Era uma vez uma jovem que se chamava Tânia.
Vivia numa cidade enorme, muito poluída, onde estava muitas vezes céu nublado,
cinzento, frio e chuva.
Tânia
não gostava muito de viver com tanta chuva, mas tinha de ser, pois os pais
tinham-se mudado para essa cidade, para ficar mais perto do local de trabalho.
Ela adorava sol, e tinha muitas saudades de o ver, de sentir o seu calor, assim
como adorava flores.
Quando
se mudou, levou muitas sementes de flores diferentes que se davam bem no frio,
mas as que gostavam de sol, como os girassóis, estavam ainda muito pequenos e
murchos, porque poucas vezes havia sol.
- Óhhhh…tenho tantas saudades de sol…e vocês
também, não é meus queridos?! Sim, eu sei! Podíamos mudar de sítio…para um,
onde houvesse muito sol…! Assim vocês cresceriam muito mais! – Dizia Tânia,
muitas vezes, às suas flores.
Poucos
dias depois, Tânia fica muito feliz com uma notícia que os pais lhe deram:
- Filha, vamos fazer as malas…temos de mudar
outra vez de sítio…! – Informa a Mãe.
- Óh! Outra vez? – Suspira Tânia chateada.
- O nosso trabalho assim o exige…é para nosso
bem! – Diz o pai.
- Que chatice…andar sempre de um lado para o
outro…e vamos sempre para chuva! Estou farta deste céu escuro…deste frio todos
os dias, de tanta chuva…As minhas flores nem crescem! Olhem para os
girassóis…minúsculos e murchos. – Resmunga Tânia.
- Eu sei, filha! Tens razão, e nós também não
gostamos de tanta chuva, tanto frio, tanto céu cinzento…mas temos de
aguentar…precisamos de dinheiro, para voltar para a nossa aldeia onde há sol
que baste! – Diz a mãe.
- Tenho tantas saudades da aldeia! Lá, até da
chuva e do frio, gosto! – Diz a Tânia.
- Eu também filha! – Diz a mãe.
- Pára de reclamar, rapariga! Nada se faz sem
sacrifício…nada é recebido de volta sem trabalho, sem dedicação. – Resmunga o
pai.
- Melhores dias virão! – Diz a mãe.
- E para onde vamos agora? Para outro sítio sem
sol? – Pergunta a Tânia.
- Não…este parece que tem bastante sol…pelo
menos…onde está localizado, e é campo! – Responde a mãe sorridente.
- A sério? Boa…finalmente! Espero bem que
sim…posso levar as minhas flores, não posso? – Pergunta Tânia a medo.
- Sim, claro que sim! – Fiz a mãe a sorrir.
A
Tânia festeja com saltos e risos. A mãe ri-se, mas o pai avisa zangado:
- A preocupação dela é o raio das flores…para
que queres as flores? Vai lá fazer as
malas, que rapidamente temos de sair daqui. – Resmunga o pai.
- Para ficar feliz, e para olhar para elas…para
me lembrar da nossa origem…um sítio que faz parte de mim…e que adoro! – Explica
Tânia.
- Deixa-te de lamechices…e saudosismos…-
Resmunga o pai.
- Eu sinto o mesmo… - Acrescenta a mãe.
- Despachem-se, mas é! Não sei se vão ter espaço
para tanta flor. – Murmura o pai.
- Claro que vamos ter! – Respondem as duas em
coro.
- Fica descansado que não vão em cima de ti. –
Resmunga a mãe.
Fazem
as malas, e vão metendo na caravana. As flores são as últimas a entrar. Depois
de uma viagem mais ou menos longa, para a nova casa, Tânia fica com um sorriso
de orelha a orelha, ao ver que estavam num sítio com um lindo céu azul, sem
nenhuma nuvem, uma temperatura muito agradável, e um sol brilhante, com campos
enormes à frente, e à volta da casa grande. Também havia animais da quinta:
cavalos, póneis, ovelhas, vacas, porcos, galinhas, patos e cães.
Tânia
salta de alegria. Dois casais muito simpáticos das casas ao lado oferecem-se
logo e ajudam a descarregar as coisas, numa conversa muito animada. Há mais
crianças que também se dão logo à confiança e conversam com a Tânia.
Acomodam
as coisas, e logo que fica livre, Tânia vai pôr os vasinhos das flores ao sol,
mas por conselho dos outros meninos, ela tira-os dos vasos e planta-os no
campo, num canteiro que estava livre. Os meninos ajudam e plantam carinhosa e
delicadamente, enquanto as crianças vão brincar, alimentar os animais, e andar
a cavalo, os girassóis ganham vida, ficam com umas cores mais fortes, e mais
bonitas, e rodam alegremente em todas as direcções.
