Umas prendas muito especiais

Personagens:

- Narradora                 

- Pai Natal

- Crianças

FIGURINOS:

- Avós

- Pais

NARRADORA – Era uma vez uma ilha deserta maravilhosa, pequenina mas cheia de coisas bonitas: muito verde, água muito limpa, calminha que parece um laguinho, uma Prainha pequenina, areia branca, cascatinhas...algumas grutinhas. Nessa ilha, que apesar de ser pequenina tem tudo o que é preciso! Supermercados, médicos, enfermeiros, professores... vive muito pouca gente, casais com crianças ainda muito pequenas. É pouca gente mas todos gostam muito uns dos outros e vivem felizes. Ainda falta um tempo para o Natal, mas as crianças, as que já sabem escrever, encontram – se no parque infantil, a brincar...meninas com meninas...meninos com meninos...entre as brincadeiras com as bonecas, a menina Filipinha lembra – se de perguntar às outras...

FILIPINHA – Meninas...já escreveram ao Pai Natal?

TODAS – Eu não.

NARRADORA – Dianinha, Luisinha, Clarinha, Teresinha e Margarida ainda não escreveram, mas já sabem muito bem o que querem.

FILIPINHA – Eu também não escrevi, mas já andei a pensar...e já sei o que vou pedir.

TODAS – Eu também.

CLARINHA – Eu não vou pedir muitas coisas, porque a mamã diz que se peço muitas coisas, o Pai Natal não traz nada.

TODAS – Ááááhhh...

MARGARIDA – Mas o Pai Natal não é mau.

TODAS – Pois não!

DIANINHA – Eu não posso pedir muitas coisas, porque se não o Pai Natal não passa na chaminé. A minha chaminé é estreita. Às vezes já custa muito a sair o fumo da lareira, para o pai natal deve custar ainda mais, se ele trouxer muitas coisas.

LUISINHA – Mas...se ele não passar na chaminé, pode atirar as coisas não?

TERESINHA – Não, não pode atirar se não parte as coisas.

TODAS – Pois.

FILIPINHA – Mas pode deixar à porta de casa.

TODAS – Sim.

TERESINHA – O que vão pedir?

DIANINHA – Eu, vou pedir...um conjunto de pinturas, umas roupas para os nenucos, uma casinha para os bonecos, uma carteira para mim, uns livros de histórias...e...não sei mais.

LUISINHA – Eu...vou pedir um gatinho...

MARGARIDA – Eu vou pedir o carrossel das barriguitas, 

CLARINHA – Eu vou pedir...umas bonecas de pano.

FILIPINHA – Eu vou pedir um mano.

TODAS (surpresas) – Um mano...?

DIANINHA – O que é isso?

FILIPINHA – Um mano...para eu brincar.

MARGARIDA – Mas...isso o Pai Natal não te vai trazer. Tenho a certeza.

FILIPINHA – Porquê?

MARGARIDA – Porque isso tens de pedir é à cegonha. E ela às vezes demora muito.

FILIPINHA – Mas...se calhar a cegonha conheça o Pai Natal e dá-lhe o mano para ele trazer. O papá é que disse para eu pedir ao Pai Natal um mano.

CLARINHA – E para que é que queres um mano? Eu tenho um mano e ele só me chateia. É muito palerma.

FILIPINHA – Este mano vai ser diferente.

CLARINHA – Não...eu oiço sempre dizer que os meninos são todos iguais, por isso esse mano também com certeza vai ser igual aos outros.

TERESINHA – Sim. São todos chatos, palermas, preguiçosos, maus...

DIANINHA – E se ele não te trouxer o mano, vais ficar sem prenda ou pediste mais alguma coisa?

FILIPINHA – Também pedi mais outras coisas...um gatinho verdadeiro numa cestinha...e um cãozinho. A minha avó diz que ele só deve trazer um dos animaizinhos. Não pode deixar os dois.

TODAS – Porquê?

LUISINHA – Eu tenho cães e gatos.

FILIPINHA – E eles são amigos uns dos outros?

LUISINHA – São.

CLARINHA – Mas porque é que o pai natal não pode deixar um cão e um gato?

DIANINHA – Se calhar nesta altura não há assim muitos cães nem muitos gatos... deve haver muitos meninos a pedi-los ao pai natal...pelo menos o meu Avô é que disse!

MARGARIDA – A minha avó diz que o pai natal está pobrezinho, porque o ano passado os meninos pediram muitas prendas.

