Era uma vez uma luzinha que desceu pendurada numa estrela, lá de cima, e foi
largada no cimo de uma montanha cheia de neve.
A luzinha era muito quente, mas
o gelo era mais forte, e não derreteu à sua passagem. Havia muitos iglôs espalhados por essa montanha, onde viviam uns cientistas e estudiosos.
Já estavam habituados a ter
muito frio, mesmo assim, a luzinha espreitou pela janela. Alguns, nem repararam
na sua presença, mas uma senhora viu-a, e mandou-a entrar.
Abriu a porta, e luzinha entrou.
- Boa Noite!
Em que posso ajudá-la? Precisa de mim? – Perguntou a luzinha
- Sim! Preciso
de companhia. O meu marido só pensa em trabalhar, está sempre metido naquele
laboratório e nem se lembra que tem uma mulher que o ama!
- Mas como
pode ser? – Pergunta a luzinha
- Pois é! Também
não sei. Podes dar-me um bocadinho de luz, para me fazer companhia?
- Claro que
sim.
A luzinha dá a mão à rapariga, e
entre as duas, nasce uma luzinha, as duas separam as mãos e a luzinha fica lá.
- Óh! Que linda
luz. Obrigada! Muito obrigada.
- Esta será
a tua companhia. – Diz a luzinha
- Muito
obrigada.
A luzinha abraça a mulher, e a outra
envolve-a.
- Até à
próxima.
- Até à
próxima.
A luzinha sai a porta. A mulher fica
com a outra luz em sua casa, feliz. A luz vai à casa que é o laboratório onde o
marido trabalha.
O marido não repara nela, mas ela entra discretamente pela
chaminé e toca nos corações dos homens que lá estão. Os
corações ganham luz, e
os homens tornam-se outra vez apaixonados pelas suas mulheres, como no primeiro
dia em que as conheceram.
Num instante, saem do laboratório e vão para casa, carinhosos.
Noutros iglôs, estão uns casais com
os filhos doentes. A luzinha passa lá, envolve os pequenos num abraço, e pouco
depois estão recuperados. Aqui, ninguém deu pela sua presença.
Depois, a luzinha libertou uma
centena de focas, golfinhos, lontras, pinguins e leões-marinhos e até ursos,
que tinham sido presos por caçadores que se preparavam para dar cabo deles.
Os bichos correm assustados e desesperados procuram os seus familiares. Quando estão todos reunidos em segurança, voltam
para os seus refúgios. Alguns estão feridos, e a luzinha cura-os num instante.
Ela ficou tão triste com o que viu, que
quase deixou de brilhar, mas logo se tornou outra vez mais forte quando viu
crianças a chorar com fome num outro lugar.
Rapidamente deu uma série de voltas, e a
cada volta, apareceram alimentos. As crianças e os adultos recolheram aquelas
toneladas de alimentos frescos e outros mais secos, mas necessários, e
cozinharam-nos.
Além disso, a luzinha transformou-se em pessoa e ensinou-os a
cozinhar, a limpar, a fazer roupas e arranjos, a cultivar alimentos e ainda
lhes ofereceu uma série de fontes com água pura, fresca e limpa, e ensinou a
terem higiene
Como esta tinha muitos mais sítios onde
ir, tirou de si, vários pedacinhos de luz que se transformaram em mulheres
bondosas para ficarem lá, e cuidarem deles como devia ser. Todos as adoraram.
A luzinha foi para outro pais, onde encontrou polícias e militares com armas horríveis, nas mãos, granadas, explosivos, e outras coisas que destruíam, e ainda mais grave: crianças rodeadas de bombas, a brincar com perigos, e algumas com armas.
Não gostou nada do que viu! Tornou-se
numa mulher invisível, e começou a apertar as mãos das crianças sem elas
sentirem, e elas deixaram cair as armas.
Os adultos preparavam-se para agredir as crianças, mas a luzinha invisível apertou e torceu os pulsos dos adultos com
tanta força, que eles quase desmaiavam e deixaram cair as armas.
A luzinha envolve um por um, e toca-lhes
no coração. Essa luz que lhes enche o coração tão duro que até parecia uma pedra, por tanta maldade e tanta indiferença, e tornaram-se bons.
Olharam uns
para os outros, choraram, deram as mãos, e
abraçaram-se. Pegaram nas crianças ao colo, e encheram-nas de carinho.
As armas transformaram-se em brinquedos,
livros, alimentos, roupas e medicamentos para todos. As crianças
puderam finalmente brincar livres, correr sem perigos, andar sem medo, e as
suas lágrimas de terror, transformaram-se em sorrisos.
Todos os adultos se
tornaram amigos, e conviveram alegremente.
O sol
nasce…e…Maria Luísa acorda.
- Luzinha, volta…continua…
(p.c. triste) Óóóhhh…não acredito! Estou no meu quarto…na minha cama…na minha casa…então, quer dizer que…foi tudo um sonho! Óhhh…! Queria tanto ser essa luzinha! Ou ter uma luzinha daquelas…fazia tanta coisa boa pelo mundo! Óhhh…Não
é justo! O mundo ia ser tão diferente…tão bom! Não sei porque é que toda a
gente que me conhece, diz que sou uma menina de luz! Como é que sou uma menina
de luz? Sou uma menina, como todas as meninas…e luz…só tenho a de casa, dos candeeiros, mas essa, não transforma nada! Bem…vamos lá para a escola. E que
haja uma luz que torne o mundo melhor. Algumas dessas melhorias, poderemos ser
nós a fazer…uns com os outros, não? Vamos tentar?
E vocês? Gostavam de ter uma
luzinha, ou ser uma luzinha para fazer bem?
FIM
Lara Rocha
(24/Março/2015)
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