Era uma vez um menino que estava
muito triste, e farto de ouvir notícias sobre Guerra. Um dia, perguntaram-lhe
qual era o seu maior sonho, e ele respondeu que era o mundo e os povos viverem
em paz.
Todos
riam desse seu sonho, e pensavam que só dizia isso para não revelar o seu
verdadeiro sonho. Ele não se importava que se rissem, e garantia-lhes que ia
conseguir.
Parecia que quanto mais se
riam, mais vontade ele tinha de levar o seu sonho adiante e torná-lo realidade.
Todos os que o rodeavam, sabiam e achavam que esse era um sonho bonito, e
bondoso, mas nunca seria possível de realizar…só nos seus sonhos.
- Não vou desistir do meu sonho…o mundo
precisa do meu sonho! Mesmo que ele pareça difícil, vou tentar.
Decidiu
que ia construir uma ponte para unir os povos que andavam em Guerra. Mas não
era uma ponte qualquer, de ferro. Era uma ponte de luz.
Pegou
num globo terrestre, em forma de candeeiro, e pousou numa duna de uma areia. À volta
do globo, pôs várias velinhas acesas e em silêncio, rezou pela paz no mundo.
O vento soprou forte, e
apagou as velas. Ele respeitou o vento, e acendeu-as de novo, sem protestar. Rodou
o globo devagar e rezou pela paz, e as velas voltaram a apagar.
- Então? Porque estás a apagar as minhas
velas?
Uma
planta da areia respondeu:
- Porque tu estás a fazer fogo, e eu
tenho muito medo.
- Mas é por uma boa causa…é um fogo
controlado.
- Não interessa. É fogo.
- São velas…luz…para o mundo que anda em
guerra.
A
planta dá uma gargalhada, juntamente com o vento, mar e as gaivotas.
- Essa é boa! – Diz a planta às
gargalhadas
- Deves achar que és um super herói com
poderes não? – Acrescenta o vento a rir às gargalhadas
- Achas que vais fazer milagres? Só se
mudares cabeças…isso, amigo, só nos teus sonhos, porque essas estão cada vez
pior…cada vez mais loucas. – Comenta uma gaivota
- É por isso que andam em guerra! Por
muito que queiras, nunca vais mudar isso! – Comenta o mar
- Porque não? – Pergunta o rapaz
- Coitado…ainda vives num mundo da
fantasia, da ilusão… - Diz a gaivota a rir
- Porque é que estão a ser tão pesados…? –
Pergunta o rapaz
- O que tu queres fazer é lindo, mas é
impossível. – Diz a planta
- Porque não? – Pergunta o rapaz
- Porque o ser humano está louco, desequilibrado,
cheio de maldade. Basta ver o que fazem comigo, e com o outro igual a ele. –
Diz o mar
- Sim, isso é verdade…mas por isso mesmo
é que precisa de luz! E eu vou construir uma ponte de luz, para unir os povos,
para a paz… querem ajudar-me?
Todos
riem.
- Está bem, super poderoso…como vais
fazer isso? – Pergunta a planta
- É. Eles não vão ver as tuas velas, de
que é que adianta? – Comenta a planta
- Vão…claro que vão. – Garante o rapaz
- Vais tirar uma foto, e publicar algures…por
todo o lado? – Pergunta o vento
- Pode ser uma ideia…mas a minha
intenção, o meu pensamento vai para o Universo…! Os meus pensamentos de paz, de
amor…
- Ááááhhh…ele não diz coisa com coisa! Coitadinho…
- Comenta o mar
- Verão! – Diz o rapaz
- O que tem o verão? É bom, mas ainda
falta muito para chegar. – Diz a gaivota
- Verão, com os olhos o que vai
acontecer. – Responde o rapaz
- Tu estás bem? – Pergunta a planta
- Estou óptimo. – Garante o rapaz
- Estou para ver! – Diz o vento a gozar
- Deixemo-lo sonhar. Não ofende ninguém. –
Diz o mar
E
faz-se silêncio. Todos ficam muito atentos ao que ele vai fazer. Ele volta a
acender velas, e agora ficam acesas. Nessa noite, outro jovem bondoso, vê as
velas a arder na areia à volta do globo. Aproxima-se, e fica pensativo.
- Para que será isto? – Pergunta o rapaz
- É para a paz no mundo…uma ponte…que um
rapaz diz que vai construir. – Responde a planta
- O quê?
- É.
- Áááhhhh…está bem. É giro. A intenção é
boa…
Ele
levanta-se, olha para as velas, e reza. Vai a casa, traz várias velas, e
acende-as, juntamente com as outras. No dia seguinte, o rapaz que começou fica
comovido ao ver que tinha mais velas acesas.
- Afinal não sou só eu que tenho este
sonho…
E acende mais velas. O outro rapaz,
informou os amigos, e os familiares, e toda uma aldeia juntou muitas velas, e
acendeu-as à beira das outras. Todos rezam.
De
dia para dia, as velas aumentam, e o rapaz criador do sonho, fica cada vez mais
feliz, desenha o nome dos países que estão em guerra na areia, e une-os com as
velas acesas. E o globo no cento.
E
há cada vez mais velas. Gente de todo o lado, acende velas. Ao fim de algum
tempo, depois de todos se juntarem de mãos dadas, e rezaram, de olhos fechados,
aconteceu algo mágico: o cordão humano transforma cada vela numa linda pomba
cheia de luz.
Quando abrem os olhos, ficam
de boca aberta, e encantados com as lindas pombas, que voam ao mesmo tempo. Todos
aplaudem e o jovem que começou, grita:
- Paaaaaaaaaaaaaaaaazzzzzzzzzzz! A ponte
vai começar a ser construída…muito obrigado a todos. Quem quiser colaborar…
Todos se oferecem de imediato. Na areia
escrevem outra vez o nome dos países que andam em guerra e fazem uma ponte de
velas a uni-las.
Durante
vários dias e noites, o rapaz e os que quiseram colaborar, juntaram-se, deram
as mãos e acenderam velas. Pelo menos naquele momento sentiam uma imensa paz, e
muitas outras pombas de luz voaram.
Correu mundo, e em muitos países,
milhares de pessoas seguiram o seu exemplo. Ao fim de vários meses, as pombas
de luz, e as pontes, fizeram sentir os seus efeitos: o mundo acordou com a
notícia de que a guerra tinha acabado, que todos se davam bem, todos
respeitavam a diferença, e todos conviviam alegremente em grandes festas.
Óh! Afinal era só um desejo
de um ser humano bom, puro, que queria paz para o mundo, mas infelizmente não
depende só dele, nem do querer…é preciso o mundo inteiro agir, juntar-se, e
construir pontes de luz, ou fazer voar pombas de luz…e acreditar que essa união
é possível, sempre com o bem, e para o bem! E que isso aconteça.
FIM
Lara Rocha
(8/Janeiro/2015)
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