Era uma vez uma ninhada de sete gatos,
o Pai Ré, a Mãe Mi, e os filhos: Dó; Fá; Sol; Lá e Si. Eram todos grandes e
robustos, o pai de pelo preto e branco, a mãe com pelo branco. O Dó, e a Fá
tinham pelo preto, a Sol e a Lá eram brancas, e a Si era malhada, com pelo
preto e branco.
Os de pelo preto tinham olhos verdes,
as brancas, olhos azuis, e a malhada, olhos amarelos. O pai gato tinha uns
olhos que mudavam de cor conforme a luz, entre o amarelo e o verde, a mãe,
olhos azuis.
Uma família muito bonita e feliz, que
vivia nas ruínas de um castelo muito antigo, cheia de casotinhas onde dormiam,
no cimo de uma montanha. Ultimamente, nessa montanha andavam a cair muitas
bolas e balões que não sabiam de onde vinham. Talvez da cidade ou fugidos das
mãos de meninos.
Os gatitos acharam muito misterioso e
quiseram descobrir de que eram feitas aquelas bolas cheias de cor, que pareciam
muito mais leves que as outras. E eram mesmo…eram bolas de sabão de todos os
tamanhos, pequenas, grandes, médias e enormes.
Umas pairavam, no ar, outras
deslocaram-se pelo ar muito devagar, outras bolas voaram rápido até
desaparecerem, outras rebentaram no ar, e outras ficaram pousadas nas flores
até rebentarem. As flores arrepiaram-se e tossiram.
Os
gatinhos seguiram atentos, todos os movimentos das bolas, o Dó tentou
apanhá-las e a Fá seguiu o seu exemplo. A Si ri-se e disse-lhes:
- Seus totós…ainda
não perceberam que estas bolas não são para apanhar?
- Pois não! São bolas
de sabão! – Acrescenta a Sol
- Áh! – Exclamam o Dó
e a Fá
- Pois é! – Diz o Dó
- É por isso que são
tão leves! – Diz a Fá
- E sabem a sabão! –
Comenta uma flor
Todos
riem
- Como é que sabes?
Conseguiste comer alguma? – Pergunta a Lá
- Não comi, mas
muitas rebentaram em cima de mim! – Responde a flor
Todos
riem
- Algumas ainda não
rebentaram. – Repara a Sol
- Mas vão rebentar e
não demorarão muito. – Assegura a flor
- Que pena! Eu queria
tanto voar numa bola daquelas! – Suspira a Si
- Eu também. –
Concorda o Dó
E
tentaram imaginar onde irão aterrar. Mas logo são distraídos por outras bolas,
que também chegam a voar, eram todos redondinhos, cheios de cor e com fios.
Eles não sabiam que eram balões, e não resistiram.
- Outras bolas? –
Perguntam todos em coro
- Estas parecem mais
pesadas! – Repara a Fá
- É! Estas não são de
sabão! – Garante a Si
- De que serão
feitas? – Pergunta a Sol
- E também parecem
leves!
Primeiro cheiraram, não sentiram
qualquer cheiro. Depois tocaram numas com as patas, e arrepiaram-se com o
material…uns balões rebentaram logo, quando os gatinhos rasparam a patinha. Que
grande susto! Até saltaram para trás a tremer.
Outros balões esvaziaram-se quando os
gatinhos furaram sem querer, com as unhitas, estremeceram, saltaram e miaram
aos gritinhos. Outros gatinhos puseram – se em cima dos balões, rebolaram e
caíram porque os balões não se seguraram e acharam muito divertido.
Outros rebentaram à primeira prova, logo que
os bichos espetaram os dentinhos. Os gatinhos gritam e miam muito assustados.
Depois dos balões, os gatinhos vêem na montanha outras bolas muito coloridas,
umas de espuma, outras de borracha, e outras de esponja. Com desenhos, e muitas
cores muito diferentes.
- Será que estas
também vão rebentar? – Pergunta a Mi assustada
- Espero que não! –
Respondem todos
- Como é que elas
apareceram aqui? – Pergunta a Si
- Devem ter vindo da
cidade! – Supõe a Fá
- Estas são
diferentes! – Repara a Sol
- Parecem mais duras.
– Diz o Dó
Primeiro,
os pequenos exploram – nas de todas as maneiras que conhecem, com unhas e
dentes, põem-se em cima delas, saltam, tentam segurar-se mas logo caem. Os
outros riem, e fazem o mesmo.
- Estas são mais
duras! – Repara a Sol
- Pois são! – Dizem
todos
- E não rebentaram! –
Diz a Si
- Ainda bem! Nem
furaram! – Diz a Fá
Depois todos atiram as bolas, uns para
os outros, correm atrás delas, agarram-nas com a boca, seguram-nas com as
patas, e brincam divertidos. Quando dão por ela, depois de muito trambolhão,
cambalhotas e muita gargalhada, os bichos jogam com os pais que não resistem à
brincadeira.
À noite, a Princesa Noite, com o seu
vestido bordado de estrelas, espalhou por todas as ruínas do castelo, dezenas
de luzes de todas as cores que iluminaram todo o espaço que até esse dia não
tinha uma única luz.
Os gatos ficaram tão felizes por terem
luz que festejaram a noite toda e redescobriram todo o espaço que pensavam
conhecer muito bem, mas as surpresas que viram, nunca mais acabaram.
De uma das bolas de luz sai uma bela
arara, que os guia por cada recanto e divisória do castelo. Cada canto, curva,
parede, porta e janela, estava recheada de lendas e histórias maravilhosas, com
personagens encantadas e muita magia.
Os gatos não couberam neles de
felicidade e de encanto, fizeram uma autêntica viagem no tempo e nem dormiram
nessa noite. Nunca imaginaram a maravilha e os mistérios que aquele conjunto de
pedras na montanha, abandonado, escondia.
Sentiram-se
uns verdadeiros Reis. Viram o sol nascer nessa manhã, cantaram num doce e
melódico miar para agradecer e foram descansar completamente rendidos à magia
daquele lugar.
E
vocês? Se fossem gatinhos e vivessem nas ruínas de um castelo, como era esse
espaço? Onde ficava?
Tinha
mais casas ou viviam lá animais? Quais?
Tinha
flores?
E
luzes? Ou era um sítio onde só havia a luz do sol e da lua?
Que
surpresas acham que os gatinhos descobriram?
Em
que sítios do castelo?
E
se vocês fossem estes gatos, o que descobririam com a luz nas ruínas do
castelo?
Escrevam
ou desenhem.
FIM
Lálá
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