Era uma vez uma floresta cheia
aparentemente igual a qualquer floresta, cheia de enormes e centenárias
árvores, animais raros, em vias de extinção, sol e sombra. Mas era só
aparentemente, porque era realmente uma floresta muito diferente.
A entrada era feita por uma pequena
gruta que tinha um guarda: um peixe grande, estranho, feio, que parecia muito
assustador, carrancudo e antipático, mas na realidade, sempre que via alguém,
olhava de cima a baixo, cheirava, e se achava que o visitante era do bem,
sorria, cumprimentava e deixava entrar.
Puxava uma alavanca e abria-se uma
cortina feita de grandes ervas, muito compridas que caiam de umas rochas.
O visitante
atravessava a porta, e entrava num lugar da floresta com uma temperatura muito
agradável, nem calor nem frio, geralmente sol, não muito quente, uma aragem, um
vento suave.
Por todo esse espaço havia flores,
umas em botão, outras abertas, de todas as cores, e espécies, cada qual a mais
bonita, flores que pareciam sorrir a quem passava, e dançar ao sabor do vento,
leves…Viam gotinhas brilhantes pousadas e a reluzir com o sol, na relva fresca,
do orvalho da noite.
Ouviam sons de pássaros a cantar,
árvores cheias de ninhos, uns com ovos, outros com passarinhos bebés, tocas nos
pés das árvores, de coelhos, tocas nos troncos, de raposas, mochos, corujas e
outras espécie de aves, borboletas e andorinhas.
Ouviam o barulho de água a
correr, viam sol e sombra, e umas vezes apareciam nuvens, o vento tornava-se
mais frio, caiam umas gotas de chuva, e o sol voltava a brilhar.
Depois havia outra porta, feita com
uma cortina de conchas, que faziam um barulho delicioso quando se tocavam e
balançavam à passagem do vento leve e quente.
Quando desviavam as cortinas, os
visitantes punham os pés em areia, macia, fofa, branca, limpa e com uma
temperatura agradável.
Caminhavam pela areia, viam
palmeiras, e ouviam o som do mar vagaroso, muito baixinho, com rochas à mostra,
água quentinha, transparente, onde se viam corais, pedras de todos os tamanhos
e cores, peixes de muitas espécies diferentes, estrelas-do-mar, cavalos-marinhos,
viam-se golfinhos muito próximo da costa, barquinhos, ouviam-se gaivotas, e
podia-se mergulhar à vontade.
O sol começava a ficar cada vez
mais quente, a escaldar, e as pessoas deitavam-se na areia à sombra de
palmeiras, e dos seus guarda-sóis, depois mergulhavam, molhavam-se várias vezes
e secavam-se, porque o calor era muito, e bebiam muita água, depois iam para as
suas casas.
Saiam desse lugar, e encontravam
uma porta feita de um tronco de uma árvore velha, que abria e fechava com um
galho mais ou menos grande e grosso. Esse lugar era mais fresco, o vento umas
vezes era quente e forte, outras vezes era fresco, frio e forte, mesmo com sol
que era mais fraco.
Havia mais nuvens, às vezes chovia,
e a paisagem era um bocadinho mais escura, as folhas das árvores caiam às
centenas, e eram em tons de vermelho, castanho, amarelo, verde, roxo.
Viam-se
nozes no chão, castanhas, umas nos ouriços, outras fora dos ouriços, bolotas espalhadas
por todo o lado, e os varredores da floresta amontoavam as folhas aos pés das
árvores, mas vinha o vento e elas que adorava as folhas, principalmente vê-las
a dançar, soprava-lhes forte, elas rodopiavam outra vez, e faziam quase uma
chuva de folhas de várias cores. Que lindo espetáculo, mas coitados dos
varredores.
Viam uvas, maçãs e peras, milho
alto, espigas, e muitos outros produtos da terra típicas que só apareciam nessa
época do ano.
Os seus habitantes apanhavam tudo o que a terra lhes dava, para
ganharem dinheiro com as utilidades e coisas deliciosas que faziam com esses
brindes da natureza. Faziam festas típicas, andavam mais agasalhados e a
natureza era um bocadinho mais triste.
Por fim, chegavam à última porta,
que era feita de uma nuvem escura, macia mas espessa. Atravessavam a porta e
sentiam logo um vento gelado, que atravessava a pele e gelava todo o corpo. Quase
não havia natureza, toda a paisagem era gelo, um manto branco, e sentiam flocos
de neve a cair na cara, nas mãos, na cabeça…
Os seus habitantes passeavam
enchouriçados de roupa, quase só com os olhos de fora, praticamente não havia
animais a circular, o céu estava quase sempre escuro, o sol quando aparecia era
tão fraquinho que quase nem se sentia, só trazia um bocadinho mais de
claridade. Dos telhados das casas via-se sair fumo, das lareiras e das
cozinhas.
Só havia uma grande festa, que aparentemente
cortava todo o frio… a que chamavam o Natal…aquecia os corações, porque
juntavam-se muito mais nas casas uns dos outros, e também vendiam muitas
coisas.
Era uma floresta que tinha as
quatro estações do ano num só lugar! Uns visitantes conheciam todas, e depois
instalavam-se alguns dias ou semanas no lugar da estação do ano que mais
gostava…Primavera…Verão…Outono e Inverno.
As que tinham mais visitas eram a
Primavera e o Verão, porque seria? Porque há mais luz, mais vida na natureza e
mais alegria.
Se fossem a esta floresta, para que cantinho iam? Porquê?
O que encontrariam lá, além disto? Ou encontrariam coisas diferentes? Desenhem ou
pintem, ou escrevam sobre a vossa estação do ano preferida.
FIM
Lara Rocha
(27/Agosto/2016)
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