Era
uma vez uma menina chamada Luisinha, a quem chamavam Lu. Ela tinha umas grandes
bochechas, olhos verdes, brilhantes, quase sempre sorridente, excepto quando a
chateavam…aí ela gritava tão alto como um trovão, e chorava uma tromba de água.
Adorava todas as fases da Lua, e todas as noites a Lu. gostava de ver a Lua e de brincar com ela. Quando a Lua estava cheia, a Lu. encostava-se, toda refastelada na Lua, abraçava e aquecia-se na sua luz. Deitava-se
em cima dela e rebolava como se fosse uma bola, ria e dava muitas voltas. Uivava
com os lobos e com a Lua na sua janela.
Quando a Lua estava em quarto minguante, fininha, a Lu. sentava-se nela como se fosse uma cadeira de baloiço com encosto, balançava-se
devagarinho, e muitas vezes acabava por adormecer.
Umas vezes, andava sobre a Lua como se fosse uma corda
de um equilibrista, gatinhava ao longo dela e escorregava desde a cabeça até
aos pés da Lua, outras vezes andava na Lua como se fosse um barco.
Também ia para a sala de baile e dançava
com todas as formas de Lua. Fazia piqueniques, ouvia histórias contadas pelas
luas, estrelas e planetas, e contava-lhes as suas histórias, riam muito,
brincavam com os seus brinquedos.
Na Lua quarto – crescente, a Lu sentava-se como se
andasse a cavalo, e para ler, ouvir e contar histórias. Quando estava de mão
humor, escondia-se atrás da Lua, e ficava encostada, sentada no chão, não
parava quieta, mexia-se, mudava de posição centenas de vezes…umas vezes
deitava-se na Lua, com as pernas em cima, outras vezes ficava com as pernas
penduradas…outras vezes sentava-se, outras vezes deitava-se com a cabeça para
baixo, e barriga pousada na Lua, mas aguentava pouco tempo nesta posição.
A Lu navegava no grande lago chamado espaço, cheio de
estrelas e planetas, sem pressa, devagar, balançava, ia ao sabor dos sopros
vindos da respiração da Terra, e da Lua, deliciada com tantas luzinhas. Mas
havia uma coisa que ela não sabia...ela adormecia na companhia de todas as
luas, mas enquanto dormia, as luas vagueavam pelo seu quarto, tomavam conta
dela, cobriam-na delicadamente quando ela se descobria, não deixavam entrar
pesadelos, conviviam com as fadas do sono, e brincavam sem fazer barulho.
As luas verdadeiras
continuavam sempre lá em cima…e tudo isto era a Lu que vivia na sua imaginação,
com as luas que decoravam o seu quarto e a sua cama.
FIM
Lálá
(25/Dezembro/2015)
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