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sexta-feira, 18 de abril de 2025

Memória nossa de todos os dias (monólogo)

 Memória nossa de todos os dias! 

       A memória faz-nos mover, agir de forma automática, quase sem pensarmos, principalmente naqueles gestos rotineiros, aprendemos, lemos, estudamos, escrevemos.                   Pela memória emocionámo-nos (ou re-emocionamo-nos), rimos à gargalhada, choramos, sentimos saudades, e vontade de repetir determinados momentos, ou lembramos acontecimentos que queríamos esquecer, e esquecemos por vezes recordações que gostaríamos de reavivar todos os dias. 

Falamos, pensamos, decidimos, sentimos o mundo à nossa volta, defendemo-nos das agressões internas e externas. A memória, por vezes corresponde a momentos, outras informações ficam armazenadas, umas são ativadas sempre que necessário, outras parece que se apagam. 

A memória pode ser tão fugaz como um suspiro. A memória dá sentido à nossa vida e à nossa existência, às nossas relações, pois permitem-nos armazenar informações relativas a rostos e dados sobre as pessoas que nos são familiares, permitem-nos andar com segurança por espaços, e conhecer outros, sem esquecermos as nossas origens. 

A memória conta histórias. Em todos os tipos de memória, há a conservação do passado através de imagens ou representações que podem ser evocadas. 

Não há tempo sem um conceito de memória, não há presente sem um conceito de tempo, não há realidade sem memórias e sem uma noção de presente, passado e futuro. 

Mas...e quando a memória falha? 

Quando esquecemos a nossa origem, os nossos pais, os nossos amigos…? Quando olhamos para os rostos que nos eram familiares e não os reconhecemos, quando deambulamos pelo espaço que conhecíamos e deixamos de saber onde estamos? 

Quando esquecemos o que vamos fazer? Quando a cabeça fica vazia, e o nosso coração também fica. 

Quando esquecemos os bons momentos? 

Quando esquecemos o que queríamos fazer, dizer, alimentarmo-nos, quando esquecemos o passado, o presente e ficamos sem futuro. 

Quando a memória falha, esquecemos o sabor dos abraços, dos beijos, do sol, da chuva, do vento, da natureza, das cores, dos sons, das lágrimas, das memórias que nos deixavam felizes, dos risos e gargalhadas, das letras, das palavras, da nossa casa, do que nos emocionava, do que é o amor, a amizade, a família, o Mundo? 

Quando a memória nossa, deixa de ser nossa...todos os dias! Pedimos ajuda, se temos tempo, ou alguém poderá pedir por nós. Caso contrário, tudo desaparece, até a nossa existência. 

O que fazemos para que a memória continue a ser A nossa Memória de todos os dias? 

Lara Rocha 

18/04/2019  

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