TERESINHA – Mas o pai natal é bom... por isso eu acho que ele vai trazer tudo o que pedimos.

LUISINHA – Eu acho que ele para mim vai trazer tudo o que lhe pedi porque portei – me bem...e quando eles se portam bem, o pai natal traz mais prendas. Às vezes até traz mais coisas do que as que pedimos.

FILIPINHA – Vou – lhe escrever a carta daqui a bocado.

TODAS – Eu também.

NARRADORA – Não são pobres a pedir! (ri – se) Elas brincam mais um bocado e no fim do dia cada uma na sua casa escreve a carta ao pai natal. Os pais lêem, sorriem e todos os pedidos das meninas serão satisfeitos. O Natal chega rapidamente, e elas estão felicíssimas. Na noite de Natal, nessa ilhota, há um jantar com todos os habitantes, na praia. Tudo fica iluminado, há muita comida, alegria, música, risos, diversão, as crianças brincam juntas, e a mãe de Filipinha não foi ao jantar porque regressa nessa noite do hospital com o bebé, o maninho que a Filipinha tanto pediu e tanto queria. Disseram – lhe que a mãe foi fazer uma visita a uma amiga que morava mais longe da ilha. Entre as brincadeiras, as crianças perguntam constantemente aos pais se ainda falta muito para o pai natal chegar, e eles respondem que está quase a chegar. Quando estão muito entretidos na brincadeira, chega finalmente o tão querido Pai Natal que combinou com a mãe da Filipinha pegar no bebé ao colo. A mãe dela senta – se um bocadinho antes à beira dela...toda a gente se senta à sua volta muito contente, sem que a Filipinha perceba, porque está entretida na brincadeira. A mãe da Dianinha chama as crianças.

MÃE DA DIANINHA – Meninas e meninos...venham para aqui...o Pai Natal está mesmo a chegar.

NARRADORA – Todas ficam numa grande euforia, gritam, saltitam, batem palmas. Entra o pai natal com o bebé ao colo, e um outro pai vestido de duende, muito bem disfarçado com o saco das prendas. As crianças circundam – no numa grande euforia, com um enorme sorriso.

PAI NATAL (sorridente) – Hou...Hou...Hou...Boa noite...lindas crianças...boa noite queridos pais e queridos Avós...

CRIANÇAS (felizes e sorridentes) – Pai Nataaaaaaalllll...!!

(Batem – lhe palmas)

TODOS (sorridentes) – Boa noite, Pai Natal...

MÃE DA LUISINHA (sorri) – Vem carregado...não se quer sentar...?

MÃE DA TERESINHA (sorri) – Quer comer alguma coisa...?

PAI NATAL (sorridente) – Não...obrigada. Não vou demorar...porque ainda tenho muito para andar...muitos presentes...para muitos meninos...hohohoh...

CRIANÇAS (sorridentes) – Prendas...prendas...prendas...

PAI NATAL (ri) – Ora então vamos lá...! Ouvi dizer que estes meninos se portaram muito bem!

CRIANÇAS (a sorrir) – Sim...muito bem!

PAI NATAL (ri) – hohohoh...sim...as minhas meninas confirmaram. Então...Filipinha...quem é...?

(A Filipinha aproxima – se mais)

FILIPINHA – Sou eu...

PAI NATAL – Óh mãe...é melhor vir aqui...se não se importa...porque a Filipinha pediu uma prenda muito especial...mas é frágil...a mãe ajuda.

FILIPINHA (salta de alegria, ri) – O mano...!!

PAI NATAL (ri) – hohohoh...acertaste...!

(A mãe sorri, pega no bebé e mostra à Filipinha, ela fica com um sorriso de orelha a orelha, todos batem palmas).

PAI NATAL (a rir) – E agora as outras prendas...!

NARRADORA - Filipinha pendura – se no pai natal, dá – lhe beijinhos, agradece, e senta – se no colo dele para tirar uma foto com ele. Pega no cãozinho, no gatinho e nas outras prendas, muito feliz, e dá um beijinho ao bebé.

PAI NATAL – Cuida muito bem do mano está bem?

FILIPINHA (sorridente) – Sim. Muito obrigada pai natal.

NARRADORA - O Pai Natal distribui os outros presentes pelos outros meninos, e todos ficam muito felizes porque receberam o que quiseram. No fim brincam todos juntos, até quase de manhã.

                                                             FIM

                                                            (Lálá)