óhhh…estava a ser tão bom!
LUANA (triste) – Pois estava…mas olhem…podemos encontrar-nos mais vezes! Eu estou por aqui, podem vir ter comigo, sempre que quiserem…e gostava de voltar outra vez lá cima.
NUVENZINHA 1 (sorridente) – Está prometido, menina linda…nós voltaremos a visitar-te, e vimos buscar-te para ires lá cima.
LUANA (sorridente) – Boa! Mas como é que nos chamamos?
NUVENZINHA 2 – Olhas para a montanha…e chamas-nos, ou então…quando te virmos aqui, já sabemos que é para te vir buscar, ou para te vir visitar.
LUANA (feliz) – Está bem. E eu vou ler-vos histórias…ou quando a Marisa me ler uma história, podem vir para a ouvir também!
NUVENZINHA 3 (feliz) – Sim, queremos ouvir…
LUANA (feliz) – São sempre muito bonitas. E quando eu souber ler tudo, também leio para vocês, e escrevo para vocês. Da próxima vez que vieram, vamos brincar para os jardins está bem?
NUVENS (felizes) – Siiiimmmm…
VOZ (grita) – Menina Luuuuuuuuuaaaaaaaannnnnnnnaaaaaaaa…lavar as mãos, e Mesa! (Luana encolhe-se, e as nuvenzinhas também)
NUVENZINHA 1 – Quem é esta?
LUANA (encolhe-se) – Lá está aquela cozinheira aos gritos…!
(Todas riem)
NUVENZINHA 2 (a rir) – Parecia um trombone!
NUVENZINHA 3 (a rir) – Sim, parecia um trovão!
(Todas riem)
NUVENZINHA 4 (a rir) – Vai lá, se não daqui a bocado vem buscar-te pelas orelhas.
(Riem)
LUANA (a rir) – Até já, amigas…muito obrigada…!
NUVENZINHAS (sorriem) – Até já…
      Luana desce, e quando se vai deitar, olha para a montanha. Vê as nuvenzinhas à janela. Ela abre a janela sorridente.
LUANA (sorridente) – Olá…
NUVENZINHAS (sorriem) – Olá!
LUANA – Desculpem…hoje não vai haver história.
NUVENZINHAS – Não faz mal.
NUVENZINHA 1 – Viemos só desejar-te uma boa noite!
NUVENZINHA 2 – Bons sonhos…
NUVENZINHA 3 – Dorme bem!
LUANA (sorridente) – Muito obrigada, amigas. Boa noite para vocês também.
NUVENZINHAS (sorridentes) – Obrigada!
NUVENZINHA 4 – Nós estamos a tomar conta de ti!
LUANA (sorridente) – Obrigada. Façam-me companhia.
       As nuvenzinhas ficam a fazer companhia a Luana, e quando ela adormece, cobrem-na, e voltam para a montanha. 
    A partir desse dia, Luana tornou-se amiga inseparável das nuvenzinhas, feliz. Passaram a brincar juntas todos os dias, nos jardins, e na montanha, e as nuvenzinhas ouviam deliciadas, as histórias que Marisa contava a Luana. 
   E vocês gostavam de ir ao cimo desta montanha? Imaginem que podem ir ao cimo desta montanha...quem vos levava? O que acham que iam ver lá de cima? Bom passeio… e sonhem muito com as leituras. Nunca se esqueçam de ler…

FIM
Lálá
(19/Maio/2013)





               

Sem comentários:

Enviar um comentário

Muito obrigada pela visita, e leitura! Voltem sempre, e votem na (s) vossa (s) história (s) preferida (s). Boas leituras