Era uma
vez uma floresta, despida, com as árvores que só tinham os troncos, sem folhas,
coberta de branco, e tudo congelado. O chão estava vidrado e muito
escorregadio.
Um dia
umas esquilinhos que viviam no parque de uma cidade onde não havia neve, nem gelo,
só frio e poluição, foram passear e procurar sítios onde pudessem mostrar a sua
arte: dançar balé.
Nos arredores
da grande cidade encontraram essa floresta, entraram e começaram logo a
escorregar. Deram as mãos e uns gritinhos, quando quase caiam.
- Olhem…isto está
muito perigoso! – Diz uma esquilinho
- Pois está! – Dizem todas
- Se eu não estivesse
agarrada a vocês, tinha caído com toda a certeza!
- Pois! Nós também.
- E podias magoar-te
bem…!
- Claro!
- Ei…esperem aí…!
- O que foi?
- Estamos à procura
de palcos, certo?
- Certo! – Dizem todas
- Mas é melhor
sairmos daqui…
- Não. Aqui é um
ótimo sítio para atuarmos. Olhem para isto…tudo está congelado.
- Sim, mas achas que
o gelo aguenta o peso?
- Acho que sim!
- Não sei se é
seguro.
- Porque não?
- Deve ter água por
baixo!
- E depois?
- E depois? Se tem
água e o gelo parte, caímos à água gelada…nem quero pensar.
- E porque é que isso
haveria de acontecer?
- Não sei…!
Uma coruja ouve a conversa.
- Posso ajudar-vos?
As esquilos estremecem e olham para
todo o lado.
- Aqui, em cima da
árvore… - Diz a coruja
A coruja desce devagar, e pousa no
gelo.
- Olá! – Dizem todos
- Olá! O que fazem
aqui? – Pergunta a coruja
- Viemos passear! –
Dizem todas
- À procura de um
palco. – Completa uma
- Um palco? Aqui? –
Pergunta a coruja surpresa
- Sim! – Respondem todas
- Somos bailarinas de
gelo, e às vezes usamos patins! – Explica outra
- Áh! Entendi. – Diz a
coruja
- Achas que aqui é um
bom sítio? – Pergunta outra esquilo
- Sim! Aqui têm gelo
por todo o lado.
- Mas será que o gelo
não parte?
- Não! – Assegura a
coruja
- Já alguém tinha
atuado aqui? – Pergunta outra esquilo
- Não! Espetáculos não,
mas já vieram para aqui ensaiar…a camada de gelo é muito grossa, já está
acumulada há muito tempo, e está muito frio! – Explica a coruja
- Uau! – Exclamam todos
- Podemos fazer aqui
o nosso espetáculo.
- É que nós vivemos
num parque de uma cidade onde não há gelo, nem neve, só há uma coisa que eles
chamam poluição…muito barulho…frio, mas sem neve, e com chuva e vento! – Diz outra
esquilo
- Entendo! Claro que
podem fazer aqui, à vontade. Precisam da minha ajuda? – Pergunta a coruja
- Podes…ajudar-nos da
divulgação…anunciar o nosso espetáculo…e… - sugere outra esquilo
- Sim! Com muito
gosto! – Diz a coruja
A coruja ajuda na decoração, e
enquanto divulga, as esquilinhos ensaiam o seu espetáculo. Numa noite de lua
cheia, enorme, a floresta enche-se de luzes, brilho, música, e público.
As bailarinas estão simplesmente maravilhosas,
lindas, graciosas, delicadas, brilhantes, sorridentes, coloridas. Uma esquilinho
faz a apresentação, a lua ilumina todo o espaço, além das luzes do palco.
Todos aplaudem, a música começa a
tocar, e as doces esquilinhos dançam de uma forma tão bonita, que deixam todo o
público encantado. Umas danças são feitas com patins de gelo, num lago
congelado, outras entre as árvores, com sapatinhos, brincadeiras, piruetas
movimento elegantes e depois convidam o público para dançar.
Recebem muitas palmas, tiram-lhes
muitas fotografias, e elas fazem centenas de espetáculos durante todo o
Inverno, por toda essa floresta, onde havia muitos lagos e fontes congelados.
Quando começa a Primavera, as
esquilinhos não fazem mais espetáculos, porque o gelo derrete, e há água por
todo o lado. Mesmo assim, elas não se esquecem da sua amiga coruja, que as leva
a conhecer a floresta sem gelo, tão diferente da que conheceram durante todo o
Inverno.
Cada pedacinho da floresta que
estava coberta de gelo, agora, na Primavera, tinha cores, sons, movimento,
flores e muita água corrente, que parecia que cantava.
FIM
Lálá
(15/Novembro/2016)
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