Era uma vez um campo enorme, deserto, de uma propriedade ao lado de uma
casa desabitada. Só havia terra e erva seca...parece palha...amarela.
Um dia, uma fada
passeava por essa zona, nas asas de um pequeno dragão e o pobre bicho que era
alérgico ao pó, desata a espirrar e a tossir, com os olhos a chorar.
- O que se passa dragão?
- Não sei...atchim...cof...cof...atchim,
atchim.
- Estás a ficar constipado?
- Já sei...atchim...estamos a chegar a um
sítio...atchim...deserto...seco.
- Áh! Então estás com alergia ao pó?
- Sim...atchim.
- Coitadinho...então vamos sair daqui.
- Não! Atchim...não há problema...cof...cof...atchim.
- É este terreno aqui em baixo!
- Atchim...atchim..., atchim, atchim...
- Olha que secura! Não admira que espirres, e que te dê tosse! Vamos
pousar ali...se puderes!
- Sim! Sem problema...a...atchim...
- Óh...e a tua alergia?
- Não faz mal...já estou ha...habituado. atchim, atchim, cof...cof.
O dragão pousa e a
fada olha em volta...
- Que tristeza!
- Atchim! Não há...a...a...atchim. não há uma única árvore.
- Nem árvore, nem sequer paus.
- Nem...atchim...flores.
- Pois não! Nem animais...nem nada para eles comerem!
- Está tudo ab...atchim...atchim...a...atchim...abandonado.
- Se calhar foram embora os animais, por não terem que comer.
- Pois é! Coitados!
- Será que pertencia a esta casa?
- A casa...a...aaaa...atchim...também parece abandonada. Atchiu!
- Atchiu...? Estás-me a mandar calar?
- Não. Desculpa...é que queria espirrar e falar ao mesmo tempo, saiu
este som estranho.
- Áh! Estava a ver. Vamos dar mais uma voltinha por aqui.
- Va...a...atchim...vamos.
Eles passeiam pelo
campo, o dragão espirra e tosse, e dos seus olhos caem milhares de lágrimas
para o chão, molhando tudo.
- Que pena! Está mesmo tudo abandonado. – Suspira a fada
- Acho que...a...aaaatchim...podemos fazer alguma coisa por este
terreno, não?
- Eu gostava, mas o quê? Está tão seco que acho que nada nascerá aqui!
- Porque não aproveitamos as minhas
lá...a...g...aaaatttchiiiimmmm...lágrimas?
- As tuas lágrimas?
- Sim!
- Para quê?
- Para...cof...cof...a...a...atchim...para molhar a terra.
- Áh! Boa ideia. Achas que consegues?
- Claro que consigo. Já me caíram uma série delas...atchim.
- Está bem. Vamos tentar!
O dragão espirra e
tosse quase sem parar...a cada passo que dá. E dos seus olhos caem fios de
lágrimas enormes, que molham todo o terreno. Quando o pó fica abafado, o dragão
continua cheio de lágrimas.
A fada apanha algumas
das lágrimas do amigo, e deita-as em sítios diferentes. Com a terra molhada, o
dragão ajuda a fada a semear flores, erva e alimentos. Ainda conseguem
construir um grande lago artificial cheio de água.
Uns dias depois voltam
ao mesmo terreno, e os cultivos já estão com as cabecinhas de fora. Eles regam
e mudam-se para a casa abandonada para tomar conta do espaço. De noite, o
dragão aquece e protege a fada, e tratam de tudo.
Com o passar do tempo,
os cultivos crescem e os animais começam a instalar-se lá. No lago entram
patos, gansos, cisnes e outros animais, como aves, coelhos e esquilos fazem as
suas tocas nas árvores. Outros animais sentem um cheiro tão bom no ar que sai
do campo, que vão para lá pastar a erva fresca.
Todo o espaço que era
um verdadeiro deserto, transformou-se num belo campo com produtos da terra,
apetitosos, e para onde muita gente começou a ir descansar, fazer desportos,
apanhar ar e relaxar.
A fada juntou as suas
amigas e restauraram a casa abandonada, transformando-a num verdadeiro palácio
de sonho, só para elas e para as suas festas.
Abençoada alergia do
dragão que com as lágrimas que fez cair dos seus grandes olhos, todo um campo
deserto, seco e abandonado, num espaço verde e maravilhoso, e as fadas ganharam
uma casa de bailes, chás e bolos, e muitas outras atividades.
FIM
Lálá
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