Era
uma vez uma aldeia onde começaram a acontecer coisas maravilhosas…ninguém sabia
como, nem como tudo tinha começado. Os seus habitantes andavam muito
sorridentes, serenos, felizes, amigos uns dos outros, e o ambiente da floresta
estava muito diferente. As crianças corriam livres com sonoras gargalhadas, e dançavam
nos campos ao sabor das ventanias, e das aragens que lhes acariciavam os
rostos, ou despenteavam os seus cabelos.
Tudo
brilhava, tudo tinha luz, tudo cintilava. As cascatas tinham ganho muita mais
água, apareceram mais peixes, que alimentaram os ursos vindos de muito longe,
mas viviam em paz com os habitantes.
O
sol entrava por todas as brechas entre os pinheiros que se abraçavam, e choviam
raios por todo o lado, fazendo com que os campos, flores e tudo onde pousava
água, parecessem cristais transparentes.
A
aldeia começou a ser visitada por seres muito especiais que nunca antes tinham
sido vistos…só nas histórias infantis: fadas, elfos, borboletas bailarinas com
asas que pareciam de vidro, delicadas, feiticeiras, e até bruxas boas.
As
flores que estavam antes murchas e quase sem cor, abriram de repente, viçosas,
perfumadas, coloridas. As árvores que estavam carecas do Inverno, encheram-se
de folhas e flores que se abriram e revelaram os seus segredos…os frutos
lindos, enormes, suculentos que cada flor guardava em si. Os eucaliptos
espirraram, estremeceram e deixaram o seu perfume fresco no ar.
O
que estava silencioso entre o gelo, começa a fazer-se ouvir: os passarinhos voam
de um lado para o outro, fazem ninhos e guardam os ovos, que em breve trarão
vida nova, e a aldeia ganha novos habitantes que estavam debaixo do gelo.
Os
lobos regressam de outras aldeias longínquas, e aquecem as suas vozes, com
sonoros, arrepiantes e profundos uivos, mas ficam-se pelas montanhas,
juntamente com as cabras, vacas e bois que vão pastar no mesmo sítio, mesmo
assim, convivem como se fossem família.
O
monte com neves eternas nos seus enormes picos era o único que continuava igual…quer
dizer…com uma coisa diferente: agora passou a ser habitado por ursos, focas e pinguins.
Estava tudo tão bonito. Todos se
perguntavam como tudo tinha acontecido, e o que estava mesmo a acontecer! Foram
perguntar à senhora mais velha da aldeia, a quem chamavam sábia, com 105 anos, e
perguntaram-lhe.
Ela
respondeu com um sorriso, que era a junção de todas as luzes que se reuniram em
nome da paz, de mãos dadas, numa linda noite de Verão com uma Lua gigante.
Tudo
o que estava a acontecer era um prémio para todos…a magia da luz, que vinha dos
corações de paz, e de amor, de bondade.
A
vida está cheia de pequenos momentos simples de grande magia, como o nascer de vidas,
a Natureza e a amizade, a paz, a serenidade, a bondade! Pequeninas belezas que
nos enchem a alma.
FIM
Lálá
(31/Janeiro/2013)
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