Era uma vez uma floresta onde havia três lagos. Um tinha
água transparente, outro tinha água verde, e outro tinha água amarela. No lago
transparente nadavam os patos, no lago verde, viviam ervas daninhas e várias
camadas de lodo, enormes, porque o lago já não era limpo há muitos anos, e aqui
vivem sapos, e rãs e no lago amarelo, era onde o sol se via ao espelho todos os
dias e mergulhava.
Um dia, uma menina que voava numa nuvem por cima da
floresta, vinda de outra floresta mágica, viu aqueles lagos, e ficou encantada
com o lago transparente onde estavam os patos. Sentiu muito nojo do lago que
tinha água verde, e sorriu ao lago de água cor amarela. Ela já sabia que essa
água era amarela por causa do sol.
Baixou a sua
nuvem, e aproximou-se do lago de água verde. Cheirava muito mal, e ouvia-se um
barulho irritante…uma sinfonia de sapos e rãs, de quem ela não gostava muito.
- Que nojo de lago!
Saltam vários sapos debaixo das ervas enormes. Ela grita
e recua. Os sapos parece que nem a vêem e saltam para fora do lago.
- Como é possível
viverem aqui. Nesta água, nem devem respirar. Isto devia ser limpo. Mas eu não
entro ali. Que porcaria…
Ela não queria entrar, mas não gostava de ver assim o
lago. Então, foi pela floresta à procura de ajuda. Bateu a várias portas, das
casas das árvores. Uns não abriram, outros gritaram com ela:
- Tenho mais o que fazer…
- Era só o que faltava.
- Porque não vais tu
limpar, em vez de estares a mandar…?
- Claro, é mais fácil
mandar do que fazer.
- Vai tu.
- Ora, ora…ainda se me
pagassem…
- Essa agora…já limpo a
minha casa, não vou estar agora a limpar a dos outros…ainda por cima, casa de
sapos e rãs…elas que limpem…quer dizer…elas até gostam de estar no meio dessa
porcaria.
- Que nojo!
- Vai chatear outro…
A menina continuou.
- E se precisassem
daquela água para beber? Não limpavam? Como é possível, tanta indiferença.
De repente vê um casal a limpar o tanque da sua casa,
com as crianças numa grande alegria.
- Olá! – Dizem todos
- Olá! Querem ajuda? –
Sorri a menina
- Não, obrigada. –
Responde o casal
- Sabem-me dizer, por
acaso, onde posso encontrar alguém que limpe aquele lago que está do outro lado…à
entrada…com água verde, cheia de sapos e rãs…?
- Não! – Respondem de
forma seca
- Deixa-os estar lá…que
nojo! – Diz a filha do casal
- Já basta quando essas
pragas vêm para aqui. – Acrescenta o marido
- E se tivessem de beber
aquela água? – Pergunta a menina
- Não bebíamos. –
Respondem todos.
- Obrigada…até á
próxima.
A menina segue caminho. Numa outra nuvem, vem uma
criatura estranha, feia, cheia de fome, que só gostava de coisas estranhas. A menina
conhecia-a e lembrou-se:
- Olá pequeno…estás com
fome?
- Sim, fome…muita fome…
- Então sei onde podes
encontrar comida.
- A sério? Onde?
- Ali naquele lago de
água verde.
- Áh!
O monstro dirige-se para o lago de águas verdes,
mergulha e num abrir e fechar de olhos devora tudo o que é musgo, e ervas
daninhas. Come mesmo com vontade. Os sapos e as rãs ficam muito assustados e
saem do lago a gritar e a correr o mais que podem.
- Óh! Estava mesmo
delicioso. Que bom….
O lago ficou irreconhecível. Com águas transparentes,
a ver-se o fundo e as paredes, e sem sapos e rãs…ficou limpo como o outro de
águas transparentes onde estavam os patos.
- Áh! Como está lindo
este lago… obrigada, criatura.
- Não entendo o que
estás a dizer, mas sei que comi tudo e estava um petisco…
- Ainda bem! – Diz a
menina a sorrir
- Até à próxima.
- Até à próxima.
O monstro segue o seu caminho e os sapos e rãs nunca
mais voltaram. Não se sabe para onde poderão ter ido. A menina dá uma
gargalhada:
- Ainda bem que apareceu
aquele, para limpar o lago…acho que só mesmo assim. dá gosto.
Vem uma borboleta pelo ar, cheia
de tosse, que tinha acabado de vir de um campo apanhar pétalas. Quase não
consegue voar, de tanta tosse e de tanto que espirra. E de repente, deixa-se
cair na água, com as pétalas das flores que tinha apanhado.
A menina fica
muito preocupada, e põe a mão na água, tira de lá a borboleta, para a berma, e
dá-lhe um bocadinho de água com a mão.
- Então, rapariga? –
Pergunta a menina
- Ai…estou doente… fui
apanhar umas pétalas, e comecei a tossir e a espirrar sem parar. Agora estou
cansada. Obrigada por me teres tirado da água. Óh…acho que perdi todas as
pétalas.
- Não. Olha-as ali, na
água.
As duas vêem as pétalas a boiar na água pelo lago…parecem
os patinhos. Como o lago está limpo, a menina salta para a água e apanha as
pétalas todas. A borboleta ajuda, e volta a juntá-las todas.
- Óh…muito obrigada! –
Diz a borboleta
- De nada…até há bocado,
não podias entrar neste lago, agora podes.
- Porquê?
- Estava cheio de lodo e
ervas enormes.
- Lhec. Então também
tinha sapos e rãs, de certeza.
- Sim. E muitos.
As duas conversam um pouco. Todos
os habitantes da floresta ficam de boca aberta e maravilhados com o lago que
era verde, e agora é transparente como os outros. Agora todos gostam de lá
passar e ficar a ouvir o cantar das águas que caem das fontes. Um som bem mais
bonito do que o das rãs e sapos. E adoram ver as bolhas da água, as ondinhas
que elas formam quando caem à superfície.
Uma princesa gostou tanto desse
lago que o utilizou para os seus banhos da saúde como ela chamava. Mergulhava nesse
lago, deitava montes de pétalas na água, e senta-se na água, porque dizia que
ficava mais bonita…ganhava a beleza das pétalas das flores, e a sua pele ficava
tão macia como elas, e que ficava com mais saúde. Chegava a levar as suas
amigas e brincava feliz…
Mas ela nunca
soube que esse lago de águas transparentes, foi durante muito tempo, um lago de
águas verdes, cheio de sapos e rãs. Se não fosse aquela criatura estranha cheia
de fome, o lago continuava a ter águas verdes, sapos e rãs, em vez das belas
pétalas de flores e águas transparentes.
A água é muito importante
para nós, para a nossa saúde, higiene e vida. Torna todos os sítios muito mais
bonitos, agradáveis e frescos, por isso devem estar sempre limpos, e ser bem
cuidados. A água deve ser muito bem
tratada.
FIM
Lálá
(22/Março/2015)
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