Era uma vez uma criança pequenina que estava num carrinho, num grande campo à sombra, a ver os seus Avós a trabalhar, com quem ficava enquanto os pais iam trabalhar.
Os Avós conversavam com ela, enquanto plantavam coisas deliciosas para comer, e ela ria à gargalhada, enchendo os Avós de ternura, e riso.
Numa manhã de sol e calor, uma borboleta enorme, tão grande que quase parecia um pássaro, pousou no narizinho da pequena. Era tão grande que lhe tapou a carinha e ainda foi além das suas bochechas.
A pequenina arregalou os olhos, ficou a borboleta que lhe deu um beijinho na bochecha, ri à gargalhada, a borboleta ri com ela. Tinha umas cores mais que bonitas, como ninguém tinha visto.
Os Avós assustaram-se, porque pensavam que a borboleta era um pássaro, a Avó grita, o Avô encolhe-se:
- Olha o maldito pássaro, daquele tamanho em cima da menina. - diz a Avó assustada
- Não o tinha visto! - diz o Avô
- Nem eu!
A avó preparava-se para chutar a borboleta porque pensava mesmo que era um pássaro, mas quando se aproximam da criança, a Avó recua:
- Ai, afinal não é um pássaro! Que coisa tão grande! O que é isto? De onde é que isto saiu? - diz a Avó assustada
- Pois não, é uma borboleta inofensiva! Realmente, é enorme. E olha as cores dela, que coisa maravilhosa, parece uma pintura. Como é linda...- diz o Avô
- Áh! Nunca vi nada assim, parece um pássaro.
- Pois parece, mas é uma borboleta! Eu queria oferecer-te uma borboleta gigante, quando começamos a namorar. Nunca encontrei nenhuma, só aquela que te desenhei. - lembra o Avô a rir
- Áh! A sério...? Que querido! Foi o que tu me disseste...se pudesses oferecias-me uma borboleta gigante. - recorda a Avó a sorrir
A borboleta ouve, suspira, sorri, pousa no nariz do Avó e dá-lhe um sonoro e repenicado beijo na bochecha, abrindo as suas asas mesmo em frente aos olhos do Avô. A pequenina fica espantada e ri à gargalhada abanando todo o corpo, os Avós riem com ela. O Avô fica muito surpreso, e encantado:
- Áh! Deu-me um beijo... - dá uma gargalhada
- Isso era o que tu querias! - diz a Avó a rir
- Deu mesmo!
- Pois, pois, na tua imaginação. É bom manter esse espírito brincalhão. Eu não sou ciumenta. - ri a Avó
Os dois riem, e a borboleta pousa no nariz da Avó, abre as asas gigantes, dá-lhe um sonoro e repenicado beijo na bochecha.
- Áh! Deu mesmo. A mim também. - diz a Avó a rir
- Vês? Eu disse. E olha como a nossa neta está feliz! - repara o Avô.
A borboleta ri, abana as suas asas gigantes e maravilhosas, como se estivesse a dançar. Pousa nos narizes, e nas bochechas, mais beijinhos à Avó, mais beijinhos ao Avô, mais beijinhos à pequenina. Os três parecem hipnotizados ao ver aquela magia, acompanham todos os movimentos da borboleta, aplaudem, fotografam, levam mais beijinhos, a pequenina também, e riem.
- Nunca vi uma borboleta assim, tão bonita, tão gigante. - diz a Avó
Os dois voltam ao trabalho, sempre de olho na bebé e na borboleta, que voa por cima das plantações, das flores, beija cada pétala de flor, beija árvores, beija outra vez os Avós, e a bebé. Caminha por cima da água de riachos, os Avós deliciam-se com a marca das patinhas tão pequeninas e redondinhas da sua passagem leve, abre as asas, salpica-as, ri, dá beijinhos aos peixinhos, dá beijinhos às pedras, dá beijinhos às folhas, e deita-se em cima de uma folha que vai na corrente, sem pressa, parecia de veludo.
Mais à frente, volta e mais beijinhos aos avós, mais beijinhos à bebé, e quando fica muito calor recolhem para casa.
A borboleta instala-se num vaso grande, da varanda, debaixo de uma flor enorme, que ela gostou. A família gostou tanto dos beijinhos que ela dava a tudo e a todos, que disse para ela lá ficar.
A borboleta ia para os seus passeios, e voltava sempre para o mesmo sítio, carimbando os avós, a pequenina e os pais da criança com beijinhos e mais beijinhos.
O Avô até construiu uma casotinha para a borboleta, na beirada de uma janela, logo que o tempo arrefeceu, bem confortável, bem agradável, onde ficava protegida do frio, do calor, do vento, da chuva.
A bebé deliciava-se com a borboleta, tal como toda a gente que lá ia, recebendo beijinhos e mais beijinhos da simpática borboleta. Era mais um elemento da família, e deram-lhe o nome de borboleta beijoqueira, com todo o carinho.
FIM
Lara Rocha
9/Maio/2022
Sem comentários:
Enviar um comentário
Muito obrigada pela visita, e leitura! Voltem sempre, e votem na (s) vossa (s) história (s) preferida (s). Boas leituras