Era
uma vez uma árvore mágica muito sensível às energias boas e más das pessoas.
Mudava o seu tamanho, a sua forma, as cores das suas folhas, mexia-se, abraçava
e transformava-se em colo, em berço, em cadeira de encosto e em casa para quem
precisasse.
Quando alguém bom se aproximava
dela, ela sorria, enchia-se de folhas que ficavam mais verdes e luminosas, às
vezes o tronco ficava mais largo e ganhava novas formas, e quem se encostava a
ela sentia-se bem.
Se alguém estava mais triste ou
solitária, a árvore transformava o seu tronco em banco onde a pessoa se
sentava, e os seus ramos transformavam-se em braços que a envolviam, ouvia os
desabafos, amparava e secava as suas lágrimas, e às vezes chorava com elas, mesmo
antes da pessoa se aproximar, mas também tinha sempre palavras agradáveis e bonitas
para dizer, consolar, até deixava cair flores no colo da pessoa, por isso ficava
melhor.
Se a árvore sentia que alguém mau se
aproximava, umas vezes transformava-se em terra, em pó, em erva ou em cinzas, e
voltava como árvore depois de a pessoa ir embora. Outras vezes deixava enormes
e grossas raízes de fora da terra, para as pessoas que ela sentia como más ou
perigosas não se aproximarem, caiam, e para proteger as outras árvores.
Brincava com as crianças, e estava
sempre atenta para que elas não se perdessem, nem ficassem sozinhas,
divertia-se muito com elas, transformava-se em lindas figuras femininas, ou em
fadas, e era tão criança como elas. Os pais pensavam que era da imaginação das
crianças, porque quando olhavam, ela já estava em árvore outra vez.
Se sentia que as pessoas estavam
doentes, as suas folhas cheiravam a eucalipto e deixava que os passarinhos
fizessem ninhos nos seus troncos e ramos…ela ficava deliciada a ouvir as melodias
e cantos dos passarinhos, abrigava flores, animais e pessoas aos seus pés e
debaixo das suas folhas.
À noite, a árvore dava luz,
iluminava o parque todo, as outras árvores, e as pessoas que gostavam de
passear no parque. Rodava e circulava com a sua luz forte por todo o lado, onde
ela sentia energias…como se fosse um farol.
Além de luz, a árvore ganhava muitas
formas e tamanhos para se proteger, e proteger os outros sem darem por ela,
descansar e renovar as suas energias, para se encher outra vez de força.
Umas vezes borboleta e voava ao sabor do
vento, leve, outras vezes pássaros e aves grandes, quando queria ver mais de
cima, ou subir aos montes e prédios da cidade, ou candeeiros, e sempre que
queria ir à praia com vontade de se molhar no mar transformava-se em sereia,
peixe, concha, búzio ou estrela-do-mar.
Outras vezes mocho, coruja, pirilampo,
outras vezes lobo, flor, cigarra cantora que se juntava aos outros e cantava e
dançava com eles, muito divertida, fada do lago para se juntar com as outras
fadas do lago e participar nas suas grandes festas, cheias de música, cor,
alegria, espetáculos, magia e amizade, e até transparente.
Muitas
vezes à noite, a árvore dava grandes passeios e voltava sempre ao seu sítio,
onde sonhava e era feliz. Era uma árvore realmente sensível, amiga, acolhedora,
protetora e cuidadora, tinha muitas formas, nunca se sentia sozinha.
FIM
Lálá
(18/Abril/2016)
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