foto tirada por Lara Rocha
Era uma vez um coelho muito trabalhador. Estava tão cansado da noite anterior, que se deitou cedo e dormiu até de manhã. O seu despertador tocou, mas o pobre coelho estava a dormir tão bem, e a sonhar uma coisa tão boa que não ouviu, e deixou-se estar no quentinho da cama.
Quando o sonho acabou, o coelho despertou, e saltou da cama, dando um grito, nervoso:
- Óh! Mas como é possível...já é tão tarde, e eu aqui! Como é que eu pude dormir tanto...
Foi à casa de banho, refrescou-se, penteou-se, vestiu-se e calçou-se. Passou na cozinha, pegou na sua garrafa de vidro, com sumo de cenoura que já deixa preparado na noite anterior, bateu a porta e saiu a correr, sem a chave.
Pelo caminho, bebeu o sumo e quando chegou ao trabalho:
- As minhas chaves de casa? Eu fechei a porta de casa? Não me lembro! Ai, como eu estou!
Trabalha, mas sempre preocupado com essa dúvida: se tinha fechado a porta, e onde estavam as chaves da sua casa. A sua sorte, e ele ainda não sabia, foi que uma coruja, sua vizinha que vivia na grande árvore, acordou com a correria dele, e percebeu que se passava alguma coisa.
- O coelho hoje está muito nervoso! Nem fechou a porta da casa! Saiu a correr, não disse Bom Dia...não tomou o pequeno almoço em casa...o que terá acontecido? Ele não devia deixar a porta batida. E as chaves estão ali. O que vale é que eu estou sempre aqui, e vou tomando conta. Mas vocês, não façam isso! É sempre bom verificar se deixam a vossa casa em segurança.
A coruja ficou de olhos fechados, mas ouvidos bem abertos. Quando o coelho chegou do seu trabalho, a andar devagar, quase de gatas, orelhas baixas e língua de fora, os olhos quase fechados, sentou-se no chão.
- As minhas chaves? Como...vou...entrar em...casa?
E lentamente, procurou as chaves.
- Óh...onde as pus...
A coruja apercebe-se do canssaço dele.
- Olá coelho! Olha como tu estás!
- Ai..- geme o coelho
- O que foi? - pergunta a coruja
- Estou tão cansado! - responde o coelho
- Já percebi. Hoje saíste a correr, bateste a porta, e não levaste as chaves, pois não?
- Não! Estou à procura delas.
- Eu percebi que não as levaste. Só bateste a porta! - diz a coruja.
- Viste-me sair?
- Vi. Porque é que ias a correr tanto?
- Porque estava muito atrasado! Não ouvi o despertador a tocar, estava a sonhar uma coisa tão boa, e tão cansado da noite anterior, que não consegui acordar.
- Pois foi! Mas fica descansado. A tua casa ficou em segurança. Mas é melhor descansares, e para a próxima vais mais devagar! Assim não te esqueces das chaves! Nem de fechar a porta.
- Fiquei o dia todo preocupado se tinha fechado a porta, e onde estavam as minhas chaves! Ai...estou tão cansado!
- Já deu para ver.
- Obrigada, coruja, por tomares conta da minha casa, enquanto estou fora!
- De nada! É essa a minha função. A tua casa abre sem chave...a porta só está batida.
O coelho respira de alívio, roda o trinco, entra e cai no chão.
- Descansa e alimenta-te! - recomenda a coruja
- Está bem! Até já...- responde o coelho
O coelho come um belo prato de troços de couve, uma rica sopa de erva, e deita-se.
Ele costuma rezar e agradecer o seu dia, a saúde, a casa, e o trabalho, os alimentos e o seu corpo. Além de agradecer, desta vez, pediu força e um bom descanso, para não voltar a esquecer-se das chaves.
Adormeceu com a esperança de dormir descansado, e na manhã seguinte acordou com uma nova energia, cheio de alegria. Não precisou de tomar o pequeno-almoço pelo caminho, nem ir a correr. Disse bom dia à coruja, fechou a porta da sua casa à chave, e não se esqueceu dela!
Lá foi ele a cantarolar até ao trabalho.
