Era uma vez um enorme campo, numa montanha, onde
viviam muitas famílias de belas abóboras, umas maiores, outras mais pequenas, e
cabaços, e todos os anos faziam concursos, desfiles e encontros entre abóboras
que vinham de todo o lado, uma ótima oportunidade para passarem um dia
diferente, e conviverem, estarem mais tempo umas com as outras, e divertir-se.
Este era um desfile, onde as abóboras se
vestiam de tudo o que quisessem, uma espécie de Carnaval, e no fim, o prémio
para todos era um magusto.
Ainda faltavam alguns dias para o maior de
todos, mas já se sentia uma grande euforia, e muita agitação, desde que todas
tinham recebido o anúncio da festa.
Uns dias antes, cada família de abóboras
preparava cuidadosamente os fatos que queriam vestir, as abóboras costureiras
não tinham mãos a medir, para apertar, alargar, cozer e fazer novos fatos.
As abóboras cozinheiras também já preparavam
todos os pratos que iam servir, reuniam todos os ingredientes, corriam de um
lado para o outro, para encontrar os melhores.
As abóboras decoradoras idealizavam,
desenhavam, construíam, experimentavam, e misturavam cores, para tornar o
espaço mais bonito, e agradável. Tinham realmente muito gosto e jeito.
Os cabaços carpinteiros também preparavam
tudo, trabalhavam muitas mais horas do que o habitual para pôr tudo como devia
ser, cadeiras, mesas, palcos, escadas, prateleiras, e tudo o que fazia parte.
O grande dia chegou finalmente. Ao fim da
tarde, com um céu em tons de roxo, e a ameaçar chover, as famílias começaram a
reunir-se, no espaço, que parecia um palácio.
Estavam encantadas com as decorações. Havia música,
muitos abraços, beijos e gargalhadas, mas o melhor de tudo eram os disfarces
que cada um tinha arranjado.
Umas abóboras vestiram-se de estrelas com
vestidos e saias de tecidos brilhantes, douradas, prateadas, lantejoulas de
várias cores, que tornavam a roupa ainda mais brilhante, maquilhagem a
condizer, e sapatos, as folhas todas arranjadas e lindas.
Outras abóboras iam vestidas de sereias, com
longas cabeleiras e vestidos muito compridos, a imitar caudas, brilhantes,
cheias de cores. Outras abóboras iam vestidas de flores de várias espécies,
outras de animais de toda a espécie, outras de nuvens, outras de bolas de
sabão, outras de vulcões, outras de elementos e fenómenos naturais, expressões
faciais, outras de legumes, e outras de utensílios de cozinha.
Os petiscos estavam deliciosos, houve muita
gargalhada, e com as barriguinhas bem cheias, não faltou animação: primeiro o
desfile, em que cada um passava pelo palco, e todos aplaudiam, votando
secretamente num papel e numa casotinha, um de cada vez, na farda que mais
gostaram.
Depois, todos dançavam à vontade, como
queriam, umas vezes sozinhos, outras vezes acompanhados, brincavam, riam,
conversavam. E quase de madrugada, faziam o magusto até ao nascer do sol, com
muita alegria.
A este desfile com magusto seguiam-se muitas
outras festas, às vezes relacionadas com temas, outras vezes para comemorar
algum acontecimento importante, outras vezes só para estarem juntos e brincar.
As
abóboras adoravam esses encontros! E vocês?
-
Conseguem imaginar abóboras disfarçadas? Abóboras costureiras, abóboras
cozinheiras?
-
Se vocês fossem uma abóbora, que disfarce levariam para o desfile?
-
Se vocês fossem uma abóbora, o que festejariam com as outras abóboras?
Imaginem,
e se quiserem escrevam ou desenhem.
Fim
Lara Rocha
(31/Outubro/2016)
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