Era uma vez um pequeno duende em tamanho, mas enorme por dentro, com um mega coração, cheio de bondade. Gostava muito de brincar e também trabalhava muito. Era um pouco distraído, mas muito engraçado e sempre pronto a ajudar.
Na floresta onde vivia quase não
tinha descanso. Parecia eléctrico. Quando conseguia parar uns minutos, uma das
suas actividades preferidas era sentar-se na berma de um rio a ouvir a água a cair.
Respirava fundo, e recuperava novamente a energia.
O seu trabalho era recolher pólen
das flores. Percorria quilómetros pela floresta, e parava em cada flor que via.
Dizia bom dia, tinha sempre um sorriso que encantava, e falava com elas. Pedia autorização
e às vezes eram elas que escolhiam o pólen mais adequado para o que ele
precisava. No fim, agradecia e acariciava-as.
Uns saquinhos eram para a fábrica de
transformação, onde o pólen servia para rebuçados, sabonetes, cremes, xaropes,
almofadas perfumadas, mel, velas e outras aplicações. Outros saquinhos eram
para ele.
Um dia, a fábrica foi obrigada a fechar, pelo
menos enquanto não surgiam novas ideias. Precisavam de inventar outras
utilidades para o pólen, pois todos os produtos começaram a ser pouco vendidos.
O duende ficou um pouco triste, mas não
desistiu. Aproveitou para conhecer um pouco mais a floresta, e descansar. Inicialmente
até estava a gostar dessa folga, mas passados uns dias ficou impaciente.
Isolou-se numa pequena gruta, cheia de mimos da
natureza, que ele adorava. Perguntou ao rio o que fazer. Não teve resposta. O
rio seguia o seu curso normal, e ele ficou sem resposta.
Saiu, e foi pegar
nos seus instrumentos musicais. Colocou uns pozinhos de pólen e tocou. Dos instrumentos
começaram a sair notas musicais feitas de pólen, que dançaram à sua frente,
como belas fadas, e outras com caras de bebés sorridentes e davam risadinhas. Algumas
tinham um cheiro delicioso, e pareciam bolas de sabão. Ele dá uma gargalhada:
- O que é isto?
As notas musicais feitas de pólen,
continuam a sair dos instrumentos aos milhares, e quando se juntam ou cruzam,
fazem sons diferentes. Ele dança com elas, feliz, e foi quando lhe surgiu uma
nova ideia: levar música e a magia do pólen a quem precisava, por exemplo, os
que estavam doentes.
Pôs pés ao caminho, e dirigiu-se ao
hospital da cidade. Levou os instrumentos, e começa a tocar na sala de espera. Aconteceu
o mesmo: as notas musicais voam em forma de pólen, por toda a sala, e fazem
belas melodias quando se juntam. Todos ficam boquiabertos, aplaudem, riem, e
todo o ambiente, todos os doentes fica contagiado por uma energia leve,
deliciosa, perfumada, e saudável. Mesmo os que estavam mais doentes, ganham
novamente saúde, ao ver aquele espectáculo, e as notas musicais desafiam-nos a
dançar.
Ele segue pelos corredores, e em
cada quarto faz o mesmo espectáculo…quase magicamente, todos ficam curados, com
o seu sorriso, e as suas músicas.
No final desse dia ficou com o
coração cheio de alegria e no dia seguinte, volta a trabalhar na fábrica que
reabriu. Contou o que aconteceu, e o director da fábrica cria mais um produto
novo. Flores musicais, onde estão armazenadas as notas musicais que o duende
toca e que saem dos instrumentos. Vende-se aos milhares por dia.
O duende ganhou agora mais outro
trabalho: além de recolher o pólen das flores, ainda toca instrumentos para as
suas notas musicais preencherem as flores, e curarem. São lindas, e tocam
melodias muito doces.
Mesmo
com tanto sucesso, o duende do pólen continua a ser o menino simples, simpático
e mágico que era antes.
FIM
Lálá
(6/Fevereiro/2015)
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
ResponderEliminar