- Áááááhhh…! – Suspiram todos os girassóis.
- Que maravilha! – Suspira um girassol.
- Mas que sítio é este? – Pergunta outro
girassol.
- É muito diferente de onde estávamos. –
Responde outro girassol.
- Sim! Aqui há…sol com fartura…! - Repara outro
girassol.
- E olhem só o espaço que temos para as nossas
raízes! – Repara outro girassol.
- Saímos dos vasos apertados! – Suspira de
alívio outro girassol.
- Aqui sim…é um sítio para nós. – Repara outro
girassol.
- Já estava farto daquela janela. – Repara outro
girassol.
- Eu também. – Respondem em coro.
- E daquele espaço fechado…apertado…! – Repara
outro girassol.
- Eu também! – Respondem em coro.
- E daquela água toda nas janelas.
- Aquela escuridão sempre diante de nós.
- Que horror.- Suspiram todos.
- Acho que me sinto muito mais novo! – Comenta
outro girassol.
- Eu também! – Respondem em coro.
- Óh, que sol fantástico! Até me apetece correr
por aqui fora! – Desabafa outro girassol.
- A mim também. – Respondem em coro.
- Eu sinto-me tão feliz…só me apetece rir e
saltar… - diz outro girassol.
- Eu também! – Respondem em coro.
- Aqui vamos ganhar saúde, crescer, e dar
grandes! – Acrescenta outro girassol.
- Sim! – Gritam em coro.
E
eles tinham razão. Saboreiam o sol, agradecem ao sol, dançam ao sabor da
aragem, suavemente, felizes, mexem-se cheios de energia e alegria, cantam
juntos, e ganham uma nova vida.
Nos
dias seguintes, a Tânia e os meninos, cuidam deles e ficam encantados com as
suas cores…regam-nos, acariciam-nos, e cuidam do resto dos animais e do campo.
Com o sol, os girassóis
crescem, dá gosto ver aquele pedacinho de campo, com cores tão bonitas…e neles
pousam as borboletas…cada qual a mais bonita, todas diferentes, mas lindas, e
as abelhas para lhes tirar o pólen. As suas folhas tornam-se muito verdes, e
servem de abrigo, e de sítio de diversão, para alguns caracóis. Os girassóis
permitem isso tudo, e criam novas amizades.
Tânia está muito mais feliz,
porque tem céu azul e sol a maior parte do tempo, brinca todo o dia ao ar
livre, corre e salta pelos campos alegremente com os outros meninos atrás dos
animais, brincam com a terra, andam descalços, ajudam os pais, e cuidam das
flores e dos animais. O pai carrancudo está mais simpático e os vizinhos são
óptimas pessoas, convivem, fazem festas, ajudam-se…e a comida é muito mais
saudável.
A vida do campo e as
brincadeiras ao ar livre…os pés e as mãos na terra…o contacto com os animais e
com as flores…é muito saudável, o sol traz grande alegria, vida, e faz crescer
as plantas.
Por tudo isto, Tânia e os
meninos agradeciam às estrelas e ao sol todas estas coisas boas, que tinham
todos os dias. As próprias flores e legumes agradeciam à mãe natureza, ao sol e
aos meninos. Tudo na natureza faz falta para os seres vivos, é por isso que
devemos respeitar e tratar bem a natureza e agradecer-lhe tudo de bom, e tudo
de bonito que ela nos dá!
E vocês agradecem? Se não o
fazem…podem e devem começar a fazê-lo, porque as coisas tratadas com carinho,
cuidado e dedicação são muito mais especiais, muito mais bonitas.
Há mil e uma coisas que devemos
agradecer todos os dias, ou de vez em quando, porque há coisas que realmente
são verdadeiros….presentes da natureza…assim agradecemos a quem nos dá prendas,
também podemos, e devemos agradecer à Natureza os presentes que ela nos dá, e
trata-la bem, com respeito!
Apreciar tudo o que ela tem de
bonito, bom e mesmo algumas que não são tão bonitas ou agradáveis para nós,
pessoas, mas são muito importantes para a Natureza e para nós que vivemos dela.
A natureza merece ser bem
tratada. Agradeçam também ao sol e às nuvens, à chuva, ao vento, ao frio, ao
calor, à trovoada, à geada, à neve, aos rios, ao mar…!
Podem até oferecer-lhe algumas
coisas, como desenhos de pedacinhos dela, flores ou palavras bonitas sobre ela,
ou a palavra «obrigada» e imagens da natureza…e principalmente, o melhor
agradecimento que lhe podem dar…é protege-la, trata-la bem, com carinho e
respeito, sem a destruir e sem a poluir.
FIM
Lálá
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