Pintado por Lara Rocha num livro para colorir de arte terapia e relaxamento para adultos.
Era
uma vez um lugar gelado, com neves eternas, onde o sol praticamente nunca era
visto, porque embora ele tentasse entrar o gelo era imenso e era a mesma coisa
que não entrar. Não havia flores, nem animais porque não encontravam lá comida,
só árvores enormes que faziam uma imensa sombra.
O gelo
da paisagem estendia-se aos seus habitantes: pessoas muito sérias, tristonhas,
com ar pesado, que não sabiam rir, nem se olhavam ou falavam uns com os outros.
Só quando o sol tentava entrar é que todos faziam uma grande festa, mas era de
pouca dura.
Um
dia, uma criança que lá vivia viu alguma coisa dourada a brilhar no céu. Pensou
que era uma estrela, mas esta mexia-se, e ficou na sua janela a ver se voltava
a mexer-se ou se desaparecia.
Para sua surpresa, o que ela pensava
ser uma estrela mexeu-se, e foi-se tornando maior…quanto mais se aproximava,
maior se tornava. Só aí é que ela viu que afinal não era uma estrela, era um
enorme pássaro muito bonito, de penas recortadas e finas, cheias de cor e
douradas nas pontas, pareciam asas bordadas.
- Áh! Que lindo! – Diz a menina
O pássaro quase congelado pousa na
janela da menina. Ela abre a janela.
- Posso entrar só um bocadinho? – Pediu o pássaro
- Claro que sim…deves estar congelado.
- Quase!
Ele entra.
- Uau! És tão bonito. – Diz a menina
- Obrigado. – Responde o pássaro
- Nunca te vi por aqui. Parecias-me uma estrela.
- Eu sou de muito longe.
- E porque é que vieste aqui?
- Em breve saberás.
- Porque é que não posso saber agora?
- Ainda é cedo.
- Porquê?
- Porque ainda é cedo. Não posso dizer já. Como é que
conseguem viver aqui neste gelo? Não têm sol, nem paisagem, flores ou animais…
- Sim! É mesmo muito frio aqui, mas já estamos
habituados.
- O sol não entra aqui, pois não?
- Muito raramente! Quando entra fazemos uma grande
festa.
- Imagino! Espreitei pelas janelas das casas, e não
estavam nada sorridentes.
- Não. Acho que nenhum de nós sabe o que é isso!
- Não sabem sorrir?
- Não.
- E rir?
- Também não. Já é de nós sermos muito tristes e sérios…
- Não admira, com este gelo e sem sol.
- O sol faz milagres?
- Faz! É muito precioso e preciso.
Os
dois têm uma longa conversa até a menina ir dormir. O pássaro também já estava
a ficar muito triste naquele ambiente, pois estava muito habituado ao sol.
Voltou
para a sua toca e pediu a uma estrela que lhe desse um banho de sol. A estrela
fez-lhe a vontade e ele ficou outra vez com as penas douradas.
Depois,
no dia seguinte de manhã bem cedo, voltou ao sítio gelado e com o nascer dos
primeiros raios de sol, abanou as suas asas douradas e dançou.
A menina
lá estava na janela à procura dele, e quando o viu ficou muito surpresa. Com o
mexer das asas douradas, caem na neve raios enormes de sol e todo o gelo começa
a partir.
Fica
nesse espaço uma claridade imensa, e aparece o sol no céu…as enormes árvores
que tapavam o sol, e estavam encostadas umas às outras para se aquecerem,
desencostam-se e afastam-se.
Finalmente
o sol conseguiu entrar lá e até as árvores sentiram o seu calor ainda leve por
ser muito cedo…mesmo assim, elas já estão mais sorridentes e com uma força
renovada. Até já têm mais cor.
Depois,
o pássaro sacode as suas asas de cor, e onde o gelo derreteu rapidamente caem
sementes de flores que vão nascer em breve de todas as cores.
As pessoas saem de casa e nem querem
acreditar….que grande mudança. Primeiro, todas abrem um pequenino sorriso, e
depois quando vêem tanta claridade abrem um sorriso de orelha a orelha. Olham uns
para os outros, e em vez de não se falarem nem sorrirem, cumprimentam-se
sorridentes.
- Áh! Que milagre…quem fez isto? - Diz a menina
O pássaro
pousa outra vez na sua janela:
- Muito melhor agora…e ainda verão muitas mais
surpresas.
- Então foste tu?
- Sim!
- Foi para isto que vieste?
- Foi.
- Isto era o que eu não podia saber ontem?
- Isso mesmo.
- Que lindo! Muito obrigada! A nossa aldeia nunca mais
vai ser a mesma. O sol é lindo.
- É. E vai aquecer ainda mais.
- Boa!
- Já vi as pessoas que saíram de casa cumprimentarem-se
com sorrisos abertos.
- Mas o sol veio para ficar?
- Claro que sim.
- Obrigada! – Diz a menina
E nesse
mesmo dia, no fim dos trabalhos das pessoas, ainda de dia, os habitantes
juntaram-se todos na praça do sol, que embora tivesse esse nome, não via o sol
há muito tempo, e festejaram a presença do sol.
Estavam
todos muito sorridentes, e procuraram conhecer-se uns aos outros, até estavam a
sentir calor porque não estavam habituados a tanto sol. O pássaro de asas
douradas aprecia orgulhoso e feliz, pousado no solo e recebe muitos mimos das
pessoas.
Desde esse dia, o sol nunca mais saiu
de lá, até porque adorava ver os sorrisos e a felicidade dos habitantes, pela
sua presença, e porque toda a natureza precisava dele para nascer e tornar
aquele espaço mais bonito, mais saudável e alegre. E conseguiu.
O sol faz bem a tudo! Aquece-nos,
dá-nos luz, cor, saúde e alegria, porque todos nós, seres humanos também somos
filhos da Mãe Natureza como o sol, e precisamos dele. Quando não há sol ficamos
mais tristes como as pessoas deste sítio.
E vocês? Gostam de sol?
Sabem qual é a importância do sol para
nós e para o planeta?
FIM
Lara Rocha
(5/Maio/2015)
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