desenhada por Lara Rocha
Era uma gatinha pequenina, de pelo branco, e olhos verdes que foi abandonada pelos donos que ficaram com a sua mãe. Deixaram-na no parque da cidade, debaixo de um banco para quem a quisesse adotar, ou então se a encontrassem.
A
gatinha estava cheia de frio e fome, e miava fininho, baixinho, mas uma senhora
de muita idade reparou nela. Olhou-a, e levava consigo um saco e um pacote de
leite.
Pegou
na gatinha carinhosamente, e meteu-a no saco. Chegou a casa, encheu uma tigela
de leite e deu à gatinha, e enquanto a gatinha se alimentava, a boa senhora
preparou um ninho para ela, no chão da sala com lareira, à beira da sua cadeira
de baloiço, lamentando a pouco sorte da gatinha, e sempre a resmungar por
abandonarem os animais.
Pegou
numa almofada e numa das suas mantas, pôs por cima da almofada, pegou na
gatinha, deu-lhe um banho quente, e encheu-a de mimos.
Mas
de noite, a gatinha não parava de miar, e a senhora ficou muito irritada,
porque não conseguia dormir com os seus miares. Na manhã seguinte, deu leite à
gatinha e meteu-a outra vez no saco.
Saiu
de casa e foi a casa de uma amiga, também já com muita idade, e perguntou-lhe
se queria ficar com a gatinha. A senhora aceitou, e a gatinha lá ficou…a
senhora deu-lhe leite, mimos, e preparou-lhe um ninho muito confortável, dentro
de uma caixa de sapatos, com uma mantinha, e na sala de jantar.
A
gatinha estava muito contente, até que a senhora começou a coçar-se toda, a
tossir e a espirrar. Deixou a gatinha e à noite foi ao médico, porque já não
aguantava mais…o médico disse-lhe que era alergia ao pelo dos gatos.
A
senhora tomou uns medicamentos, ficou muito zangada com a gatinha, e pô-la fora
da porta sem ninho. A gatinha miou sem parar, para pedir abrigo, mas nessa
noite teve mesmo de dormir fora da casa, porque estava muito escuro, e ela não
conhecia o sítio, dormiu enroscadinha sobre si mesma para tentar aquecer-se.
De
madrugada, a senhora pegou no ninho que tinha feito para a gatinha e pô-lo fora
da porta com a manta, a gatinha ainda se pôs a miar para ver se a senhora tinha
pena dela, e se a deixava entrar, mas a senhora não lhe abriu a porta, então,
meteu-se dentro da caixa de sapatos e conseguiu cobrir-se com a manta.
Na
manhã seguinte, a senhora saiu a porta, ainda mal-humorada e deixou uma
tigelinha com leite para a gata, mas gritou-lhe que fosse embora, e chutou-a. A
gatinha tomou o leite, e foi embora muito triste.
Caminhou
um bom bocado, muito assustada, a miar, para ver se alguém a encontrava, mas
não teve sorte. Muito mais à frente, encontrou um acampamento, cheio de tendas,
e tentou a sua sorte…recebeu muitos mimos, alimento, e prepararam-lhe um ninho
confortável, feito numa boia de uma criança com uma toalha de praia, e cobriram-na.
A
gatinha miou a noite toda, porque queria mimos, e tinha medo… muita gente
começou a atirar-lhe objetos para a chutar, gritaram com ela, bateram com os
pés no chão e deram pontapés no seu ninho…a gatinha fugiu sem olhar para trás,
correu muito triste, e parou numa casa, fraca, com frio e com fome.
De
manhã bem cedo, a dona da casa saiu a porta e olhou para a gatinha. Ficou cheia
de pena, e voltou a entrar para lhe dar leite…nessa casa já havia uma gata, que
tinha sido dada por uma amiga sua no dia anterior, e…áhhh…que surpresa…era a
sua mãe.
As
duas gatas reconheceram-se, lamberam-se, festejaram e nunca mais se largaram. A
dona não percebeu que as duas eram mãe e filha, e não sabia que a gata que a
amiga lhe tinha dado no dia anterior, tinha tido gatinhos, com quem ela não
podia ficar, então deu alguns e abandonou outros.
Achou aquela proximidade e aquele carinho
imediato entre as duas, eram as duas tão bonitas, e como a pequenina até era
parecida com a grande, ficou com as duas, pois para ela seriam uma companhia já
que vivia sozinha.
Enquanto
a rapariga foi trabalhar, a gata mãe recuperou o tempo perdido, encheu a sua
cria de mimos, alimentou-a, foi passear com ela pela casa, brincaram uma com a
outra, muito felizes, descansaram encostadas uma à outra, alimentaram-se com o
que a dona tinha deixado.
À
noite, a dona voltou, encheu as duas gatas de mimos, brincou com elas, e
deu-lhes um nome: à mãe chamou Gata Vénus, e à filha gata Lua.
Conversou
muito com elas, ensinou-lhes algumas regras de higiene, passeou com elas pela
casa e pelo jardim, e preparou um ninho para as duas, muito especial…uma alcofa
que tinha comprado de propósito para elas, com um lençol e alguns brinquedinhos
para gatos, para a pequenina.
As
duas eram tratadas como rainhas, e retribuíam a todo o momento, todo o carinho
e tudo de bom que a dona lhes dava. Eram umas companhias maravilhosas, a dona
era louca por elas, quando cresceram um bocadinho mais, a dona levava-as para o
parque, onde andavam à vontade, mas sempre debaixo do olhar muito atento da
dona…e elas adoravam esses passeios. A dona era maravilhosa com elas, e elas
adoravam-na.
Depois de serem abandonadas e maltratadas
encontraram um lar que lhes deu amor, carinho, dedicação, ninho, alimento e
ainda melhor…mãe e filha estavam juntas, e ainda ganharam um nome.
Fim
Lálá
(26/Agosto/2016)
Atividade:
Quantos ninhos teve a gata que não tinha nome?
De que eram feitos os ninhos?
Porque é que elas foram abandonadas?
E vocês? Acolhiam uma gatinha ou várias?
Que nomes lhes davam?
Como fariam os ninhos delas?
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