Era uma vez uma casa pequenina de
pedra, pintada de branco com cerejas, muito bonita, construída entre umas
cerejeiras muito grandes, de troncos muito grossos.
Atrás
da casa havia um pequeno quintal com flores de cores tão bonitas e pétalas tão
grandes, tão macias, que atraiam centenas de borboletas, joaninhas e
passarinhos…e até fadas da floresta que dançavam à volta delas.
Mas…nem
tudo era perfeito. Uns pássaros malvados e invejosos dos outros, que viviam no
castelo de uma bruxa, na cratera de um vulcão há muito tempo desactivado, que
só pensava em fazer mal.
Como
vivia num sítio feio, que ela dizia odiar…adorar…, não suportava sítios
bonitos, lugares com luz, jardins bem tratados, e cheios de flores, e campos de
cultivo.
Ela também detestava pessoas boas e felizes, por isso, sempre que
podia, mandava os seus pássaros horríveis, e muito rebeldes, dar cabo de tudo o
que estava de pé.
Esses
pássaros eram tão venenosos como a bruxa. Nem sequer eram para ela os produtos
que mandava destruir, eram mesmo por maldade, e porque ficava feliz com
destruição.
Ninguém
que era bom, sabia da existência desta malvada, o que sabiam era que esses
pássaros não eram nada bem-vindos porque destruíam tudo.
Aterrorizavam os
outros animais e os humanos. Até os cães e os lobos sentiam a maldade no
ar…primeiro tinham medo e depois tentavam proteger, mas não conseguiam.
Numa
manhã, altura em que as cerejeiras estavam carregadas, a bruxa queria cerejas
para um feitiço, mandou os pássaros a essa casa, que atacaram todos os que
tentaram proteger a casa e as cerejas, com muito barulho, guinchos, bateres de
asas agitados, e conseguiram levá-las, deixando um rasto de destruição atrás de
si. As gargalhadas de vitória da bruxa fizeram tremer o seu castelo e a terra á
volta.
O
casal ficou muito irritado, até que a mulher teve uma ideia: encher um cesto
com todas as cerejas que tinham caído dos pássaros que as abanaram, para o caso
de eles voltarem, comerem as do cesto e não as das árvores.
As
cerejas do cesto eram bonitas, doces, e grandes. Mas o marido não quis ser bom,
também não queria ser mau, mas apenas dar uma ensinadela a esses terroristas.
Pegou
numa série de bolinhas de madeira e pintou-as da cor de cereja, pôs outras
bolinhas de esponja pintadas de cerejas e pedrinhas redondas que imitavam na
perfeição as cerejas.
Pôs
tudo numa bela cesta com perfume de cereja, e deixou bem visível. Na manhã
seguinte, os pássaros da bruxa voltaram e preparavam-se para atacar outra vez a
casa e as árvores, mas foram atraídos para a cesta onde estavam as cerejas
falsas.
Alguns pássaros
tentaram comer, mas quando engolem ficam tão pesados que não conseguem voar
mais, e vão pelo campo com muita dificuldade, à procura de veterinário para
lhes tirar as pedras, mas é a bruxa quem as tira.
A
bruxa fica fora dela com a raiva, quando percebe que foi enganada, mas os
pássaros já estão habituados e metem-se na gaiola antes que vão parar ao forno.
Como
a cesta funcionou, o casal volta a fazer o mesmo, mas desta vez, eles já sabem
que as cerejas não são para comer, e os cães andam à solta, a rondar as
cerejeiras como os pássaros têm medo, não se aproximam mais, nem comem as
cerejas.
A
bruxa teve de arranjar outras coisas para os seus feitiços…e arranjou, mas pelo
menos a bruxa não quis saber mais de cerejas.
Os pássaros aprenderam a lição…de que
as cerejas não são para eles.
FIM
Lálá
(29/Abril/2015)
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