Era
uma vez uma estrela de Natal que apareceu de forma muito misteriosa num jardim
de uma enorme cidade.
No meio de tantas estrelas de Natal que enfeitavam o
parque e a cidade, todas lindas, cheias de brilho e luz…havia uma que estava
apagada, pousada no chão, e ninguém tinha reparado nela.
Um menino que vivia na rua, com os
seus pais e muitos irmãos, muito pobre, ficava muito feliz com as luzinhas de
Natal, porque a cidade até se tornava mais quente.
Num passeio nocturno, o
menino viu essa estrela apagada.
- Huummm…uma
estrela sem luz…
Ficou pensativo a olhar para a
estrela. Aproxima-se uma animadora de rua, que ficou triste ao ver o menino e
ofereceu-lhe um abraço, um carinho no rosto, um beijo e um casaco seu. Neste momento,
acendeu-se uma pequenina lâmpada da estrela. O menino
devolveu o casaco à animadora. A lâmpada apagou-se.
- Agradeço
muito a sua bondade, mas não posso aceitar. – Diz ele
Acendem-se duas lâmpadas da estrela.
- Porque não
podes aceitar?
- Porque já
me deu a melhor prenda…
Acendem-se muitas lâmpadas da
estrela
- Eu? O casaco?
- Não. O seu
abraço e o seu beijo.
Acendem-se mais lâmpadas da estrela.
- Áhhh…filho,
isso é insignificante…faz parte da minha educação…os meus pais ensinaram-me a
cumprimentar assim…é um gesto de simpatia e delicadeza.
Por muito que tenhas
gostado do carinho, estou a dar-te o casaco…e quero que fiques com ele. E vou
dar-te muitas mais coisas…
- Não se
incomode comigo! Eu sou de rua…
As lâmpadas da estrela apagam-se todas.
- E…? Eu
também sou de rua. Quero que trabalhes comigo.
- Eu…? Trabalhar
consigo…?! Mas o que faz? Eu não sei nada…nunca estudei…vai ser uma vergonha
para si.
- Vai ser um
enorme orgulho, trabalhar contigo, tenho a certeza.
- Eu não
quero prejudicá-la…não sei fazer nada…
- Sabes sim…vou
dizer-te como é…
A animadora explica ao menino, o seu
trabalho. Ele abre um grande sorriso, e muitas lâmpadas da estrela, voltam a
acender-se.
Os dois ficam surpresos com aquela estrela que umas vezes apaga-se
toda, outras vezes, acende algumas lâmpadas, e outras vezes apaga as lâmpadas.
O menino aceita trabalhar com a
animadora, e é um sucesso. Ganham os dois, muito dinheiro, e a admiração de
todos os que passam, que se emocionam e aplaudem, deixando também roupas e
outros bens que já não precisam.
O menino
fica muito feliz, e consegue ajudar muitíssimo a sua família, que ganha muito
melhores condições de vida.
A estrela enche-se de luz, transforma-se numa linda
mulher, com uma roupa cheia de luzinhas, que parece que hipnotiza toda a gente
com a sua beleza.
- Mas que
linda! – Suspira a animadora a sorrir
- Obrigada. –
Diz a mulher
- Eu acho
que a conheço…! – Diz o menino para a mulher
- É
possível, eu ando sempre por aí. Mas nem todos me vêem.
A sua roupa e todo o seu brilho
tornam-se diferentes, conforme o que sente…se está feliz, e gosta do que ouve,
fica cheia de luz, cintilante, se está triste, ou desiludida…a sua roupa fica
com menos luzes, ou até nenhumas.
- Por acaso
não viu uma estrela que estava no chão do parque, que tanto dava luz, como não
dava? – Pergunta o menino
- Por acaso
vi. Estás diante dela…
- Ãh?
- Isso
mesmo, eu sou a estrela que viste…aquela que se acendia e apagava.
- Áh! Que linda…e
porque é que faz isso?
- Sou a tua
estrela guia, quer dizer…a vossa…procura conduzir-vos para o sucesso.
Aproxima-se um conjunto de muitos
meninos, e a mulher transforma-se em estrela apagada. Os meninos circundam-na,
e a animadora sugere:
- Vamos
fazer um cordão humano, pelo menos mais pobres?
- Sim! –
Gritam todos
Dão todas as mãos, e por cada
menino, acende-se uma lâmpada na estrela. Quando dão a mão a outro, outra
lâmpada, até que a estrela fica enorme e cheia de luz.
Os meninos ficam
deliciados com a luz da estrela, abrem um grande sorriso, e o menino diz:
- Já sei
quem és!
- És a
estrela do amor…a estrela do bem. – Diz a animadora
- Isso
mesmo! – Diz a estrela a sorrir
A estrela desfaz-se e cada lâmpada
transforma-se em algum bem material para crianças pobres: umas, em roupas como
calças, gorros, meias, camisolas, camisas, cobertores, outras em sapatos, outras
em comidas e bebidas, e algumas em dinheiro que depois foram distribuídos pelos
mais pobres.
E tanto a estrela, como todos os que
a acenderam, ficaram muito mais felizes, ricos e iluminados. A estrela que
estava apagada, voltou a dar luz.
FIM
Lara Rocha
(8/Dezembro/2014)
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