FIM
Lálá
12/Janeiro/2020
Nota: para todos os interessados em explorar a interpretação desta história com as crianças, convido-vos a solicitar a respetiva, com questões, à autora, que enviará por e-mail.
(Lara Rocha)
lala.rochapsiact@gmail.com
Quando o sonho acabou, o coelho despertou, e saltou da cama, dando um grito, nervoso:
- Óh! Mas como é possível...já é tão tarde, e eu aqui! Como é que eu pude dormir tanto...
Foi à casa de banho, refrescou-se, penteou-se, vestiu-se e calçou-se. Passou na cozinha, pegou na sua garrafa de vidro, com sumo de cenoura que já deixa preparado na noite anterior, bateu a porta e saiu a correr, sem a chave.
Pelo caminho, bebeu o sumo e quando chegou ao trabalho:
- As minhas chaves de casa? Eu fechei a porta de casa? Não me lembro! Ai, como eu estou!
Trabalha, mas sempre preocupado com essa dúvida: se tinha fechado a porta, e onde estavam as chaves da sua casa. A sua sorte, e ele ainda não sabia, foi que uma coruja, sua vizinha que vivia na grande árvore, acordou com a correria dele, e percebeu que se passava alguma coisa.
- O coelho hoje está muito nervoso! Nem fechou a porta da casa! Saiu a correr, não disse Bom Dia...não tomou o pequeno almoço em casa...o que terá acontecido? Ele não devia deixar a porta batida. E as chaves estão ali. O que vale é que eu estou sempre aqui, e vou tomando conta. Mas vocês, não façam isso! É sempre bom verificar se deixam a vossa casa em segurança.
A coruja ficou de olhos fechados, mas ouvidos bem abertos. Quando o coelho chegou do seu trabalho, a andar devagar, quase de gatas, orelhas baixas e língua de fora, os olhos quase fechados, sentou-se no chão.
- As minhas chaves? Como...vou...entrar em...casa?
E lentamente, procurou as chaves.
- Óh...onde as pus...
A coruja apercebe-se do canssaço dele.
- Olá coelho! Olha como tu estás!
- Ai..- geme o coelho
- O que foi? - pergunta a coruja
- Estou tão cansado! - responde o coelho
- Já percebi. Hoje saíste a correr, bateste a porta, e não levaste as chaves, pois não?
- Não! Estou à procura delas.
- Eu percebi que não as levaste. Só bateste a porta! - diz a coruja.
- Viste-me sair?
- Vi. Porque é que ias a correr tanto?
- Porque estava muito atrasado! Não ouvi o despertador a tocar, estava a sonhar uma coisa tão boa, e tão cansado da noite anterior, que não consegui acordar.
- Pois foi! Mas fica descansado. A tua casa ficou em segurança. Mas é melhor descansares, e para a próxima vais mais devagar! Assim não te esqueces das chaves! Nem de fechar a porta.
- Fiquei o dia todo preocupado se tinha fechado a porta, e onde estavam as minhas chaves! Ai...estou tão cansado!
- Já deu para ver.
- Obrigada, coruja, por tomares conta da minha casa, enquanto estou fora!
- De nada! É essa a minha função. A tua casa abre sem chave...a porta só está batida.
O coelho respira de alívio, roda o trinco, entra e cai no chão.
- Descansa e alimenta-te! - recomenda a coruja
- Está bem! Até já...- responde o coelho
O coelho come um belo prato de troços de couve, uma rica sopa de erva, e deita-se.
Ele costuma rezar e agradecer o seu dia, a saúde, a casa, e o trabalho, os alimentos e o seu corpo. Além de agradecer, desta vez, pediu força e um bom descanso, para não voltar a esquecer-se das chaves.
Adormeceu com a esperança de dormir descansado, e na manhã seguinte acordou com uma nova energia, cheio de alegria. Não precisou de tomar o pequeno-almoço pelo caminho, nem ir a correr. Disse bom dia à coruja, fechou a porta da sua casa à chave, e não se esqueceu dela!
Lá foi ele a cantarolar até ao trabalho.
FIM
Lálá
12/Janeiro/2020
Nota: para todos os interessados em explorar a interpretação desta história com as crianças, convido-vos a solicitar a respetiva, com questões, à autora, que enviará por e-mail.
(Lara Rocha)
lala.rochapsiact@gmail.com
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