Era uma vez um lindo ser
mágico, cheio de luz, uma mulher fada que tinha corpo de pena. Vivia numa
floresta, mas adorava ir para uma praia selvagem pensar e descansar, dançar…! Umas
vezes ia com o vento, outras vezes ia sozinha, sem pressa, para ver todas as
coisas bonitas do caminho.
O vento
adorava-a, e por isso, quando os dois passeavam, a fada pena voava alto…pousava
no cimo dos pinheiros, e nos montes mais altos. Depois, quando queria…baixava
devagarinho, e tocava levemente nas pétalas das flores, que riam felizes pelas
cócegas, e por receber os seus mimos.
Abraçava árvores,
e borboletas com quem se cruzava, voava pousada nas penas de passarinhos e de
águias, fazia carinhos nas joaninhas, e brincava, dançava, ria, e bebia água
nas cascatinhas que encontrava pelo caminho, ou as gotas de água que caiam das
pétalas das flores. Às vezes até mergulhava.
Quando acontecia
de chover, a fada pena abrigava-se debaixo das suas amigas flores, ou das
folhas enormes, e cobria-se com elas. Adorava apanhar os raios de sol, que
espreitavam pelas árvores e pinheiros até à praia.
Chegava à
praia, e deitava-se na areia fofa e branca, aquecida pelo sol de um lado…e
fresca…do outro, onde havia sombra. Se estava calor, ela ficava na sombra, se
estava frio, ela ficava ao sol.
Um dia, a
fada pena estava muito descansada na areia, à sombra, porque o sol era quente,
e viu a saltar no mar quase sem ondas, um golfinho feliz. Ela vai ter com o
golfinho, encantada, e vê que ele transportava no seu lombo, uma estrela-do-mar
que ria às gargalhadas, gritava e escorregava sem cair ao mar, à medida que
fazia movimentos delicados, elegantes e harmoniosos. Era lindo de ver!
- Um golfinho…um príncipe dos
mares…Uau! Que lindo! E…uma estrela-do-mar…enorme…! – Exclama a Fada Pena.
- Olá Fada Pena…! –
Cumprimenta a estrela-do-mar.
- Tu conheces-me? – Pergunta a
Fada Pena surpresa.
- Sim! Toda a gente fala de
ti, lá em baixo, onde vivo! E as gaivotas…mas eu nunca te tinha visto! –
Explica a estrela-do-mar.
- A sério? – Pergunta a Fada
Pena.
- Sim! Já muita gente te viu…és
mesmo bonita! – Elogia a estrela-do-mar.
- Obrigada! Tu também…e és
enorme! – Exclama a Fada Pena.
- Não! Sou pequena…só tu és
mais pequena que eu, por isso eu pareço-te enorme…mas não sou! Enorme é este
meu amigo! – Explica a estrela-do-mar.
- Verdade! Eu sou enorme à
beira de vocês as duas…mas acham que isso é o que mais importa para serem
amigas ou passearem juntas? – Pergunta o golfinho.
- Não! – Respondem em coro!
- Mas nunca nos tínhamos visto…!
– Diz a Fada.
- Pois não! Estamo-nos a
conhecer! – Explica a estrela-do-mar.
- Queres vir dar uma volta,
conhecer este espaço lindo? – Convida o golfinho.
A fada aceita de imediato, salta para o seu lombo,
acaricia-o e diverte-se muito risonha e feliz com a estrela-do-mar e com o
golfinho. As duas riem, abraçam o golfinho, escorregam no seu lombo, e mergulham,
brincam os três. O golfinho ri com as cócegas das amigas e desliza sobre a água
como se fosse um barco.
Depois de
tanta brincadeira, o golfinho e a estrela-do-mar regressam para a sua casa, e a
fada pena vai descansar para a sombra. Deixa as marcas na areia.
Um bando
de gaivotas chega à praia, e vê as marcas.
- Temos visitas! – Exclama uma
gaivota.
- Huummm… - Todas cheiram.
- Pelas marcas…não me parece
das nossas! – Diz outra gaivota.
- Intrusos? – Perguntam todas.
- Temos de descobrir quem é! –
Alerta outra.
- Será que é perigosa para
nós? – Pergunta outra gaivota.
- Espero que não! – Exclamam todas.
- Vamos seguir as marcas. –
Sugere outra gaivota.
