Era
uma vez uma pena enorme de um pássaro que deveria ser também enorme, mas ninguém
sabia a quem pertencia. O tal pássaro nunca tinha sido visto antes. Essa pena
enorme apareceu numa pequenina praia de areias brancas, onde pouca gente lá ia…só
pessoas que viviam perto.
A primeira a ver a pena na areia foi uma
menina. Pegou na pena, desenhou na areia um balão e de repente aparece um balão
branco. A menina fica surpresa, mas quer mais cor. Pega na pena
e escreve as cores que gosta mais e que quer ver no balão. Não aparece nenhuma palavra,
mas aparecem todas as cores que ela tinha escrito. Pousa a pena e vai passear
com o balão, feliz a saltitar pela praia.
Vai uma jovem, pega na linda pena e desenha na areia um
coração. O coração sai da areia, flutua e paira à frente dos seus olhos. A jovem sopra o coração e diz-lhe para pousar na janela
do quarto do menino de quem ela gosta. O coração pede para ela escrever o nome
do rapaz, e dizer onde mora. O nome aparece brilhante, e o coração voa diretamente para a janela do rapaz.
Ele recebe o coração e vai ter com ela à praia. Os dois
passeiam de mão dada e deixam a pena na areia. Aparece um pescador, pega na pena e desenha na areia um
barco e uma sereia. Da areia salta o barco, e a sereia rema para o mar, dentro
do barco com o pescador. A pena fica na areia. Chega um velhinho e desenha uma
roda de muitas pessoas. Na praia aparecem muitas pessoas mais ou menos da sua
idade. Ele fica surpreso.
Uma velhinha desenha um sorriso na areia, com a pena, e
a luz desse sorriso espalha-se por todos os outros velhinhos da roda. Outro velhinho
desenha uma bola, aparece uma bola e todos jogam com ela, felizes, como as
crianças.
Pousam a pena na areia. Outros habitantes experimentam e
desenham tudo o que desejam. Os desejos realizam-se, mas de entre tantos
desejos, todos materiais, surgem uns muito especiais de um pequenino grupo de
meninas: uma desenhou com a pena uma pomba branca, outra desenha no bico dessa pomba,
a palavra PAZ.
O pássaro levanta da areia com a palavra no bico, e
voa, espalhando gotas de paz, que caem da palavra, por onde passa.
Outra menina desenha uma lâmpada e escreve a palavra
CURA, a outra menina escreve a palavra SAÚDE, outra escreve a palavra AMOR. Da areia
salta uma lâmpada com essas palavras.
As três meninas levantam-se, dão a mão e um abraço. A pena
levanta e envolve as meninas numa série de grandes círculos cheios de luz, que
giram rapidamente. Os círculos sobem e escrevem no mar, a palavra AMIZADE. As meninas
aplaudem e brincam juntas.
Para escrever uma amizade, também podemos usar uma
pena, mas não uma qualquer…apenas aquela pena mágica que está pousada no
coração de cada um de nós, e é essa pena que desenha tudo o que nos acontece, e
também numa amizade.
Há coisas que somos nós que desenhamos, com a nossa
pena na nossa praia para a amizade, mas há outras, que a pena com que os nossos
amigos escrevem na areia, risca, apaga ou transforma…desenha de novo, coisas
feias…que poluem a nossa praia.
Procuremos sempre que possível, sermos nós a escrever
com as nossas penas, coisas bonitas e boas, nas nossas praias, e com a mesma,
ou com outra pena, risquemos, apaguemos ou transformemos as coisas feias ou más
que poluem a areia da praia da amizade.
Risquemos as nuvens negras e desenhemos o sol;
transformemos a tristeza e as lágrimas, em sorrisos e em estrelas. Troquemos a
dor, pelo carinho, abraços, beijos e respeito!
E a vossa pena? O que
escreve na vossa praia?
Procuremos escrever
só coisas boas…tesouros que só a amizade consegue desenhar, se soubermos usar a
pena.
FIM
Lálá
(10/Novembro/2014)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Muito obrigada pela visita, e leitura! Voltem sempre, e votem na (s) vossa (s) história (s) preferida (s). Boas leituras