Era uma vez uma montanha muito
alta, onde não vivia lá ninguém. Esta montanha ficava num sítio onde ninguém
sabia sorrir. As pessoas da cidade andavam sempre carrancudas, e não se
cumprimentavam.
Um dia, os antepassados da aldeia, observaram atentamente
das nuvens as reacções das pessoas.
- Não posso acreditar!
Francisco olha para aquelas carantonhas? – Diz a Senhora Andreia
- Que medo! – Diz o Senhor
Francisco
- Aquilo são pessoas? –
Pergunta a senhora Dára
- São. – Respondem Francisco e
Andreia.
- Mas que estranhos que eles são…acho
que até o homem das cavernas saberia sorrir. – Diz a Senhora Dára
- Alguma coisa não está bem! –
Constata Fernando
- Pois não! – Acrescenta
Emília.
- Acho que devíamos fazer
alguma coisa para melhorar aqueles ares pesados. – Sugere a Senhora Dára.
- Sim, mas o quê? – Pergunta Sr.
Francisco
- Tenho uma ideia…- Grita
Emília
Emília conta a sua ideia, todos estão de acordo e põem
mãos à obra. Preparam uma enorme piscina de plástico, insuflável, cheia de bolas
coloridas que fazem cócegas quando se pega nelas. Ao lado, põem uns trampolins
com protecções, camas elásticas, arcas de bolas de sabão que saem aos milhares,
pistas de gelo, piscinas quentes, corredores com sol e com neve, escorregas,
baloiços e um restaurante.
Pegam em tudo isso, e muitas nuvens levam-nas para a
Terra, pousando-as no centro da cidade durante a noite.
- Tudo pronto! – Grita Emília.
- Está óptimo! – Elogia Fernando
- Agora eles vão sorrir, tenho
a certeza. – Diz a Senhora Andreia, convicta.
- Com certeza! – Reforça o Sr.
Francisco
- E a música, onde está? –
Pergunta a Senhora Dára
Aparece uma nuvem roxa muito pesada que traz a
aparelhagem.
- Áh! – Dizem todos aliviados
- Só podias ser tu…- Comenta o Sr.
Francisco
- E o que é que tem, ser eu? –
Pergunta a nuvem roxa
- Estás velha e és pesada. –
Responde o Sr. Francisco
Ouve-se um trovão. A nuvem roxa estoura de zangada, em
cima do Sr. Francisco, e molha-o todo.
- Olha o respeito! Já te viste
ao espelho? Para a próxima mando-te um raio. – Ameaça a nuvem roxa.
- Desculpa…saiu-me! – Diz o Sr.
Francisco
- Preconceituosos…só porque sou
mais lenta e estou pesada, já sou velha? Faço as mesmas coisas que vocês. Mais ninguém
se lembrou da música, só a velha não foi…? E a velha sou eu, imaginem se eu
fosse nova como vocês! – Comenta a nuvem roxa
- Podes pôr ali a música, por
favor? – Pede Andreia
- Ora vês…? Com certeza, querida
Andreia. Ensina o careca como é ser educado. – Diz a nuvem roxa
- Careca? – Diz o Sr. Francisco
muito indignado.
- É o que tu és…não é? –
Comenta a nuvem roxa a rir
- Estás a vingar-te! Está bem…eu
entendo
- Eu? A vingar-me? Não…! – E ri-se.
Coloca a aparelhagem onde lhe pediram, sorri e todos
dizem
- Muito obrigada.
Vêm se está tudo a funcionar bem, e voltam para as
nuvens. Na manhã seguinte muito cedo, as primeiras pessoas que se levantam
ficam muito espantadas ao ver aqueles brinquedos todos.
- Áááááááááááhhhhhh…!
- O que é isto?
- O que vai haver aqui?
- Quem pôs isto aqui?
- Não está ninguém?
Olha, e voltam a olhar para todos os brinquedos, e os
antepassados sorriem. A nuvem roxa liga a música, todos estremecem, e olham
para todo o lado. A nuvem roxa diz aos gritos:
- Bom dia! Gente…vamos lá
largar essas trombas enormes…onde estão os vossos sorrisos? O sol sorri mais
que vocês…sorri para vocês, e vocês retribuem-lhe com trombas! Ingratos! Vamos…tudo
isso é para experimentarem. Um…dois…três…toca a sorrir.
Os habitantes estão assustados, e não sorriem nem se
mexem. A nuvem roxa chama outra vez a atenção:
- Experimentem…nada disso
morde! Vamos…
As crianças são as primeiras a experimentar. As cores das
bolas chamam-lhes a atenção. Ouve-se uma música alegre e as crianças saltam
para a piscina. As bolas começam a fazer-lhes cócegas. Elas começam às
gargalhadas, e a mexer em todas as bolas.
Contagiam-se umas às
outras, e todas começam a rir…a seguir, como se fosse uma epidemia, os adultos
também começam a rir de ouvir o riso das crianças, e experimentam as camas
elásticas. Eles gritam, saltam e riem como as crianças, andam em todas as
brincadeiras, brincam com as crianças, riem às gargalhadas, rebolam, entram na
piscina das bolas, dançam, e o melhor de tudo é que começam a sorrir uns para
os outros, a trocar abraços e carinhos, a dar as mãos e a partilhar os
brinquedos como as crianças.
É lindo de ver. Os
antepassados estão felizes e orgulhosos.
E desde esse dia, a
aldeia nunca mais foi a mesma! Desapareceram as caras trombudas, e apareceram
caras com grandes sorrisos, e olhos brilhantes. Todos os habitantes da aldeia
tornaram-se uma verdadeira e grande família, todos amigos, todos risonhos e
sorridentes uns com os outros, começaram a fazer muitas festas, juntos. Ganharam
mais saúde.
O riso faz mesmo milagres. E vocês riem muito?
Façam o favor de rir muitooooooo….
FIM
Lálá
(16/Maio/2014)
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