Era
uma vez uma casa com um jardim, onde aconteceu uma coisa muito estranha. A casa
foi invadida por uns duendes traquinas, muito brincalhões que estavam sempre do
contra. Não gostavam de nada como viam, e tinham a mania de se divertir a
trocar tudo. Nada ficava como antes. Entravam sem pedir licença e viravam tudo
ao contrário.
Foram
a uma casa, à cozinha e puseram as panelas que estavam no escorredor da loiça, dentro
de vasos que estavam na janela. Os vasos foram para dentro de tachos. Os pratos
foram para as gavetas, onde estavam os talheres. Os talheres foram para os armários
onde estavam os pratos, e os copos puseram no frigorífico. As toalhas, os
guardanapos, os apoios das panelas, os aventais e os panos da louça levaram-nos
para a dispensa. Na dispensa, esvaziaram uma prateleira que estava muito
arrumadinha por produtos, com arroz, massa e açúcar, e levaram-nos para o
forno.
Todos
aplaudiram muito e riram. Continuaram nessa casa, e foram à casa de banho,
esvaziaram os armários que tinham medicamentos, puseram os medicamentos na
banheira, o papel higiénico no armário dos medicamentos, o tapete da banheira
puseram no bidé, as toalhinhas que estavam numa gaveta: umas puseram no chão,
outras em cima do armário, outras na tampa do autoclismo, outras no suporte das
toalhas. Aplaudiram e riram muito.
Passaram
para o piso dos quartos. Entraram no quarto das crianças, saltaram em cima das
camas das crianças, deram cambalhotas em cima da cama, desfizeram as camas que
estavam tão bem feitinhas pela mamã, saltaram em cima das almofadas, rebentaram
duas almofadas que soltaram milhares de penas. Brincaram com as penas, a soprar
de uns para os outros, e a escorregar em cima das que caíram no chão, começaram
a espirrar sem parar, atiraram pijamas para o chão, e levaram brinquedos. Aplaudiram
e riram muito.
Foram
para o quarto dos pais, desfizeram as camas, puseram o lençol pendurado nas cortinas,
outro lençol foi para dento do armário, de onde tiraram roupas e puseram-nas
debaixo da cama, esvaziaram uma gaveta e puseram lá os chinelos, atiraram tudo
o que tinha numa cómoda para outra gaveta e puseram os sapatos da mamã em cima,
e os sapatos do papá noutra gaveta da cómoda. Espalharam os brinquedos dos filhos
por todo o quarto dos pais…parecia que tinha passado lá uma rajada de vento. Aplaudiram
e riram muito.
Foram
para a sala, e trocaram os álbuns de fotografias que estavam numa gaveta,
puseram-nos numas prateleiras de livros, e os livros ficaram uns na lareira,
outros no carrinho das bebidas, outros em cima do sofá. Mudaram os sofás de
posição: um ficou encostado à parede, outro levaram-no para o corredor, e outro
ficou na varanda da sala, onde espalharam roupas que estavam na sala, por toda
a varanda, umas penduraram no estendal, outras nas janelas. Aplaudiram e riram
muito.
Foram
para outra casa, e para outra, e para outra, correram as casas todas do
bairrinho. Divertiram-se até não poder mais, e puseram tudo ao contrário, por
onde passaram.
O
que eles não sabiam é que os guardas do bairrinho, viram tudo, e esperavam-nos
à entrada com uns enormes cães, que rosnavam com os dentes cerrados, e quase
deitavam lume pelos olhos.
Os
guardas não os deixaram sair, nem os cães, e mandaram-nos entrar outra vez em
cada uma das casas, e pôr tudo no lugar que devia estar. Os duendes não
gostaram nada, e não se mexeram. Os guardas telefonaram aos donos da casa, e
estes vieram logo ver o que tinha acontecido…nem queriam acreditar! Aí tiveram
mesmo de arrumar tudo, na presença dos donos, dos guardas, e dos cães que
impunham respeito.
O
pior é que com a brincadeira, eles não sabiam de onde tinham tirado as coisas,
mas os donos das casas, com muita paciência, disseram-lhes os sítios de cada
coisa, e eles não tiveram outro remédio se não…arrumar tudo.
Gostavam
de desarrumar, mas não gostavam nada de arrumar, por isso, tiveram de inventar
outras brincadeiras.
FIM
Lálá
(7/Novembro/2016)
E vocês? Arrumam,
desarrumam, ou arrumam e depois arrumam?
Acham que eles
fizeram bem, em pôr tudo ao contrário?
O que lhes
aconteceu depois de desarrumarem tudo?
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