- Com cuidado! – Recomenda outra
gaivota.
Patinha à frente, patinha atrás, discretamente e
silenciosas, as gaivotas seguem as marcas na areia, de molhado, e quase dão uma
grande cabeçada num rochedo à sombra, onde está pousada a fada pena. Quase congelam,
quando vêem a fada pena.
- A fada pena! – Exclamam todas
surpresas, com um grande sorriso, quase emocionadas.
A fada pena acorda sobressaltada, e estremece, encolhida
ao ver tantos olhos espetados nela, e tantos bicos de volta dela.
- Óóóhhh…que felicidade! –
Exclama outra gaivota com um grande sorriso!
- Óóóhhh…é mais bonita do que
o que eu imaginava! – Acrescenta outra gaivota, encantada.
- Ai, até me vem as lágrimas
ao olhos… Aaaaiiii…! – Diz outra gaivota.
- Já há muito tempo que eu
sonhava com este momento. – Confessa outra gaivota com um sorriso aberto.
- Ai…tantos olhos em cima de
mim…! – Diz a fada pena.
As gaivotas sorriem e piam para lhe dar as boas vindas.
- Ai, vão-me comer…? –
Pergunta a fada pena assustada.
- Não! – Respondem em coro.
- Porque te haveríamos de
comer? – Pergunta outra gaivota.
- Não sei…podiam pensar que
eu era um intruso… - Diz a fada.
- Nada disso! - Respondem as
gaivotas em coro.
- Já há muito tempo que te queríamos
conhecer. – Informa outra gaivota.
- És tão bonita! – Elogia outra
gaivota.
- Gostamos tanto de ti! –
Gritam as gaivotas em coro.
- Obrigada! – Responde a fada
sorridente.
- Principalmente da forma
como tu danças, e a luz que transportas…que espalhas por todo o lado, enquanto
danças. – Acrescenta outra gaivota.
- Já me viram dançar? –
Pergunta a fada muito surpresa.
- Sim! Muitas vezes. –
Respondem as gaivotas em coro.
- Só não sabíamos se eras tu,
porque só víamos uma luz a mexer…depois disseram-nos que eras tu.
- Dança para nós…por favor! –
Pede uma gaivota.
- Agora? – Pergunta a fada.
- Sim! Por favor… - Dizem as
gaivotas em coro.
- Está bem! – Responde a fada
a sorrir.
E a fada pena dança para as gaivotas, levemente, rodopia,
sobe, desce, deixa rastos de luzinhas a cada movimento que faz. As gaivotas
seguem-lhe todos os movimentos, parece que ficam hipnotizadas com tanta beleza
e leveza. Dança e faz desenhos na areia, de flores e de estrelas…a areia fica
toda brilhante.
No fim, todas batem palmas, emocionadas, e convidam-na
para ir à praia à noite. A Fada Pena agradece feliz e sorridente, e aceita o
convite. Nessa mesma noite quente, a Fada Pena vai para a praia, cheia de
gaivotas, golfinhos na costa, estrelas-do-mar, sereias, e outros visitantes
convidados, para assistir ao espectáculo.
A Fada
Pena fica surpresa e feliz. Agradece a presença de todos e começa a dançar
levemente…com a ajuda da orquestra de conchas, crustáceos e outros, que tocam
instrumentos.
Dança levemente,
para cima…para baixo…para os lados, depois em todas as direcções ao som das
músicas…rodopia, faz formas geométricas e lindos bailados, com movimentos
elegantes, coordenados, lindos. Por onde passa, deixa lindos rastos de luz, e
voa por cima do público, enche-os de salpicos de luz.
A praia
fica tão bonita com a Fada Pena que parece que todas as estrelas do céu, tinham
descido para aquela praia…tal era a luz que a Fada deixava, enquanto dançava.
Todos aplaudem
muito, e soltam grandes exclamações de encanto, seguem todos os movimentos
dela. A música e a dança contagiam todos do público…os golfinhos as estrelas-do-mar
e as sereias saltam e dançam dentro da água, seguindo o mesmo ritmo e as mesmas
músicas que a fada, e sempre de olhos postos nela. No público também todos
dançam, e há muitas palmas.
Desde essa
noite, a Fada Pena dá espectáculos na praia todas as noites. Todos se deixam
contagiar e invadir pela linda luz da fada pena.
FIM
Lálá
(17/Julho/2013)
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