A bela estátua adorava a visita dos bichinhos, e retribuía-lhes a cantar com eles, salpicava as penas. Isso era como se ela lhes fizesse carinhos.
Uma tarde de tempestade, a estátua da fonte serviu de abrigo aos passarinhos, nos seus pés que eram largos, juntamente com grandes folhas de uma planta, e debaixo de cogumelos.
Todos encostadinhos uns aos outros, assustados com a trovoada, e para se aquecerem, chilreavam quase ao som da chuva, outros momentos ficavam calados a ouvi-la a cair, e o som do vento que soprava forte.
A estátua adorava ser abrigo de passarinhos, e ela própria, ficava deliciada a ouvir a trovoada, a chuva e o vento, não sentia medo.
Nessa tarde, além dos passarinhos, a estátua viu duas borboletas a esvoaçar à sua frente, com grande dificuldade, a tentar segurar-se, a lutar contra o vento.
Eram enormes! As suas asas cheias de lindas cores, e tentavam agarrar-se uma à outra para se segurarem, mas pareciam estar a dançar.
A fonte convidou-as a abrigarem-se debaixo dela, e assim fizeram. Os passarinhos sentiram ciúmes, mas respeitaram a decisão da estátua da fonte.
Pouco depois, os ciúmes desapareceram quando repararam na beleza das borboletas, e quando estas começaram a conversar e a brincar carinhosamente com eles.
A fonte nunca tinha visto duas borboletas a dançar, e na verdade, a primeira vez que as viu, pensou que se estavam a tentar segurar.
Afinal primeiro tentavam segurar-se, mas depois mostraram as suas danças, ao som do chilrear dos passarinhos e as duas dançavam uma com a outra.
- Estão a dançar? - pergunta um passarinho
- Sim. - respondem as duas borboletas
- Que música? - pergunta outro passarinho
- A música da natureza! - respondem as duas
- Estamos rodeadas de música para dançar.
- A música do vento - diz uma borboleta
- A música da chuva - diz outra borboleta
- A música da trovoada - acrescenta outra
- A música da fonte!
A fonte sorri:
- É verdade! Estamos rodeados de música. E que bonita que é!
Enquanto dura a tempestade, conversam uns com os outros, e quando o sol volta, as lindas borboletas dão um espetáculo de dança, movimento, beleza, e leveza, só com a música da Natureza à sua volta.
Ficam maravilhados e aplaudem, até parecem hipnotizados. As borboletas unem as asas e pousam na estátua, para lhe dar um abraço e um sonoro beijo.
A estátua fica tão feliz, que até deixa escapar umas lágrimas mais pequeninas, e abre um grande sorriso. As borboletas fazem o mesmo aos passarinhos, e estes ficam derretidos, riem.
- Obrigada, linda estátua da fonte, por nos teres abrigado! - diz uma borboleta
- Obrigada queridos passarinhos, pela companhia enquanto durou a tempestade!
- De nada! Foi um gosto, e voltem mais vezes, que são maravilhosamente lindas. Adoramos ver-vos dançar, as vossas cores, a vossa leveza, e danças só com a música da Natureza!
- Sim, voltem! - dizem os passarinhos
- Nós adoramos esta fonte, estamos aqui todos os dias, para nos refrescarmos, e para bebermos. - diz um passarinho
- Eu também adoro a companhia deles, e de todos os que aqui vem. - diz a estátua.
E como prometido, nos dias seguintes, as maravilhosas borboletas voltaram à fonte, para dançar e encantar, a fonte, os passarinhos que chilreavam com ela, e dançavam com as borboletas.
FIM
Lara Rocha
5/Julho/2024
Como imaginam essa estátua?
E a fonte?
Como imaginam as borboletas?
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