Um
dia, a senhora tinha acabado de chegar das compras, e estava um frio de
congelar. O céu estava carregado de nuvens e o vento soprava forte, parecia que
cortava tudo à sua passagem. Agasalhou-se, e arrumou as coisas enquanto pôs o
chá a fazer. Que bem que lhe soube!
A
sua casa já costuma ser sobrevoada por lindas borboletas e fadas, e hoje não
era excepção. Apesar de estar muito frio, elas andavam por lá, quase sem
conseguirem voar. A dona da casa já as conhece, e encheu uma chávena de chá bem
quentinho para elas porque achava que também teriam frio.
Elas
sentem um cheirinho diferente, e especial no ar. Mal vêem a chávena de chá a
fumegar várias fadas e borboletas voam baixinho, e bebem o chá num abrir e
fechar de olhos. Vão dormir para de volta dos candeeiros do jardim para se
aquecerem, mas não conseguem porque está mesmo muito frio.
A
senhora que já estava deitada lembrou-se que as suas fadas poderiam estar com
muito frio, levantou-se e foi preparar outra chávena de chá, mas desta vez,
dividiu por várias chávenas mais pequenas e pôs na beira da janela, ficando a
apreciar de dentro, enquanto também tomava.
Vêem as chávenas a fumegar na janela
e voam para lá, devagar e a tremer.
- Boa noite…é uma chávena para cada uma…quantas são?
- Só mais quatro, por favor, para as nossas irmãs.
- Claro…
- Manas… - chamam as fadas em coro
Juntam-se todas, mergulham como se
estivessem numa piscina e bebem deliciadas.
- Áh! Que quentinho… - Suspiram as fadas deliciadas
- Uau! – Dizem outras fadas
- É maravilhoso. – Comenta outra fada
- Obrigada, boa senhora. – Dizem em coro
- Áh! Que bom. – Comenta outra fada
- Durmam cá dentro da minha cozinha. Esse frio
faz-vos muito mal! – Propõe a senhora
- Não queremos incomodar. – Diz uma fada
- Nem invadir a sua casa! – Diz outra fada
- Não invadem, nem incomodam. Entrem. Fazem-me
companhia e estão agasalhadas. – Diz a senhora
- Mas ainda somos várias! – Lembra uma fada
- Não faz mal. Venham todas…cabem todas. Esta é uma
forma de vos agradecer a companhia que me fazem todos os dias, a protecção que
dão à minha casa, a amizade, a magia e a felicidade que trazem à minha vida. –
Responde a senhora
E as fadas entram com as suas famílias, a senhora
fecha a janela.
- Áh! Que casa tão bonita. – Comenta uma fada a
sorrir
- É? Obrigada.
- Sim, está decorada com muito bom gosto, e recheada
de flores, como nós gostamos! – Diz outra fada
- Eu adoro flores, e adoro a minha casa.
- Está quentinha a casa! – Repara outra fada
- Estavam a ficar congeladas. Venham comigo! – Diz a
senhora
E a senhora enquanto conversa
alegremente com as fadas, prepara umas camas muito confortáveis no seu quarto
para as fadas, bem quentinhas, com lençóis e cobertores, e almofada. Um mimo.
- Estas são as vossas caminhas. Espero que sintam
confortáveis.
- Áh! – Exclamam todas
- Podia-nos ter dito, que tínhamos ajudado. – Comenta
uma fada
- Não faz mal…então, vocês são visitas e amigas, não
fazia sentido fazerem isto.
- Porque não?
- O que eu quero é que se sintam bem.
- Estamos óptimas.
E cada uma deita-se, cobre-se e
suspira a sorrir:
- Áh! Que maravilha… - Elogia uma fada
- Muito bom! – Dizem todas as fadas a sorrir
- Que quentinhas…! – Diz outra fada a sorrir
- Áh! Parece uma nuvem… - Repara outra fada a sorrir
- Obrigada! Obrigada! Obrigada! – Dizem todas as
fadas
- Descansem. Se precisarem de mais roupa, digam. –
Avisa a senhora
- Está óptimo… - Dizem todas
- Vou apagar a luz, está bem? – Pergunta a senhora
- Sim, claro! – Dizem todas
- A casa é sua… - Diz outra a sorrir
Desejam boa noite e a luz apaga-se. Em
cada caminha vê-se uma luzinha de presença. A senhora está na cama e vê as
luzinhas.
- Áh! Que lindas que vocês são…até debaixo dos
cobertores. Adoro-vos.
- Óh… - Exclamam todas deliciadas
- Quer que tornemos a nossa luz mais fraquinha? –
Pergunta uma fada preocupada
- Não, filhas. Está óptimo assim… é tão bonita a
vossa luz. – Diz a senhora a sorrir
- Se a incomodar, diga-nos… - Recomenda outra fada
- Não, queridas… estejam à vontade.
E
a senhora fica a apreciá-las até que chega o soninho. As fadas dormem quase
logo a seguir. De manhã, estão como novas, felizes, e cheias de energia. Tomam
uma chávena de chá ao pequeno-almoço e conversam alegremente com a senhora. Elas
adoraram dormir no quarto e naquelas camas, tão quentinhas que estavam. Quando olham
pela janela está tudo coberto de neve, e sol.
A
senhora vai trabalhar e deixa a cada fada uma chávena de chá, e uma frincha na
janela, para que sempre que as fadas quisessem beber chá quente, tinham à
disposição uma chaleira com chá, e podiam aquecer-se. Assim também tomavam
conta da casa.
Desde esse dia, as fadas tornaram-se
uma família para a senhora, com quem tomavam todos os dias uma chávena de chá,
e com quem passaram a dormir todas as noites, no quarto quente, e nas belas
camas confortáveis que a senhora lhes tinha preparado com tanto carinho.
FIM
Lálá
(10/Setembro/2015)
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