Somos um corpo desde que nascemos, perfeito, com os seus defeitos,
maravilhosamente construído no encontro, no amor ou na ocasião.
Todo o nosso corpo é música, em que idade? Enquanto bebés?
Qual idade? Desde que somos concebidos. Não, não somos corpos
perfeitos, só em bebés. Somos instrumentos musicais! A nosso boca é um
trombone, quando dizemos coisas desagradáveis, magoamos alguém
com palavras que nos saem sem querer, quando gritamos, discutimos,
quando nos irritamos. Umas vezes somos trompetes, saxofones,
conforme a intensidade do que dizemos. Outras vezes…somos flautas,
clarinetes, violinos, violoncelos, ferrinhos, sininhos, quando dizemos
coisas mais agradáveis, quando somos doces, meigos, simpáticos,
quando elogiamos, dizemos sentimentos bonitos, encantamos com
palavras. O nosso coração, umas vezes é um tambor, outras vezes uma
orquestra de tambores ao despique quando bate mais forte, de paixão, de
alegria, nervos, emoção, medo, desejo, ou impaciência. Qual idade? Em
qualquer idade, desde que nascemos. Outras vezes, o coração é um piano,
com vários tons, quando está sereno. Todos os nossos sentidos, têm a sua
música própria. Em qualquer idade! Todos os nossos sentimentos, são
música, e são instrumentos musicais, que tocam, em todo o corpo, e nos
outros. Somos sonhos, esperanças, forças e fraquezas. Fraquezas, que
desagradável...mas envelhecemos! Envelhecemos...Sim, todos! Mais cedo
ou mais tarde. Desde o dia em que nascemos. Mas nem por isso deixamos
de ser, e de envelhecer. Que bom! É sinal que somos e vivemos, desde que
nascemos: amizades, namoricos, festas, doenças, medos, risos, lágrimas,
dores, alegrias, tristezas, aventuras, brincadeiras, coisas sérias.
Mas como somos principalmente pessoas, vamos mudando em tudo!
As rugas assustam, porquê? Envergonham, porquê? Estas devem ser
aceites, acolhidas, motivo de felicidade, orgulho, experiência e sabedoria,
batalhas enfrentadas, vitórias, derrotas, conquistas, ilusões, desilusões,
amores correspondidos, e não correspondidos. Porque se escondem as
rugas? Para quê? O espírito não tem idade, nem rugas, nem fim...Por isso,
envelhecemos só por fora. Envelhecemos...Quando reparamos demasiado
nas rugas, em vez de repararmos no que há de bonito à nossa volta, no que
podemos e queremos dar, fazer, aprender. Ainda há tanto para fazer...
Ainda há tanto para ensinar e aprender...Tanto amor e carinho para
espalhar...Deixem as rugas em paz...Até o sorriso com rugas, é especial
para quem o vê, e ainda mais para quem o expressa...Dá luz, se vier do
coração, da serenidade, da felicidade pela maravilha que é estar vivo,
com mais ou menos limitações! Envelhecer é aproveitar o que temos,
quem somos e quem temos. Envelhecemos quando deixamos de nos rir,
deixamos de nos divertir, deixamos de brincar com, e como as crianças...
Envelhecemos quando deixamos de tentar, envelhecemos quando
deixamos de conviver. Envelhecemos quando deixamos de apreciar a
natureza e em vez disso, pensamos na solidão...Envelhecemos, quando
sentimos demasiado os números, envelhecemos quando nos entregamos à
tristeza, e ao pensamento de que não servimos para nada, ou que é o fim.
Grande mentira...Se tivermos vontade e alegria de viver...Se o espírito for
eternamente jovem, não são as rugas, ou os passos mais lentos, nem as
dores...Que nos impedirão de sermos livres, e eternamente crianças!
Envelhecer é um prémio. Aproveitem-no, mesmo com rugas. Deixem as
rugas em paz, e sejam mas é felizes. Porque a felicidade não tem rugas
e faz bem à saúde, mais do que mil comprimidos.
Lara Rocha
desenhos – Lara Rocha
monólogo sobre envelhecimento ativo; positividade; valorização do corpo mesmo com rugas,
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