Era uma vez uma casa que tinha um jardim. Nesse jardim havia muitas flores, e
entre elas lindas tulipas de muitas cores, que abriam e fechavam. A menina da
casa, ficava muitas vezes pensativa, e a perguntar-se porque é que ela umas
vezes via as tulipas abertas, e outras vezes, estavam fechadas. Um dia, choveu
muito, e as tulipas estavam abertas, por isso, as gotas da chuva entraram…milhares
delas para cada copo de tulipa.
- As flores vão afogar com tanta água! - comenta a menina preocupada
- Não vão nada! - diz a mãe
- Mas está a chover muito, e as flores estão abertas!
- Não faz mal, filha... quando o sol voltar, as flores secam. Elas também precisam de água.
- Sim, mas esta é muita água, não sei se vão aguentar.
- Claro que vão aguentar. Já estão preparadas para isso!
- Que giras! Parecem copinhos cheios de água. Será que se pode ver a água através delas, com o sol a dar-lhes? Como acontece com os frascos e com os nossos copos transparentes, ou de plástico?
- Sim, é possível que sim! Depois experimentas.
A menina continua continua a ver chover, e a tentar imaginar o que teriam as flores, e porque estariam abertas. Ela pensava: se estava a chover tanto, as flores deviam estar fechadas, como fazemos nas nossas casas com as janelas e as portas...mas estão abertas... e... para onde irá a água...? Parou de chover, e a menina pergunta:
- Mãe, parou de chover...posso ir lá para fora?
- O que vais fazer lá para fora? Está tudo molhado!
- Mas quero ir ver uma coisa.
- Está bem, mas agasalha-te e leva as galochas.
- Está bem.
A menina prepara-se e sai para o jardim. Já está sol, mas estava mesmo tudo cheio de lama. E as flores...umas estavam abertas...outras estavam fechadas. Porque seria? A menina corre todas as flores, e ela tinha razão: a água via-se através das flores que estavam fechadas, onde dava o sol.
- Áh! Que lindo! - diz a menina a sorrir
Ela toca numa flor fechada, e de repente, a flor abre-se, saltando de lá uma borboleta feita de gotas de água, e voa. A menina nunca tinha visto aquilo, e abre um enorme sorriso.
- Áh! Uma borboleta feita de gotas de água...que linda! Nunca tinha visto. Olá!
- Olá! - diz a borboleta a sorrir
- Vives aí? - pergunta a menina
- Não! Só vim hoje.
- E o que vieste fazer?
- Vim conhecer outros jardins...o teu é muito bonito!
- Obrigada. E como vieste aqui parar?
- Vim de boleia com as nuvens.
- Áh! E onde vives?
- Vivo lá em cima, mas venho muitas vezes cá abaixo!
- Lá em cima onde?
- Ali, muito lá em cima...nas nuvens.
- Áh! Nunca lá fui.
- Claro, os humanos não conseguem viver lá...só nós.
- És feita de quê?
- De gotas de água, como podes ver!
- De gotas de água...? E não te desfazes, se eu te tocar?
- Não! As gotas de água são o meu esqueleto...
- E vocês também têm esqueleto?
- Sim, temos...não é feito de ossos como o vosso, mas são as gotas de água que nos sustentam.
- Que linda que és!
- Obrigada. Vou ver o resto do jardim!
- Está bem, bom passeio.
A borboleta continua a passear. Noutra flor, fechada, com as gotas por cima, nas pétalas, a menina sopra, e a flor abre-se. De lá saem várias fadas com instrumentos musicais, todos diferentes, e tudo feito de gotas de água. A menina fica surpresa e encantada.
As fadas começam a tocar nos instrumentos, e brilham com o sol. Correm todo o jardim a tocar, e todas as outras flores que estavam fechadas, abrem-se, ao som dos diferentes instrumentos.
Aparecem meninas bailarinas, pequenas índias, pássaros, mais borboletas, sereias, focas, pinguins, pequeninos ursinhos, joaninhas, gatinhos, ovelhas, princesas, fadas e dragões...tudo feito de gotas de água.
Caminham felizes pelo jardim, e desafiam a menina para dançar. As fadas tocam, e os outros dançam alegremente, com a menina. E todas as gotas brilham ao sol. A mãe vê a menina em movimento, e pequeninos brilhantes a voar.
- O que é aquilo? - diz a mãe, e abre a porta
- Mãe, anda conhecer os meus novos amigos, feitos de gotas de água, que vivem nas nuvens e vieram conhecer o nosso jardim. Estavam dentro das tulipas fechadas. Olha que bonitos!
- Áh! Nunca tinha visto nada assim. Que lindo! Que orquestra maravilhosa...e como dançam. Sejam muito bem vindos ao nosso jardim, e apareçam quando quiserem.
- Obrigada! - dizem todos com um sorriso
- Já vão embora? - pergunta a menina
- Vamo-nos recolher. - diz a fada do trompete
- Vai para casa! Não demora muito para vir uma tempestade!
- Uma tempestade? - perguntam mãe e menina
- Sim! - respondem todos
- Demora menos de 5 minutos! - diz a borboleta
- Como é que sabem? - pergunta a mãe
- Recebemos os sinais nas nossas asas - assegura a fada cantora
- São melhores do que meteorologistas. Obrigada, até já. - diz a mãe
- Até já. - retribuem todos
Mãe e filha vão para casa. Eles tinham toda a razão, em menos de cinco minutos, todos voltam a esconder-se. Uns, numa velha árvore cheia de buracos que havia no jardim, e outros, debaixo das flores. Chega uma enorme tempestade. Desde esse dia, a menina recebeu a visita dos amigos feitos de gotas de água que brincavam com ela, e traziam outros. Mas que grande surpresa estas tulipas!
E vocês? Já tiveram tulipas de onde saltaram surpresas? Imaginem que tinham no vosso jardim, tulipas com surpresas...o que teriam essas tulipas? Escrevam ou desenhem essas surpresas.
FIM
Lálá
(22/Dezembro/2013)
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