Era uma vez uma aldeia onde viviam
poucas pessoas em moinhos abandonados que foram transformados em casas. Eram
quase todos familiares, e davam-se muito bem. A aldeia vivia do comércio dos
produtos que a terra produzia, e de visitas de estudo.
Na aldeia o clima variava muito…tanto
estava frio de manhã e calor de tarde, ou calor ou frio todo o dia, outras
vezes calor de dia e frio à noite. Chuva, sol, nevoeiro e vento no mesmo dia,
mas os habitantes já estavam habituados e gostavam. Devia ser por isso que os
produtos eram tão deliciosos e frescos.
Gostavam muito de viver aqui, e o seu
dia-a-dia era como o de toda a gente da cidade: os adultos iam trabalhar para a
cidade, as crianças para os colégios e escolas da cidade, quando precisavam de
médico iam à cidade, e fazer algumas compras de coisas que não havia na aldeia
e voltavam ao fim-da-tarde. Na aldeia só ficavam os habitantes que trabalhavam
na terra.
Mas esta aldeia tinha acontecimentos que
eram só deles…festas e tradições próprias que não havia em mais lado nenhum, e
também recebiam uns pequenos presentes da Natureza que todos recebemos em Maio!
Os campos oferecem flores para fazer as coroas com Maios, tempestades e
cerejas.
No final do mês de Abril, os seus
habitantes já se previnem…apanham as toneladas de cerejas que produzem, e tapam
com plásticos próprios, as cerejeiras onde ainda não há cerejas, ou ainda estão
a crescer.
Mas as tempestades, aqui são mais
fortes…muito assustadoras, e geralmente chegam sem aviso, duram horas e às
vezes dias. Um dia que começa com um belo sol quente, passado algum tempo, é
interrompido por trovões estrondosos, que até fazem tremer o chão e as janelas
das casas, raios que riscam as nuvens escuras, e parece que caem no chão.
A trovoada não vem sozinha…o vento acompanha-a,
e é tão forte que parece aspirar tudo à sua volta, faz redemoinho, e chega a
deitar árvores abaixo, a arrancar plantas da terra, e raízes ou até telhados.
O ramalhete da tempestade, não ficava
completo se não houvesse a chuva que traz consigo a saraiva, muito pesada e
tocada a vento, faz muito barulho…parecem pedras a cair.
Ao fim-de-semana e à noite quando podem, juntam-se nas casas
uns dos outros, à lareira a conversar e a conviver alegremente, comem cerejas e
fazem bolos, compotas, sabonetes e cremes caseiros e velas com cheiro a cereja.
Em Maio comem-se as cerejas ao borralho.
FIM
Lálá
(2/Maio/2015)
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