NARRADORA – Era uma
vez um grupo de meninos e meninas que estavam ao ar livre, numa noite quente de
Verão, com uma lua cheia gigante e um céu estrelado. Os meninos estavam a
conversar e a apreciar a noite.
LUISINHA – Que linda
noite!
TODOS – Pois está.
RITA – Gostava tanto de voar
até lá cima, onde estão as estrelas, e vê-las mais de perto…ver o nosso planeta
lá de cima…!
TODOS – Eu também.
GONÇALO – Mas
não ias conseguir ver nada. Ias ficar tão longe.
RITA – Levavas uns binóculos.
TODOS – Pois.
FRANCISCO – Só
se fosses de foguetão.
RITA – Não! Preferia ir de
balão.
DANIEL – De balão? Não pode ser…morríamos!
Não há ar lá em cima…!
SARA (resmunga) – És
sempre o mesmo!
DANIEL – É verdade!
NARRADORA –
Enquanto os meninos estão distraídos na conversa, um ser muito especial, na
atmosfera, ouviu a conversa.
SER – Estas crianças são
maravilhosas! (sorri) Tão pequeninos, tão puros…mas já com um peso…sem
capacidade de sonhar e de viajar nos sonhos, pelo mundo da imaginação, com os
livros. O que se passa com estas crianças? Elas não costumam ser assim tão…grandes
em ponto tão pequeno! Não gosto nada disso…menino…que não acreditas que podes
tocar nas estrelas, ou chegar mais perto delas…aqui vai uma prova como podes!
NARRADORA – O lindo
ser…tinha corpo de mulher, era transparente e todo o seu corpo tinha estrelas…era
uma mulher feita de estrelas, linda! Ela dança e a cada movimento gracioso e
elegante que faz, liberta estrelas. Apanha-as com carinho e junta uma por uma,
até formar um balão flutuante, transparente, cheio de estrelas a cintilar, como
ela. Ela sorri e sopra devagar o balão. O balão começa a descer sem pressa,
leve, lindo, cheio de luzinhas…de repente os meninos vêem uma coisa a descer do
céu. Ficam boquiabertos e maravilhados.
TODOS – Ááááhhh…!
SARA – Olhem!
DANIEL – O que é isto?
RITA – Parece um avião.
FRANCISCO – Ou é
uma nave espacial?
DANIEL (convicto) – Uma nave
espacial? Achas que sim? Isso é só nos filmes!
RITA – Está a descer.
GONÇALO – Será
que é um meteorito?
LUISINHA –
Aquilo não é um meteorito. Não tem forma disso, nem de uma estrela cadente. Está
a andar…devagar!
SARA – Então pode ser um
satélite.
(Quando o balão pousa no seu terraço ficam
todos assustados)
SER – Não tenham medo! Este é
o balão que vos vai levar a tocar nas estrelas!
TODOS (sorriem) –
Ááááhhh…
SER – Subam à vontade! Não tenham
medo. É seguro.
(Os meninos sobem para o balão que fecha
uma cápsula e tem oxigénio, e uma janela panorâmica. Os meninos estão
maravilhados)
TODOS – Que lindo! Uau!
SER – Boa viagem!
GONÇALO – Olha
que não podemos demorar muito…a mamã pode ficar preocupada!
SER – Não te preocupes. A
viagem é rápida.
LUISINHA – Mas quem
és tu que estás a falar?
SER – Sou filha do universo e
da noite…uma das muitas!
TODOS – Filha do universo e da
noite?
SER – Sim! Encantem-se com a
paisagem!
NARRADORA – O balão
feito de estrelas começa a subir, a subir…e começam a ver as estrelas muito
perto. Soltam grandes exclamações e sorriso de alegria e de encanto, tocam no
vidro, as estrelas sorriem-lhes e colam-se aos vidros, enviam beijos, os
meninos retribuem e tocam nos vidros. Vêem os planetas ao fundo, e as estrelas
dançam para eles, de mãos dadas, deixando atrás delas um rasto de brilho que
cria lindas imagens…os meninos aplaudem, encantados, e as estrelas escrevem a
seguinte mensagem: «Muito obrigada pela vossa visita! Voltem sempre. Boa noite
e bons sonhos. Boa viagem!». Todos agradecem e o balão começa a descer
lentamente, todo o espaço é lindo, dá vontade de ficar lá mais tempo, mas estão
a descer! A Lua, estende a sua mão, pega na cápsula, delicadamente, lança um
fio seu, com luz branca brilhante, cheio de pequeninas luas. Embala os meninos
se estivessem numa cama de baloiço, com estrelinhas e sóis a cantar docemente…
parece um coro de anjinhos, e os meninos começam a ficar com muito sono, até
que adormecem quase sem dar por isso, em cima de almofadões feitos de nuvens. O
balão aterra na varanda, desfaz-se, e os meninos ficam deitados nos grandes
almofadões a dormir. As suas mães estranham tanto silêncio, e quando vão á
varanda reparam que estão todos a dormir. Cada mãe arrasta os almofadões
devagar para dentro de casa, e cobre o seu menino, para não os acordar. Todos dormem
até ao dia seguinte. Será que eles foram mesmo ao espaço, num balão feito de
estrelas, ou…apenas tudo não passou de um sonho? O que acham? Também gostavam
de ir ao espaço? Se pudessem ir, como iam? O que viam?
FIM
Lálá
(6/Fevereiro/2014)
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