Era uma vez um senhor
muito forte e largo, barrigudo, e mais estreito para baixo. Chamava-se Diogo,
mas pelo formato do seu corpo, todos lhe chamavam de SR. CONE. Não era nada
simpático, pelo contrário, estava sempre trombudo, não se ria, não brincava e quando
falava com alguém era para resmungar ou ralhar. A sua voz grossa, e zangada
parecia um trombone, ou uma trovoada.
Toda a gente que
queria alguma coisa dele, mesmo só para ver se ele ficava mais simpático, sabia
onde morava o SR.CONE TROMBONE. Achava-se o dono de tudo à sua volta corria e
chutava toda a gente que se aproximava da sua casa e protestava por tudo!
Um dia, umas fadas
voaram à volta da sua casa, e quando ele se apercebeu, chutou-as como quem
sacode moscas ou melgas. Elas ficaram ofendidas, e zangadas. Os amigos das
fadas não gostaram nada desse tratamento e quiseram castiga-lo. As fadas
agradeceram a preocupação, mas elas não querem guerra nem violência, por isso
não deixaram que fizessem mal ao SR.
Preferiram resolver
as coisas a bem. Primeiro, tentaram falar com ele, e saber porque é que ele as
tinha tratado daquela maneira. Ele não sabia! Perguntaram-lhe se alguma vez
elas lhe tinham feito mal, e ele respondeu que não, mas gritou-lhes que naquele
dia elas estavam a invadir o seu espaço.
Elas disseram-lhe que
o espaço não era dele…a casa dele poderia ser só sua, se ele quisesse, mas à
sua volta, todos tinham o direito de passar, aquele terreno era público, e o espaço
que as fadas sobrevoavam também não era dele!
Muitos animais
passeavam e voavam lá por cima, por isso ele não tinha nada que as proibir ou
chutar. Além disso, elas não estavam a mexer com ele, nem com ninguém. As fadas
tentaram várias maneiras de falar com o SR. CONE TROMBONE, para tentar perceber
porque é que ele era assim, e ajudá-lo se pudessem, a melhorar o seu mau humor.
Ele era tão irritante
que só respondia grosso, gritava, era meio bruto, as fadas até ficaram
mal-dispostas. Tentaram com os seus amigos palhacinhos, mas ele nunca se riu,
resmungou, e chutou-os, tal como fez com as fadas.
Depois de gastarem
todas as tentativas de conversar, e resolver as coisas a bem, sem tanta
resmunguice, o SR. CONE TROMBONE era teimoso e não mudava. Parecia que estaca
cada vez mais insuportável.
Decidiram então
aplicar o segundo plano: juntaram-se muitas fadas, com as asas de cores mais
suaves: tons de verde, azuis, amarelas, brancas, roxas, rosas, sobrevoaram a
casa do SR. CONE TROMBONE e salpicaram-na com as cores, sacudindo as asas. A
casa que era branca às pintas pretas transformou-se em branca com pintas e
salpicos de cores claras.
Depois, o SR. CONE
TROMBONE dormia com a janela meia aberta por causa do calor. As fadas entram
pela janela e enchem o SR. CONE TROMBONE de raios com essas cores, e ele nem se
apercebe. Dão-lhe um banho de cores, e afinam o trombone para um tom de voz
mais suave a agradável.
Na
manhã seguinte, as fadas já não estão lá, o SR. CONE acorda muito feliz, com um
sorriso de orelha a orelha, muito menos barrigudo, a cantar e a saltar. Toma o
pequeno-almoço, e sai a porta. Olha para as paredes com a sua nova decoração e
solta uma grande exclamação:
- Áh! Mas que linda que está a minha
casa…o que aconteceu às bolas pretas?! Quem fez isto? Quando? Não me apercebi
de nada! Bom, mas vou ter de descobrir para agradecer! Está fantástica! E este
sol maravilhoso…Áááááááhhhh… Bom dia! Bom dia! Bom dia! – Grita feliz com um
sorriso leve e aberto.
Passa pelas senhoras, dá-lhes a mão
sorridente e beija-as delicadamente.
-
Bom dia! – Diz ele
Elas primeiro assustam-se e depois
riem muito surpresas. Retribuem e seguem caminho, pensativas. O que teria
provocado aquela mudança tão grande? E a voz tão diferente...! Aos cavalheiros
dava-lhes um aperto de mão, e dizia «Bom dia!». Eles retribuem e comentam uns
com os outros:
-
Perdeu o Trombone?
-
Parece que sim.
-
O que aconteceu com ele?
-
Está muito diferente.
Todos comentavam a mudança do SR.
CONE TROMBONE, muito surpresos. Quando se aproximaram do terreno, e quando
todos contavam que o homem os expulsasse ou ligasse o seu TROMBONE para gritar,
o SR CONE disse para estarem à vontade, e até convidou para entrar na sua casa,
serviu café e chá e água, e ajudou os seus vizinhos quando os via carregados,
ou nos trabalhos de campo.
O
SR. CONE perdeu mesmo o TROMBONE, e tornou-se amigo de todos. Uns dias depois,
enquanto passeavam pela zona, à noite, viram as fadas a festejar alegremente no
terreno do SR. CONE, e foi então que perceberam que foram elas as responsáveis
pela grande mudança do SR. CONE. Todos agradeceram!
Fim
Lálá
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