Era uma vez uma família de gotinhas de chuva que viviam
nas nuvens. Muito lá em cima. Um dia, foram passear, e de repente, encontraram
um espaço aberto, sem nuvens, cheio de vento.
- Óh não! – Grita a gota de
chuva mãe
-
Mãe…- Gritam todas as gotinhas assustadas
-
O que está a acontecer? – Pergunta uma gotinha
-
Está muito vento! – Diz outra gotinha
-
Apanhamos um buraco. – Diz a mãe
-
E agora? – Perguntam todas assustadas
-
Agora vamos cair lá abaixo! – Responde outra gota mais crescida
-
Não! – Gritam todas
-
Voltamos para trás? – Pergunta outra gota gorda
-
Sim… segurem-se – Grita a mãe
-
Onde? – Perguntam as gotas
-
Como conseguirem! Agarrem-se a mim… – Responde a mãe
Tentaram de todas as maneiras
segurar-se, agarram-se umas às outras, prendem-se pelos cabelos, dão as mãos,
querem recuar para a nuvem antes do buraco, mas não conseguem porque o vento
era mais forte do que elas.
-
Não consigo, mãe! – Gritam as gotinhas mais pequenas, assustadas
Como não podiam lutar contra o vento, e começaram a
perder as forças, não tiveram outra solução, a não ser, deixarem-se cair.
Começam todas a gritar, a descer devagar, depois o vento fê-las rodar e
desceram muito depressa, todas juntas, em roda e depois em fila. Gritaram o
caminho todo. Estavam muitas crianças a brincar em terra, no parque, e viram
que o céu estava muito escuro.
- Venham para dentro…vai
chover! – Grita uma adulta que estava com eles
Mas os meninos repararam que vinham gotas de chuva a cair
e ficaram a ver. As gotas descem muito rápido e gritam:
- Ááááááhhhh…vamos cair!
- Onde? – Perguntam as
pequeninas
- Não chão…em qualquer
sítio! – Responde a gota mais velha
- Não se preocupem, vamos
cair no fofo! – Garante a mãe gota
E a mãe tinha razão. Felizmente os
meninos não entraram, e seguem as gotas de um lado para o outro, para ver se
elas não caem no chão. Assim as gotas caíram em cima dos seus guarda-chuvas.
Outras gotas são
projectadas para a relva, mas não se magoam porque caem em cima de um monte de
folhas que caíram das árvores. Quando reparam que estão a salvo, respiram de
alívio.
- Ufa! – Suspiram todas
- Caímos bem! – Garante a
gota mãe
De repente cai um enorme raio de trovoada, os meninos
desatam a correr para a sala aos gritos, e um deles, tem tanto medo que larga o
guarda-chuva. As gotas juntam-se todas, abraçadas e metem-se debaixo do
guarda-chuva.
- Estamos abrigadas…estamos
todas bem? – Pergunta a mãe?
- Estamos! – Respondem as
filhas
- Mamã, e agora como vamos
voltar lá para cima? – Pergunta uma gotinha
- Um dia destes voltamos.
Não sei quando, nem como, mas voltaremos.
- Agora estamos cá em baixo…
- Diz outra gotinha
- Felizmente caímos no mole!
– Diz outra gotinha
- Pois, se caíssemos no chão
podíamos magoar-nos.
- Pois era. – Dizem todas
- É uma tempestade. – Diz a
mãe
- Ai, que susto! – Suspira
uma gotinha pequenina
- Pois foi. – Diz outra
gotinha pequenina
- Mas já vai passar. –
Garante a mãe
Entretanto, elas estão abrigadas e a tempestade passa. Os
meninos voltam a sair e os que deixaram os guarda-chuvas vêem as gotinhas lá
debaixo. De repente, uma nuvem média desce à terra, e vai buscar as gotinhas.
- Olhem…uma nuvem no chão… -
Diz um menino
- Olá! Vim buscar as
gotinhas…alguém as viu? – Pergunta a nuvem
- Estão aqui debaixo do
guarda-chuva! – Responde o menino
- Áh! Tiveram muita sorte. –
Diz a nuvem
- Como é que elas caíram
aqui? – Pergunta uma menina
- Apanharam um buraco cheio
de vento e não conseguiram segurar-se, mas não se magoaram, porque caíram em
cima dos vossos guarda-chuvas e das folhas secas, não foi?
- Foi.
- Boa! Muito obrigada. –
Responde a nuvem
As gotinhas saem debaixo do guarda-chuva, sorriem para a
nuvem.
- Olá! Estão todas bem? –
Pergunta a nuvem
- Sim, estamos, felizmente,
e tu? – Pergunta a gota mãe
- Também. Soube o que vos
aconteceu, e vim-vos buscar. Querem ir? – Pergunta a nuvem
- Sim, claro! – Respondem
todas as gotas
- Muito obrigada pelos
vossos guarda-chuvas, meninos. – Diz a gota mãe
- De nada! – Respondem os
meninos a sorrir
- E tenham cuidado agora
quando forem passear. – Aconselha uma menina
- Sim, teremos…- Garante a
gota mãe.
As gotas sobem para a nuvem, muito contentes, e voltam
para a sua casa. Os meninos põem os guarda-chuvas a secar no estendal,
pendurados pelas bengalas para não ganhar ferrugem, e depois ao contrário para
apanharem sol.
Ainda bem que os meninos tinham os guarda-chuvas abertos,
assim, as gotinhas caíram e não se magoaram.
FIM
Lálá
(22/Setembro/2014)
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